segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Como acabar um Ano em beleza

É hoje. O fim do ano de nosso senhor (obviamente que me refiro ao nosso governante Sua Excelência, Senhor Engenheiro, o Primeiro Ministro José Sócrates) de 2007. Foi um ano giro em que comecei a blogar neste espaço, em que me dei a conhecer a algumas pessoas que não têm mais nada que fazer a não ser olhar para um monitor de um computador e ler as parvoíces que aqui escrevo. O ano em que alarguei a minha rede de amigos (dito assim é tão adolescente…tipo HI5 e essas tretas para engatar e parecer cool), conhecendo alguns dos bloggers que para aqui pululam.
Foi um ano em que, como qualquer pessoa desequilibrada que se preze, tive várias mudanças de humor. Tão depressa era um Eskisito engraçado como um Eskisito crítico e mordaz (hahahaha, este gajo é mesmo cómico), um Eskisito triste com a vida e queixoso que nem uma menina, enfim…um Eskisito que, tal como todos os outros, vive num país que não ajuda em nada uma pessoa a ser normal.
E todo este discurso serve para quê, pergunta o leitor destas palavras. Porque amanhã começa um novo ano. Porque amanhã vou acordar cheio de fé e esperança que talvez seja desta vez que a minha vida mude. Eu sei que cliché maior é impossível. Quero apenas acreditar que tudo pode mudar. Que eu posso mudar a minha vida.


O blog Eskisito Rules e o seu autor desejam a todos os seus leitores que 2008 seja mesmo um ano cheio de mudanças. A começar pelo nosso senhor.


sábado, 29 de dezembro de 2007

Resoluções de Fim de Ano e alguns desejos…

Chega aquela altura em que fazemos uma análise cuidada de tudo o que se passou na nossa vida no último ano (a minha foi rápida, este último ano foi uma valente trampa líquida e mal-cheirosa) e de tomarmos aquelas resoluções que duram dois (com sorte três) dias. E, claro, de formular os desejos que vão custar tanto a serem realizados como a engolir as passas que os acompanham.
No campo das resoluções, este ano tenho apenas duas: ficar rico e mudar de emprego…e mudar de terra. Três, afinal são três: ficar rico, mudar de emprego e mudar de terra…e comprar um computador novo. Quatro, são quatro: ficar rico…
Vamos começar de novo. Tenho algumas quantas resoluções que espero mesmo que se concretizem. Mas aproveito sempre para fazer uns quantos desejos, que não sendo de influência directa na minha vida, acabam por me trazer alguma paz de espírito.
Por exemplo, acabar com as publicidades parvas que pululam na TV. E acabar com os programas de treta que pululam na TV. E acabar de vez com a TV portuguesa que pulula na TV portuguesa.
Outro bom exemplo é acabar com os todos os condutores de automóveis que tenham menos de 23 anos e mais de 55. Assim, sempre conseguia conduzir com alguma segurança. E com todos os idiotas que pensam que os faróis de nevoeiro servem para parecer “cool”.
Gostava também que todos me tratassem por Mestre. Ficava bem e caía que nem ginjas com o meu ego. Aliás, continuo tentado a mudar o nome do blog para Mestre Eskisito Rules. Manias.
Ah, e já agora, acabar com todos aqueles idiotas que escolhem o dia 1 para deixar de fumar. Sim, como se a ressaca não fosse suficiente, ainda querem deixar de fumar num dia em que não se passa absolutamente nada a não ser ver filmes, com o rabo bem fixo no sofá, com o mínimo de luzes possível e essas coisas.
Ficam os pedidos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Em atraso...

Eskisito. Eskisito é o blog de um professor, que o é por vocação, mas que como muitos outros neste país, nem sempre consegue ser colocado, e se vê obrigado por isso a ter que fazer outros trabalhos para os quais não está vocacionado. O seu blog, conta-nos experiências do dia a dia de professor, e também de outras profissões, quando a isso se vê obrigado. Enternecedor o amor pela sua Maria - a esposa . Um blog de Elite


São palavras da Elvira, que acha mesmo que o meu blog vale alguma coisa de jeito. E tenho de lhe agradecer tão bonitas palavras sobre a minha pessoa.


Ditam as regras que tenho de atribuir este prémio a 5 bloggers. Logo, cá vai:


- O Consultório da Maria. Eu sei o que vocês estão todos a pensar. Ou ele dá o prémio à esposa, ou então leva porrada. Não deixando de ser verdade, acho mesmo que a sua visão das coisas é verdadeiramente fabuloso e fascinante. Como tal, merecedora deste prémio.


- Dualidades. Aquele blog recente que qualquer dia tem mais visitantes que eu. Coisas que me irritam, mas que tenho de reconhecer como boas.


- Rafeiro Perfumado. Acho que ninguém tem dúvidas sobre a genialidade deste senhor e do seu blog.


- Bom Jardim. Um blog de um senhor do norte que tem uma vida preenchida de muita acção e emoção. E que obviamente tem um blog dito de elite.


- Hydragirum. Um blog que me tem surpreendido de uma forma fantástica. E só pelo facto de ter o Stewie no template fez de mim um fã.


Posto isto, tenho de responder a um desafio proposto pela Mim (ex-Thunderlady) sobre coisas materiais e tal.


5 bens materiais QUE TIVESTE NO PASSADO. Já não os tens e sentes saudades ou nostalgia por eles.

