sábado, 16 de abril de 2011

Deixei de acreditar em fadas.

Hoje foi inaugurado o trajecto que faltava à CRIL. Um projecto com 33 anos concluído numa altura em que o FMI diz que o país se fartou de gastar dinheiro em obras desnecessárias. Não que isso seja o tema deste post.
Ao ler notícias sobre esta inauguração nos jornais online, dei-me ao trabalho de ler os comentários. E, em vez de criticarem os sucessivos governos que adiaram a obra, o dinheiro mal gasto, o trajecto com defeitos e falhas óbvias para os moradores...nada disso! Uma autêntica guerra entre Norte e Sul devido ao pagamento de portagens. Do Norte queixam-se que pagam SCUT's e portagens, no Sul queixam-se das pontes e dos acessos a Lisboa. E assim começa uma troca de acusações de parte a parte, algumas com sentido, outras nem por isso.
Como esperam que este país chegue a algum lado? Somos um país pequeno em dimensão que continua cheio de mini-fronteiras dentro de si. Onde as pessoas só querem viver rodeados dos seus. Onde o clubismo e o bairrismo são mais fortes que o orgulho nacional.
Já afirmei isto tantas vezes: os grandes culpados do estado deste país não são os seus governantes, mas sim o povo. Um povo que acumula defeitos e ignora qualidades. Um povo que luta por um campeonato de futebol como se não houvesse amanhã, mas não sabe lutar pelos seus direitos. Um povo que grita pelas ruas apenas quando as injustiças lhes tocam directamente. Um povo que sabe criticar, mas não sabe solucionar.
Enfim, um povo que merece o que lhe está a acontecer.

domingo, 10 de abril de 2011

No fim de contas...o fim das contas.

Ora, não querendo ser eu o Velho do Restelo desta blogosfera, eu avisei, não avisei. A luz ao fundo do túnel era mesmo um comboio. Daqueles antigos, que eu não gosto de modernices, tipo TGV.
As eleições vão ser uma palhaçada. Das grandes. Sócrates (de papo cheio depois do FMI lhe ter dado razão) contra Passos Coelho (aquele que passou de grande libertador para o bode expiatório de toda esta trama). Os outros fazem peso. Ou possíveis coligações.
E o povo, pá? (sim, plágio em grande estilo) Será que vai cair no conto do vigário e reelege o José? Será que vai dar maioria absoluta a quem foi acusado de ser o pior ditador de Portugal desde Salazar?
Que alternativas existem? O que pode um partido ou um homem oferecer a Portugal? De que forma poderá isto ir ao sítio?
Portugal é um país de gente de brandos costumes. Fizemos revoluções com flores e depois deixámo-las a apodrecer. Em 77, apenas 3 anos depois do 25 de Abril, já cá estava o FMI. Esta é a sua terceira visita. O que me leva a pensar que eles não sabem bem o que fazem. Se fossem competentes, bastava uma vez. Ou então, continuam à espera de uma gorjeta.
E a Islândia? País nórdico, educado e de brandos costumes. Recusam-se a fazer o que o Governo quer. Recusam-se a pagar uma dívida que não é deles. Querem condições para viver. Fazem-se ouvir.
Por isso, o meu candidato para primeiro-ministro? A Bjork. Ao menos, se o país se afundasse de vez, tínhamos uma belíssima banda sonora.