Pois. Como começar isto? Já sei! AUUUUUUUUUUU!
Ontem, depois de um dia de reuniões de avaliação que me deixaram de nervos em franja (ainda haverá um post sobre isto no futuro), resolvi ir com a minha Maria às compras. Como bom português, vou a vários hipers e supers em busca dos preços mais baratos.
Fizemos o grosso das compras no Continente, mas deixámos uma ou duas coisas para comprar no Jumbo. Por exemplo, sabia que o azeite Oliveira da Serra custava 1.60€ e seria uma boa compra.
Quando chegámos ao Jumbo, começámos a agarrar numa coisa, em duas, em três. Quando já parecíamos equilibristas do circo com não sei quantas coisas, lá resolvemos ir apanhar um cesto. Eu, cavalheiro, disse que iria lá. A minha Maria achou que seria ela a melhor apanhadora de cestos. Passou-me todas as compras para as minhas mãos. Desviou uma ou outra para que eu pudesse respirar. Enquanto ela demorou as duas ou três horas para voltar eu fui à charcutaria de senha amarrotada no meio dos sacos de meloa e outras coisas. A senhora da charcutaria diz o número e eu, numa tentativa falhada de ver o número da minha senha, mexi na ordem cósmica das coisas que trazia na mão, nas quais se incluíam duas garrafas de azeite.
De repente, dei por mim rodeado de pessoas de bata branca e de um segurança. Um mar de azeite no chão pintalgado de sangue e um dedo do pé com uns quantos cortes. Claro que a minha Maria ainda andava à procura de um cesto (ou a ver capas de revista, uma delas) e eu em dores e a sangrar.
Considerando o tamanho do Jumbo, acho que partir uma garrafa de azeite em cima de um pé é como um acidente na auto-estrada. Todos os que passavam demoravam mais uns cinco minutos do que era necessário para apanharem a sopa congelada ou as ervilhas.
As senhoras da charcutaria a olharem para mim com aquele ar de que eu ia morrer a qualquer momento, o segurança a passar-se porque não tinha luvas para me fazer o curativo e as pessoas opinavam sobre a gravidade das minhas feridas. E a Maria? Ainda em lado nenhum que eu pudesse ver.
E eu estava preocupado com o quê?. Não com o sangue que saía do meu corpo, não com as dores que sentia, mas sim com a garrafa de azeite que havia partido, com o incómodo que estava a dar áquelas pessoas, com o azeite que saltara para a minha roupa e com o sermão que iria ouvir da Maria porque nunca tenho cuidado com as nódoas.
Eis que então chega El-Rei D.Sebastião com o cesto. A olhar para todo aquele cenário com uma cara de pânico a pensar que todo aquele sangue me iria matar ou coisa que lhe valha e a falar rapidamente coisas sem nexo. Estava tão assustada que nem mandou a miúda da charcutaria que a tratou por tu para todo o lado.
Lá tive eu de fazer o curativo porque o segurança continuava de volta das luvas que não existiam, de comprar uns chinelos de praia porque as minhas sandálias estavam tão temperadas como uma salada de verão e de sair dali porque estava farto das entrevistas sobre o que me acontecera.
Tudo isto porquê? Porque não apanhei uma porra de um cesto quando lá entrei. Agora tenho um dedo todo negro cheio de golpes, uma cambada de dores e uma semana cheia de reuniões pela frente. Eu cheira-me que algum puto tirou um workshop de voodoo e que existe para aí um bonequinho de plasticina com a minha cara. Ou isso, ou é o meu azar típico a vir ao de cima.