1 – Juízo. Eu sei que não conta bem como objecto material palpável, mas faz-me falta.
2 – O meu Corsa. Primeiro carro. Primeira sensação de liberdade.
3 – Livros, CD’s e DVD’s que emprestei. Não percebo a razão pela qual não os tenho e sinto saudades deles.
4 – Uma lareira. Estes dias de Inverno fazem-me sempre pensar nisso.
5 – O meu sobretudo cinzento. Lembra-me muito bons tempos.

5 bens materiais QUE POSSUIS ATUALMENTE. Que mais gostas e não vives sem.(opcional: porquê?)

1 – Livros, CD’s e DVD’s. Os que ainda não emprestei. Experimentem trabalhar longe de casa e não ter TV Cabo.
2 – Na senda do anterior, o meu autorádio com leitor de Cd’s.
3 – O meu telemóvel. Eu sei, mais barrão é impossível, mas necessito dele (mais pelos jogos que pelo manter-me em contacto)
4 – Internet. Acho que já não sou capaz de viver sem esta aquisição.
5 – Os gatos não contam, pois não?


5 bens materiais QUE PENSAS EM ADQUIRIR. Nos próximos 5 anos.(opcional: porque não os adquiriste antes?)

1 – Uma casa. Porque isto de pagar rendas está a ficar cansativo.
2 – A segunda série do Lost. Ainda não comprei porque ando a ver se uma alma caridosa me oferece.
3 – TV Cabo. Ou isso ou uma camisa de forças.
4 – Os meus 4000 e tal livros que me faltam na biblioteca.
5 – Um carrito a GPL. Porque a gasolina está cara e eu não gosto de andar a pé.

5 bens materiais QUE GOSTASTE DE OFERECER. A cinco pessoas diferentes.(opcional: porquê?)

1 – O anel de comprometido à minha esposa.
2 – O anel de noivado à minha esposa.
3 – A chave do carro quando ela tirou a carta.
4 – A Casa dos Espíritos quando ela fez os 19 anos.
5 – O raio da mala da Pucca, senão ela não se calava com isso.
(O quê? Era a pessoas diferentes…ups!)

5 bens materiais QUE SONHAS TER. Mas que sabes não vir a adquirir.

1 – Uma mansão com todas as comodidades que me possa lembrar.
2 – Uma carpintaria. (nem perguntem)
3 – Um BMW novo. Mas mesmo novo.
4 – Um computador topo de gama cheio de mariquices.
5 – Um canal televisivo.


E pronto. O que tinha em atraso já está posto em dia.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Last Christmas…I gave you my stomach…

Resultado de um Natal em Tournée. Bom, apesar de tudo. A minha querida esposa está com uma espécie de intoxicação alimentar/gastroenterite. No dia 24 foi um fartote de comida, uma verdadeira mesa alentejana, repleta de tudo o que é bom e faz salivar um homem. Mas, como resultado de tudo isto, tenho aqui ao lado uma mulher que parece um verdadeiro manequim de loja…calada, branca e quieta.
As famílias estavam bem e os doces estavam demais. Apesar de não ser guloso, fartei-me de ganhar aquele peso extra das festividades, mas como sou homem não quero saber…hehehe.
No capítulo prendas (sim, já sei, o Natal é uma altura de paz, felicidade, família…yeah right), recebi umas quantas que me fizeram feliz. A minha querida esposa ofereceu-me a fabulosa autobiografia dos Monty Phyton escrita pelos Monty Phyton. Uma daquelas prendas que faz com que os 9 anos em comum façam todo o sentido. (tá bem, se ela me oferecesse um par de meias eu ia adorar à mesma, mas convenhamos que esta prenda foi mesmo muito boa).
Recebi também umas prendas que me deixaram feliz, mas que não foram ofertadas pela minha mulher. De sublinhar a 1.ª e a 3.ª séries do LOST. E, tenho de fazer aqui a minha homenagem a quem me ofereceu a 3.ª série: GRAÇA, ÉS O MAIOR!!! (não sei se repararam, mas ficou a faltar-me a 2.ª série. Logo, sintam-se à vontade…)
Recebi uns cheques-brinde na Fnac que também vão reverter para a aquisição de cultura cá para casa. Uma moldura gigante que me está a partir a cabeça em termos de decoração, mas que adorei (obrigado Ninica e Livreiro), um fondue de chocolate muito fixe, roupa, chocolate para alimentar um exército, aéreos que são sempre bem-vindos. E algumas peças que não consigo caracterizar, mas que também adorei.
Ou seja, até foi um Natal bastante lucrativo. Ah, e a família e isso.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Hoje começa a tournée de Natal que já começa a tornar-se rotineira. Primeiro Elvas, depois Coruche. Ou seja, a partir de hoje, este blog vai ficar com os votos de um Feliz Natal que se devem prolongar até ao dia 26. Mas, não chorem leitores do meu coração, porque virei carregado de prendas para vos dar depois deste Natal.
Por isso, Feliz Natal a todos e que recebam aquilo que mais desejam (esqueçam o Euromilhões que esse é mesmo para mim).
Beijos e Abraços.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Porta Fechada

