quinta-feira, 14 de junho de 2012

Portugal, um país de machos

Sempre tive um grave problema em me afirmar como macho. Apesar de ter um metro e quase noventa, barba rija, pouco cabelo e uma barriga de fazer inveja a muito GNR, nunca consegui passar a imagem de macho.
"E o que interessa isso?" - perguntam os jovens leitores que ainda não tiveram um contacto com o país que nos rodeia. Tudo, quando vamos a uma oficina.
Sempre me stressou ir a uma oficina. Eu posso dizer que prefiro ir arrancar dentes, enquanto me queimam os testículos com ferros em brasa e me cortam as unhas com um aparador de relva, do que ir a uma oficina. Aquilo é sítio para tresandar a testosterona e outros fluídos emanados pelo corpo humano. E eu sou um bocado avesso a esses espaços.
Depois, vem toda uma questão de conversas. Enquanto esperamos pelo atendimento, fala-se de coisas machas: touradas, futebol, gajas e diz-se mal dos políticos. Ora, não gosto de touradas e acho aquilo um espectáculo bárbaro e medieval. Não gosto de futebol, porque acho que pagar balúrdios a 11 manos que sabem correr atrás de uma bola é um bocado vá...estúpido. Gajas até gosto, mas sou casado e acho que falar de outras mulheres é uma certa forma de traição. Dizer mal dos políticos...nessa sou um perito, mas não consigo abordar a questão, porque há sempre uma conversa de bola, tourada ou gajas.
Quando finalmente sou atendido, começa a humilhação:
- Então, o que tem o carro?
- É aquela peça ali, que está a fazer um barulhinho e que não me permite fazer coisas que o carro faz.
- Portanto, o motor...
E nesse momento, junta-se à minha volta um monte de mecânicos que se riem apontando para mim, o parolo que não sabe o nome das peças do carro. (pelo menos, isso acontece no meu cérebro, já de si poluído pelos fumos e pela testosterona)
Hoje perdi 90 minutos da minha vida a identificar a peça do carro que não funcionava antes de ir à oficina. E descobri que o meu "amortecedor de tampa" (aquela coisa que faz com que a porta traseira abra e fique aberta sem nos bater na cabeça) estava avariado. Chego de peito firme à oficina, sobrevivo à conversa da bola (por sorte ouvi na rádio que Portugal ganhou e deu para meter o comentário: "Então, e Portugal, hã?"), dirijo-me estoicamente ao mecânico e digo, que nem o macho que sou:
- Preciso que me troque os amortecedores de tampa! - enquanto bato com a mão de forma macha no balcão e espero a ovação de pé dos mecânicos.
- E qual é o carro? - diz o mecânico, indiferente ao meu odor de macho.
- Um Corsa. - MACHO!
- De que tipo?
- FDX...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cenas dos capítulos anteriores...

Bom, considerando que deixei esta coisa ao abandono, as duas pessoas que ainda perdiam a sua juventude a ler este blog ficaram sem novidades da minha pessoa. Por isso cá vai, em jeito de recap das séries amaricanas:
1 - O meu cabelo continua teimosamente a cair. É um facto. Não sei porquê, eu não lhe fiz mal nenhum, no entanto...
2 - Descobri que a pele humana é verdadeiramente fascinante. Que é como quem diz, tenho uma nova micose, ou alergia, ou eczema, ou lá o raio. E para todos aqueles que ficaram com a imagem do meu escroto na cabeça, não é aí. E o meu escroto é muito mais bonito do que isso que vocês imaginaram.
3 - Ainda não desmembrei nem assassinei nenhum aluno. Por muita vontade que tenha, lembro-me das famosas palavras do Confúcio: "A prisão alarga o ânus."
4 - A minha mulher continua a  merecer um Nobel da paciência, pois ainda me dá amor todos os dias. Claro que eu reclamo que eu queria mesmo era "o amor" todos os dias, mas ela chama-me nomes e vira-me costas. Tudo uma questão de Zen.
5 - Estou cada vez mais um velho rabugento, daqueles que gostam da mantinha pelas pernas num Sábado à noite e que reclama porque não dá nada de jeito no televisor. E irritam-me as pessoas que têm uma vida social, porque "nos meus tempos não havia esta pouca vergonha".
6 - Como já deu para perceber, ignoro um bocadinho o Acordo Ortográfico. A minha mãe sempre me disse que eu tinha a mania de contrariar.
7 - Ganhei o hábito de fazer listas com números a ilustrar aspectos da minha vida.
8 - A minha gata está com o cio há uns bons três meses. É provavelmente a badalhoca mais oferecida que eu já conheci...tirando algumas colegas de trabalho.

Podia continuar eternamente, mas preciso de guardar temas, porque isto de fechar blogs duas vezes no mesmo ano é capaz de criar brotoeja e já me basta a micose que tenho no...

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pior que o Dino Meira...

Olá, o meu nome é Vitor. Sou um blogólico anónimo.
Sinto saudades deste espaço. Sinto vontade de o reabrir, de partilhar com o mundo as experiências e as idiotices que sucedem na minha vida. Sinto saudades de comentários e de me sentir lido.
Por muito que me tenha separado deste cantinho, existe sempre uma força invisível a arrastar-me para aqui, a esbofetear-me e a dizer: "Deixa de ser larilas e escreve alguma coisa!". Ora, eu não gosto de ser tratado pelo meu nome do meio, por isso resolvi voltar, limpar o pó à casa e aspirar os pêlos dos gatos (raio de mania de se deitarem em cima do blog).
Preparem-se para mais relatos cheios de emoç...interes...coisas!