sexta-feira, 22 de outubro de 2010

AVISO: Post cheio de linguagem menos própria para menores e pessoas sensíveis.

Começa então. Os pais a dizerem que os meninos são os maiores, que não merecem apanhar um professor tão exigente, que eles na realidade são anjinhos e que o professor é que é um mauzão. Epá, eu acabei de recuperar de uma amigdalite, descobri que a Segurança Social não me vai pagar os dias que faltei, estou enterrado em trabalho e reuniões e descobri vai para cinco minutos que o café acabou cá em casa. Por isso, estou extremamente irritado, aborrecido, furioso e perturbado. Cansado, massacrado e abusado.
Quando estes putos chegam ao 5.º ano, estão tão habituados a serem tratados como os maiores pelas suas professorinhas primárias que pensam que vão ter o mesmo tratamento. Infelizmente, para eles, apanham de frente um professor com 1m87 e pouca paciência para mariquices e mimos. E são tratados tal como devem ser. Como pessoas que estão ali para aprender. Não são meus filhos. Eu não quero saber das suas vidas. Eu quero que eles aprendam o que ensino. E desde já digo que a lição mais valiosa que ensino é a educação em si. Respeitarem os adultos, cumprirem regras e saberem estar em público.
Eu não tenho filhos. Quero ter filhos, mas ainda não tenho. Por muitas e variadas razões. Mas uma das principais é a seguinte: eu tenho uma objectivo em relação ao que quero de um filho: quero o melhor para ele. Nem que esse melhor seja levar nas orelhas para aprender a estar calado numa sala de aula. E não quero cá as balelas do que é justo ou não é justo. Eu levei chapadas por não saber responder a perguntas. Estes putos de hoje levam Playstations quando chumbam de ano, porque os paizinhos acham que os seus meninos são os maiores e os professores é que são uma cambada de preguiçosos que não compreendem isso. A ignorância é uma arma muito poderosa.
Por isso, a todos esses pais eu tenho uma mensagem simples. Parem de me f*"#$ a cabeça. E parem de f*"#$ de todo. Porque este país e este mundo já têm a sua dose de idiotas. E nós não queremos mais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paciência de santo

Imaginem o que é a vida de um professor. Todos sabemos que é má (ou boa, consoante a pessoa que esteja metida nesta conversa) e que falta um pouco de tudo para que isto seja a vida que muitos (os da conversa anterior) imaginam.
Pois bem, hoje aconteceu-me uma que foi totalmente inédita em todos os anos em que dou aulas. Depois de ter explicado a uma das minhas turmas o Reino Unido e os países e as capitais e tudo e tudo e tudo...ouço da boca de um aluno a seguinte frase:
- Ó professor...lá no UNITED PINGPONG eles falam Inglês, não é?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Podia, pois podia...

Estou farto de fazer promessas interiores. Sou um espécie de político de mim mesmo. Prometo que vou começar a fazer assim ou deixar de fazer assado para depois nunca o fazer.
Decidi ser mais calmo este ano lectivo, deixar de ser picuinhas, calar-me e abanar a cabeça em concordância...enfim, resolvi tornar-me português.
Lá fui conseguindo durante o mês de Setembro. Ficava no meu canto, ajudava quem precisava de ajuda, fazia o que tinha a fazer e mais outras quinhentas coisas, e sempre com um sorriso e uma palavra amiga.
Raios parta a condição humana que me obriga a tomar uma atitude. Estava tão bem a ser pisado por todos. A sério que estava. Estava no auge do meu masoquismo. A um passo do nirvana orgásmico.
O que é que me fez voltar? Qual foi o episódio que despoletou todo o meu mau feitio? Quem terá cometido um acto de tal vilania? Pois, meus amigos, eu partilho. Sabem que eu sou pior que certas vizinhas. Não guardo nada para mim.
Imaginem que os astros estão alinhados a vosso favor. Tudo corre de feição. Até ao momento em que sou elogiado pela minha maior arqui-inimiga. E aí chega! Um homem tem de estabelecer limites. E eu também. Por isso, em resposta ao seu elogio, agarrei-lhe nos cabelos e inseri-lhe o crânio num monitor de computador para que aquilo acabasse logo por ali. Depois meteram-me numa camisa branca muito bonita, cheia de fivelas.
Começo a assustar-me com os meus momentos J.D.