Como pessoa informada, tomei conhecimento do novo projecto de apoio ao Arrendamento Jovem proposto pelo governo do José. Chama-se Porta 65 e abre a hipótese de uma pessoa com menos de 32 anos se candidatar. O seu predecessor, o extinto apoio do IAJ, só dava até aos 30. Ora, eu como pessoa dotada do dom da inteligência e a aproximar-me perigosamente dos 30 anos, julguei encontrar aqui a solução para os meus problemas.
Dirijo-me ao site em questão e descubro que a candidatura só pode ser feita através da Internet. Tudo bem. Será uma tarefa fácil.
Deixa cá ler isto com atenção. Ora, devo consultar isto e isto. Está bem. O QUÊ!? Tenho de ter uma renda de 180€ para um T1? Então eu pago 250€. Mau, isto não me parece bem. Deixa cá ler isto melhor. Pode ser que dê à mesma. Todos os documentos têm de ser enviados em formato PDF, a preto e branco, com 200dpi. Eu nem sequer sei como gravar em PDF, quanto mais gravar isto com 200dpi.
Resolvo todos os problemas dos PDF’s e começo a apresentar a candidatura. Primeira página. Aquela dos dados pessoais.
Ora, inserir o nome…ainda sei esse, morada…o que é isto? Actualizar morada…hã…tenho de inserir o distrito...concelho…freguesia…artigo? Que raio é o artigo? Ah…está no contrato…como não existe? O meu prédio não existe…então onde é que eu estou?...isto deve ser erro…deixa-me lá tentar outra vez…não existe mesmo…e agora?
Sou sincero, ainda dei uma volta pelas outras páginas. E ainda tentei pôr mais umas coisas. Ao gravar, aquilo diz-me que já existe uma candidatura no meu NIF. E aí eu desisti.
Estou a imaginar os pobres coitados que nem sequer têm dinheiro para ter um computador (visto que isto é um apoio para gente sem dinheiro), que ficam com cara de parvos a pensar o que raio é um PDF, e que tentam arranjar tudo como deve ser para o sistema dar erros como me deu a mim que até percebo alguma coisa disto.
Simplex my axx. Isto é o demónio disfarçado. Se não queriam dar o apoio, acabassem com ele de vez. Isto é mesmo mais uma estupidez do governo do José.

O mais engraçado é que com os mesmos dados que tentei inserir nesta Porta 65 consegui aprovação no IAJ. Pois é…o meu prédio existe mesmo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Sumário

Ora, tenho de passar por aqui e fazer um resumo do resultado de mais um momento na minha tournée “Conhecer bloggers em carne em osso”.
Desta vez calhou à Vera, mais conhecida por estas bandas como Azul. E, não só tive direito de conhecer mais um blogger, como pude conhecer toda a sua família.
O Azulão é totalmente diferente do que pensava. Ora, a Azul fala no seu homem que joga Futebol Americano, desporto que todos nós sabemos é apenas um joguinho para pessoas com um corpinho bem feito. Assumi, erradamente, que este senhor seria um verdadeiro brutamontes na verdadeira acepção da palavra. Precisamente o contrário. Mais simpático era impossível. Ternurento…acho que é essa a palavra. E, descobri que ele sofre, tal como eu, por aturar certas e determinadas coisas que só uma esposa pode fazer.
Os Azulinhos são provavelmente os putos mais bonitos que existem para aí no mercado. Agitados como qualquer miúdo, mas divertidos e risonhos. Tirando a parte em que o Azul mais velho me tentou estrangular. Mas, pronto, a gente perdoa.
Fica para o final a Azul. Um turbilhão de emoções vive em permanência naquele corpo. E é impossível não ficar a gostar automaticamente desta mulher. Divertida, amável, directa e simpática, é uma mistura de especiarias que nos deixa um excelente sabor a amizade passados poucos minutos.

Fica a nota que conheci dois bloggers. Sim Azulão, porque tens mesmo de começar a escrever no teu Pirata.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Eu cá sou punk...

Estava eu ontem no Modelo (Belmiro, paga-me a publicidade gratuita) na caixa para pagar o meu boneco de neve todo fofinho e as batatas para assar. Depois de pousar as coisas no tapete reparei que à minha frente estavam dois punks, com as rastas e as cristas e as roupas cheias de remendos e os alfinetes…bom, vocês já perceberam.
Os jovens estavam a comprar uns víveres e, claro, cerveja a rodos.
Quando chegou a altura de pagar, a jovem funcionária da Sonae (€) pergunta cheia de fé: “Tem o cartão do Modelo?”. A minha cabeça fez um filme desgraçado cheio de pensamentos anarcas e frases contra o sistema e contra o consumismo…até que o punk da frente saca do Cartão do Modelo(€) da sua carteira de pele. E pede para lhe descontarem 25 cêntimos…
Tudo bem, posso ser eu que sou intigo, mas já nem os punks são o que eram.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Parabéns alentejaninha

Hoje é um dia de festejo, porque uma menina pequenina alentejana faz anos.

Não adivinham quem é?




É torta que nem um garrocho. Mas eu não consigo viver sem ela.

Parabéns meu amor!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Há uma primeira vez para tudo

Cenário: Sala de aula numa aldeia pacata
Intervenientes: Eu e uma turma de 1.º e 2.º ano
Tema: O Natal

Professor (tipo, eu) - E então, devido ao nascimento deste senhor, temos direito a férias.
Turma - Yupi e tal.
Professor - Agora, vamos fazer o exercício da página XX para pôr em prática o vocabulário que aprendemos.
Aluno 1 - Qual é a página, ticher?
Professor - XX
Aluno 2 – Qual é a página, ticher?
Professor – XX


Aluno 3 – Professor, eu não posso fazer isto.
Professor – Porquê?
Aluno 3 – Porque sou de uma relgião diferente.
Professor – Quê!?
Aluno 3 – Porque sou de uma relgião diferente.
Professor – Espera…tu és de uma região diferente, ou de uma religião diferente?
Aluno 3 – Isso, de uma relgião…sou dos Jvás.
Professor – Jeovás?
Aluno 3 – Isso.
Aluno 4 – Eu também sou dos Jeovás e posso falar do Natal.
Aluno 5 – Eu também.
Professor – Ora, agora vais fazer um desenho até ao fim da aula. E avisa os teus pais que a semana toda vai ser dedicada ao Natal. Portanto, mais vale não vires.
Aluno 3 – (expressão de não percebi nada do que se passou, mas está bem)

Nunca me tinha acontecido tal coisa. Nem sequer sabia que os Jeovás não comemoravam o Natal. Mas, ao que parece, podem gozar as férias do Natal e receber o subsídio de Natal sem grandes culpas morais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

Os homens, os gases e as escolhas fáceis...

Enquanto professor formado no século passado, acredito na educação não permissiva dos comportamentos ditos “anti-sociais”. E, como prova disso mesmo, aconteceu-me uma dessas situações, onde tive de fazer uma escolha: ou tinha uma atitude que condenasse o acto, ou então era traído pelo ser humano que existe em mim.
Um dos meus alunos enquanto estava à porta da sala esperando autorização para entrar, resolveu presentear os elementos da sua turma com uma flatulência de odor bastante acre. Por seu azar, eu ia a passar por eles e, para meu azar, senti a brisa anal que me fez lacrimejar de dor intensa.
Quando ia iniciar a minha abordagem pedagógica, salientando que a sua atitude não tinha sido a mais correcta, devendo guardar para quando estivesse só as suas ventosidades, um dos seus colegas abordou a questão de outra forma bem mais simples: “Cheira mal!”.
O meliante em causa acaba todo o seu acto vil e fedorento com o comentário: “A culpa é da comida da cantina, não é minha!”.
A abordagem pedagógica encontrou a parede do riso e foi facilmente apagada do meu cérebro enquanto continuei a caminhar como se nada se tivesse passado. Foi uma escolha fácil.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mau, tu não queres lá ver…

O ano passado fui acusado de ser cruel e desumano para os meus alunos, que não os tratava como as crianças que eram, que não lhes sabia agradar e não ligava aos seus sentimentos. E?
Pois é, aqui o menino é mesmo uma besta e nunca ligou nenhuma a aluno nenhum, não se envolvia emocionalmente com raio de puto nenhum e não queria mesmo saber se estava a magoar os sentimentos de alguém (nesta altura todos os psicólogos que lêem este blog estão a esconjurar-me para o Inferno). Se quisesse tratá-los bem tinha ido para médico (piada fácil e previsível).
Então não é que hoje vi uma das minhas alunas a chorar e fui ter com ela? E estive com ela sentada na minha perna (poupem-me as piadas pedófilas) a perguntar-lhe o tinha acontecido e fiquei mesmo a ouvi-la com atenção enquanto ela delatava os colegas. E não é que lhe sequei as lágrimas e lhe dei um beijo na testa para ela ficar melhor?
Será que ganhei um coração? Será que estou a ficar lamechas? Será que é desta que tenho de ir para a tropa para me tornar um homem com O grande? Não percebo…

(claro que os miúdos que a puseram a chorar foram um bocadinho amassados no intervalo…não queiram milagres!)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

3 anos depois…

Minha querida Maria:

Faz hoje três anos que disse que sim. Que aceitei ter uma marca no corpo que me confirmasse o que já sabia há 6 anos. Que quero passar o resto da minha vida contigo.
Quero estar contigo. Quero partilhar contigo tudo o que faço e tudo o que sinto. Quero saber que te interesso e que te faço feliz.
Quero viajar contigo. Quero ver mais coisas e descobrir mais lugares. Quero adormecer a teu lado todos os dias a dizer que te amo e acordar todos os dias a beijar-te.
Quero estar sentado ao teu lado no sofá enquanto vejo mais um programa parvo com pessoas a cantar mal. Quero descobrir músicas e filmes contigo. Quero perder o meu tempo a olhar para ti.
Quero ouvir-te cantar, quero ver-te sorrir, quero ter-te. Quero saborear as coisas contigo, quero beber o copo de vinho ao teu lado, quero sentir o teu cheiro.
Quero pendurar a roupa contigo a rires-te de mim. Quero cozinhar para te ouvir dizer que não é bem assim. Quero lavar-te o corpo no duche. Quero ver-te enquanto te vestes de manhã sempre a resmungar que não sabes o que vestir.
Quero que saibas que te amo.
Parabéns meu amor. Este dia é nosso.

Call me but love...

A refeição de hoje...

...é mais um aperitivo que outra coisa qualquer...



Provem

domingo, 2 de dezembro de 2007

A minha vida, o mundo e essas coisas todas...

Por vezes sinto-me inquieto, perdido e sem ânimo para todas as coisas da vida que me rodeia. Mas, pondo as coisas em perspectiva vejo que até sou muito felizardo. Como a minha querida Maria diz, sou um coração de manteiga. Derreto-me com todas as coisas típicas: os animais abandonados, o pessoal com doenças, as vidas piores que as minhas.
Esta introdução serve para explicar duas coisas. A porra da minha vida anda um caos em termos de tempo. Para além de passar a minha semana fora de casa, tive este fim-de-semana, até agora, entregue ao computador a fazer as avaliações das minhas 7 turmas. Ora, grande coisa dizem vocês. São só 140 alunos (um avaliação por aluno) e 7 avaliações globais das escolas. Isso faz-se com uma perna às costas. E, por acaso, até fez. Foi só mesmo o tempo que me demorou a fazer isto que me chateou.
Afinal, o que é que isto tem a ver com o mundo, a vida e as coisas. Nada. Apeteceu-me apenas falar nisto.
O real tema deste post é mesmo a condição do mundo em que vivemos, a vontade que tenho de fazer algo de positivo por ele, a sorte que tenho em ter a vida que tenho quando sei de casos bem piores que o meu. A vontade que tenho de mudar, a vontade que tenho de beijar a minha mulher…(já está)…, a vontade que tenho de dizer mal do pessoal que ontem foi entrevistado sobre o nacionalismo e o facto de “sermos portugueses e com orgulho”, quando em Espanha se vive bem.
Novamente, o que raio tem isto a ver com alguma coisa? Nada. Hoje liguei o modo de dizer parvoíces e estou activo. Vivo. Sei que provavelmente a grande maioria dos que ainda lêem este blog estão a pensar porque raio vêm aqui.
Hoje estou feliz. É estúpido, mas estou. Tenho 10 euros na conta, só vou receber no dia 10, preciso de parar em casa para curar o raio da constipação, preciso de arranjar um emprego novo que me permita pensar em ter filhos e comprar uma casa, preciso de arranjar dinheiro para converter o meu carro para GPL para não andar a gastar balúrdios em gasolina, preciso de tempo para mim para saber o que raio fazer da minha vida…e, no entanto, estou feliz.
A loucura bate-me à porta devagar, sabendo que eu a vou abrir de certeza.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Definição de simples


Depois de um mês a ensinar isto todos os dias e a certificar-me que eles sabem isto, se isto não for um exercício simples, eu mudo-me de profissão.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

As crianças, a inocência…a estupidez.

Enquanto educador das jovens mentes nacionais, tenho a mais pura consciência de que este país está condenado a acabar mais cedo do que esperamos. As crianças estão cada vez mais limitadas a um pensamento de “alguém há-de fazer por mim”.
Exemplo: “Turma, resolvam este exercício (que até é bastante simples) na página x.” Um silêncio aterrador fez-se na sala, o que é ate bastante estranho. “Perceberam o exercício?” Uma voz tímida faz-se ouvir: “Não”
Penso eu, se calhar sou eu que estou a exigir demais dos miúdos, afinal o exercício não é assim tão simples como isso, se calhar até vou explicar o exercício para que eles o resolvam sem dificuldade.
“Ora, então fazem isto e isto, desta forma específica, e depois de fazerem isto, já podem ligar isto a isto e já está” E o silêncio mantém-se. “Perceberam?”
Como é óbvio, a voz tímida fez-se ouvir novamente. E a minha paciência ficou no seu limite. Como bom educador que sou, resolvi explicar de uma forma diferente o exercício. “Ora…”
Enquanto explicava pela segunda vez o exercício, duas ou três vozes ouviram-se “Done”. Se alguém conseguiu é porque me expliquei bem, pensei eu. E a paciência foi de vez.
Como é que é possível que num exercício simples apenas dois alunos o percebam à primeira? Fiz então o teste com todas as turmas. Expliquei o exercício da mesma maneira. E uma das turmas que tenho percebeu tudo à primeira. Nas outras apenas um ou dois alunos. O que prova que o erro claramente não é meu.
Estão tão habituados a um ensino de treta, em que o papel deles é que é importante, em que aprenderem uma letra ou um número é uma conquista tão grande como chegar à Lua, para depois serem aplicadas lentamente ao longo de quatro anos na estupidificação do aluno.
Tenho uma aluna num 4.º ano a fazer currículo de 1.º. Como é que esperam que ela aprenda alguma coisa?
Tenho mesmo uma muita má esperança para estes miúdos…e para nós que iremos depender deles.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Prato do Dia

Hoje o prato do dia é Peixe Cru a precisar de Psicanálise


Para ler aqui.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ah pois é…

O pessoal já anda todo a dizer que eu não quero saber disto, que já não escrevo no blog, que sou um mau escrevinhador e tal…ninguém considerou que eu sou um homem (leia-se ser humano) e que tenho uma tendência para sofrer como todos os seres humanos.
Como diz a minha esposa, eu, de vez em quando, saco do catálogo e tiro uma doença, só para a chatear. Como ela me moeu muito na última semana, do catálogo saíram para este fim de semana, não uma, não duas, mas sim três doenças para ela se moer a tratar de mim (como se isso acontecesse, mas pronto).
Número 1: a minha constipação de estimação. Aliás a terceira constipação consecutiva que tenho este mês. O raio dos miúdos aparecem na escola com os narizes cheios de ranho, a tossir os pulmões para cima de uma gajo. Depois admiram-se que me acusem de ser mau professor porque afasto os putos de mim com um chapéu-de-chuva.
Número 2: Conjuntivite. Também causada pelos meus meninos. Nunca tinha tido uma treta destas na minha vida. Claro que agora tive logo nos dois olhos. O que causou um fim-de-semana em que não conseguia focar nada, em que nem a televisão conseguia ver sem que os olhos começassem a chorar que nem uma menina pequena que acabou de descobrir que não vai ser a Barbie quando crescer.
Número 3: o meu velho ferimento de guerra, a dor na omoplata direita, provocada inicialmente pela falta de jeito dos condutores dos Transportes Urbanos de Portalegre, e agora provocada pela tosse e pelo facto do meu automóvel se ter tornado no meu apêndice novo durante toda a semana.
Neste momento já consigo focar, a tosse acalmou e um fim-de-semana no sofá conseguiu acalmar-me a dor nas costas. Ainda bem que amanhã vou voltar para o meio dos vírus…perdão, para o meio dos meus alunos.
E eu que nunca tive varicela…

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A pedido da esposa...

Querido Pai Natal:

(acho mesmo que esta história de chamar querido a um gajo vestido de vermelho com ar de avô cantigas...pois)

Eu, este ano, até me portei bem. Isto se estiver a ser avaliado pelos 10 mandamentos. Se for pelos 7 pecados mortais, podes já amachucar a folha.
Por isso gostava de pedir umas coisas…pequeninas. Gostava que me desses uma maravilhosa conta bancária. Uma coisa para aí a rondar os milhões, para que eu nunca mais tivesse que ver um miúdo que não fosse meu filho à frente.
Espera aí…eu acho mesmo que isso é a única coisa que me faz falta. Se tivesse dinheiro não me moía com mais nada, visto que tenho tudo o resto.
Ah, e uma moca de Rio Maior para dar uma carga de porrada na minha mulher devido aos seus desejos lascivos pelo Sawyer.

Como acho que acabar esta carta com beijinhos seria um pouco a dar para o estranho, gramas com o abraço e poupa.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

E o prémio vai para...


OK, a escolha da foto não foi tão aleatória como isso (aliás nunca é). E, duas pessoas acertaram na resposta.
A primeira foi a Dina. Porque acertou no filme que tornou o carro popular:
Christine, o Carro Assassino

Agora, quem me deixou de boca totalmente aberta foi mesmo a Rita. Porque acertou no modelo exacto e no ano de produção (coisa que nem eu sabia e que tive de andar à procura na net).
Sim, o carro é mesmo um Plymouth Fury de 1958.

A estas duas grandes senhoras da blogosfera os meus parabéns. (prémio...qual prémio...eu não me lembro de ter falado em prémios...hehehe)


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Faróis

Não, não me estou a referir aquela parte do corpo feminino de forma mais ou menos graçolas. Quero mesmo falar de faróis, daqueles dos carros.
Quando eu tirei a carta, ensinaram-me montes de coisas sobre faróis. E como tinha mesmo de memorizar aquilo tudo sob pena de perder mais um pipa de massa devido a um chumbo, decorei de forma competente toda e qualquer regra sobre os mesmos. Claro que a idade pesa e o espaço ocupado com este género de informações serve agora para outras coisas.
Mas, de vez em quando, tenho umas reminiscências sobre o tema. Por exemplo, quando ligamos os faróis de nevoeiro é porque está a acontecer o quê? Deixem-me adivinhar…NEVOEIRO! Não é porque está a chover, não é porque é cool ter mais uns faróis ligados, não é porque estão parvos e não sabem fazer nada que se aproveite e resolvem chatear um gajo uma viagem inteira com o raio dos faróis a baterem-lhe no espelho retrovisor. Eles chamam-se faróis de nevoeiro por algum motivo.
Já agora, outra coisa que me aflige…o raio dos mínimos não são apenas para usar quando o carro está parado? Porque o pessoal parece que se convenceu que é para usar quando está a amanhecer ou anoitecer, ou então com más condições atmosféricas (tipo NEVOEIRO).
Posso estar enganado…mas não me parece.

Passatempo: Qual o carro retratado na imagem deste post?

Ao almoço...

Um pratozinho de Peixe Cru temperado com umas pitadas de Altruísmo

A não perder...aqui.

domingo, 18 de novembro de 2007

Eu sabia

Esqueci-me...pois foi. A Maria Cunha tinha-me desafiado para os três filmes relacionados...desculpa amiga.
Não foi fácil a escolha, mas acabei por escolher os seguintes:
- Amor cão+21 gramas+Babel
ou
- Pollock+Picasso+Shine
ou
- Big Fish+Moulin Rouge+Amelie
ou...ou..ou...
Escolham...


sábado, 17 de novembro de 2007

O post atrasado

De vez em quando, lembro-me de algo que me esqueci de fazer. Das vezes em que me esqueço de levar o lixo à rua (que os gatos adoram que aconteça e têm aquele hábito irritante de romper o saco e transformar a minha casa numa lixeira, mas isso agora não vem ao caso), das vezes em que devia estar calado sobre determinada situação (porque a minha querida esposa já me tinha avisado umas quantas vezes para não mencionar nada, mas eu esqueço-me e digo o que não devia e depois são mais umas quantas semanas sem sexo)…
E claro, do facto de eu me esquecer de agradecer os prémios que me oferecem por ser tão bom…e desta vez esqueci-me de agradecer à Azul e à Thunderlady os prémios “Blog que vale a pena conferir” e “Blog escrito com amor”. Ora, convenhamos, um blog escrito com amor (o que não deixa de ser estranho, visto que eu uso o Word) tem de ser um blog que valha a pena conferir (nem que seja só pelas fotos de gajas nuas que eu aqui meto)…(o quê?...eu nunca meti aqui uma foto de uma gaja nua?...).
Devo então proceder ao acto de nomear pessoal. Embora acredite que vá contra as regras destes prémios, acho que qualquer blog é escrito com amor (e ódio, e inveja, e vaidade…e tal). Por isso, esta é mais uma daquelas nomeações colectivas (que incluem a Teresa e a Diabba…hehehe).
No “Blog que vale a pena conferir” (parece que estamos a falar de um balanço de contas), vou fazer o inverso. Estou farto de fazer publicidade aos blogs que estão aqui afixados de lado. Por isso, e visto ser um dos padrinhos da coisa (honorário…e devido em grande parte ao facto de ser casado com quem sou), nomeio exclusivamente para este prémio o recém-criado blog: “Dualidades”. Porque vale mesmo a pena conferir este blog, porque é bem escrito, porque é um projecto novo, porque sim.
Acho que não me estou a esquecer de nada. Ah! Falta responder ao desafio da página 161 proposto pelo Nélio do Und3rblog. Cá está: “BENKO móvel p/TV €99.90 Chapa de bétula e bétula maciça c/ verniz incolor.” Retirado do catálogo do IKEA de 2007. Como sei que isto já rodou várias vezes a blogosfera, não vou nomear ninguém sob pena de receber mais insultos que o habitual.
Acho que foi desta. Digo eu…

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Mas será que sou só mesmo eu?

Depois de um tão pesado texto (mas sentido e real), nada melhor para desanuviar a cabeça do que um texto a dizer mal dos velhinhos que pululam no meu caminho diário. Sim, porque alguém tem de fazer alguma coisa contra esta praga que me assola diariamente.
Vejamos…começo o dia a montar-me no meu bólide, abro o vidro porque o carro está quente (estamos em Novembro e tal) e ligo o meu rádio de onde soa a minha banda sonora de viagem (este tema dava um post só por si). Arranco ainda com um sorriso nos lábios. E de repente…PUMBA! Ainda a fazer marcha-atrás aparece-me do nada uma velhinha com um sorriso macabro a arrastar o seu troley de compras (daqueles que deixaram de ser produzidos em 1962) como se de um cadáver se tratasse. Travo a fundo e a velhinha continua a sua marcha sem sequer olhar para o carro. Claramente quem está ali a mais sou eu.
Começa então a gincana. Desviar-me da velha que está na estrada ao lado de um passeio vazio, desviar-me ao velho na bicicleta que pensa ser um camião TIR e que ocupa a estrada a meio enquanto anda aos S’s, ultrapassar os mata-velhos pondo em risco a minha vida porque os mesmos ocupam duas faixas, desviar-me do velho maluco que atravessou o carro no meio da estrada para ver no boletim do cemitério quem morreu naquele dia…
A sério, alguém podia mesmo acabar com isto. Estou totalmente treinado para me desviar a coelhinhos e tal, mas os velhinhos são do pior possível na estrada. Pois proponho aqui que se criem estradas próprias só para velhinhos, onde eles possam ocupar as faixas todas que querem sem se atravessarem em frente a pessoas que efectivamente têm objectivos na vida.
Quando finalmente me apanho em estrada aberta sinto-me seguro. Ao menos aqui estou rodeado de pessoal que não sabe o que travar, ultrapassam à maluca e se atravessam à tua frente nas curvas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Provavelmente o maior post que alguma vez escreverei (ou a verdade sobre as AEC)

Casualmente, como em todas as coisas que surgem na nossa vida, deparei-me com um post num blog que falava sobre a vergonha que se passa com os professores das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Como parte do pacote, identifiquei-me com o que ali era dito. Mas, acho que faltavam ainda alguns detalhes sobre a realidade das mesmas.
Comecemos então pelo início, pois o texto vai ser longo.
Supostamente, as AEC deveriam iniciar com o início das aulas regulares. No primeiro dia de aulas os alunos deveriam ser acolhidos por uma realidade composta por aulas regulares e AEC. Mas, em muitas autarquias as AEC arrancam tarde. No caso de outras, extremamente tarde. Sei de uma escola que este ano que arrancou 1 mês e meio depois do início das aulas. E devem existir mais casos.
Depois, assume-se que todos os professores contratados são efectivamente profissionais competentes. Errado. Animadores, 12.º anos com Cursos Profissionais, Designers, Educadores Sociais entre outros. E claro, os pobres como eu que efectivamente são professores, que entram também nesta categoria.
Ora, se existem 40000 professores no desemprego, porque é que não existem só professores a leccionar as AEC? A resposta é a mais simples de todas. O que é pago, as condições de trabalho e os horários atribuídos. Vamos por partes.
As AEC exigem recibos verdes. Recibos verdes significam precariedade e nenhuma regalia social. Aliás, significam mesmo que as regalias se tornam em pesadelos. Porque a Segurança Social é paga pelo próprio, porque o estado entende que um professor a recibos verdes é um profissional por conta própria (mesmo quando é o estado o seu principal e único empregador na sua área).
Para além dos recibos verdes, temos a questão do pagamento. O pagamento é feito por hora. Desde os míseros 4 euros por hora até aos 17 euros. Não existe nenhuma obrigação estatal para que se pague um valor certo (embora o Ministério tenha aventado entre os 10 e os 12, sem nunca ter feito pressão nesse sentido). Considerando que as AEC são pagas por aluno, cada turma vale muito dinheiro. Mas, ao que parece numa conta rápida, muito dele nunca chega a quem verdadeiramente trabalha nas escolas. Onde fica este dinheiro? Em empresas privadas que viram nestas actividades uma boa maneira de ganhar dinheiro, em autarquias gananciosas…escolham o alvo.
Por último, a questão dos horários. Existem horários que vão desde as 6 horas até às 24 horas. Se somos pagos à hora, os horários decidem o quanto ganhamos por mês. E um baixo horário significa um baixo salário.
Consideremos então o seguinte. Um professor a recibos verdes que trabalhe 3 horas por dia, 15 por semana, a 8 euros por hora poderá, num mês de 21 dias úteis, ganhar 504 euros. Pagamos a Segurança Social (50 euros) e ficamos com 454 euros de salário. Mas, o problema são os feriados, as greves, os meses sem 21 dias úteis e os meses de férias. Em Dezembro trabalhamos 10 dias. Recebemos 240 euros. Pagamos a Segurança Social. 190 euros.
Isto claro sem contar com aqueles que têm de se mover de carro para as inúmeras escolas onde leccionam (chegam a ser uma diferente por turma). E muitos não ganham para as deslocações ou recebem 30% das mesmas no melhor dos casos. Existem também professores que ganham Subsídios de Alimentação (30%) e Subsídio de Assiduidade (1 euro por aula, desde que não se falte a uma única aula por período).
Chegamos ao mês de Julho. E são três meses que não recebemos. Não temos direito a Subsídio de Desemprego. E procuramos os piores trabalhos possíveis para sobreviver.
Então, porque raio é que nos metemos nisto? Temos sempre o tempo de serviço para efeitos de concurso. Pois…
Eu dei no ano anterior 10 meses de aulas. Uma média de 50 aulas por mês. O problema é que como são aulas de 45 minutos, não estamos a falar de horas mas sim de uma larga equação a ser feita. Em 10 meses de aulas, a trabalhar todos os dias, fico com cerca de 75 dias de serviço. Isto sem contar com os exames que o Ministério está a propor que podem acabar com todo o meu esforço de 3 anos nas AEC.
A culpa de tudo isto não é de quem lecciona as AEC, das empresas que ganham dinheiro com isto, das autarquias, das escolas, dos agrupamentos, do povo. A culpa é do Ministério da Educação. Porque na sua senda de mostrar trabalho entregou o ensino aos bichos. Em vez de promover concursos para professores, entrega a responsabilidade às autarquias. Em vez de se certificar que os mesmos profissionais que formou têm condições de trabalho, fecha os olhos a todas as injustiças. Em vez de se certificar que isto é feito para o benefício dos alunos, larga-nos médias e estatísticas em cima. E tudo falha, tudo se afunda…
Para que a verdade seja reposta escrevo este texto. E peço a todos os que o lerem que o divulguem. Para que tudo mude. Porque são os vossos filhos que mais sofrem com tudo isto.

Fascistas…quem?

Define o dicionário da Porto Editora que o fascismo "é um sistema instituído por Mussolini (1883-1945), em Itália, caracterizado pela defesa de um nacionalismo exacerbado e pelo exercício de um poder centralizado e ditatorial baseado na repressão de qualquer forma de oposição". Depreende-se então que um fascista seja alguém que segue ou concorda com este sistema político.
Quando no dia 25 de Abril se acabou com um regime fascista em Portugal gritou-se liberdade. E perseguiram-se os fascistas que tanto prejudicaram essa mesma liberdade. Em 1974.
No corrente ano do senhor de 2007 ainda se perseguem fascistas. Afinal a liberdade de Abril não é assim tão ampla como quis parecer nessa altura. Perseguem-se aqueles que acreditam que em pleno regime fascista viveram melhor. Será que afinal eles não têm direito a pensar assim? Será que afinal não é um direito o livre pensamento, mesmo que esse seja contra o sistema actual?
Sei que estão a pensar: “E então os skins e essa trampa toda que andam por aí com as suásticas e tal?” Reparem que a liberdade deixa de ser respeitada quando se infringem regras e leis. E esses senhores têm uma tendência impressionante para as infringir.
Eu estou a falar da simples auxiliar de uma das escolas onde eu lecciono que me disse que os alunos tinham partido uma janela, que ia pedir a reforma antecipada, que já não estava para aquilo. Vociferando a plenos pulmões para quem a quisesse ouvir. Mas, a certa altura do seu discurso de emancipação, baixa o tom de voz ao mínimo aceitável e diz-me entre dentes: “o que faz falta é um Salazar”. Podemos gritar impropérios, mas não podemos mencionar o nome do Salazar? Podemos dizer que tudo está mal, mas não podemos apontar o dedo a um Governo que inspira terror? Podemos dizer que vivemos em Liberdade, mas baixamos o tom de voz a falar do que realmente acreditamos?
Que raio de liberdade é esta?

Mais uma refeição...nada leve

Hoje larguei a revolta aqui...


Passem por lá e digam coisas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Talvez um dia…

Perco-me em pensamentos muitas vezes ao longo do dia. São esses mesmos pensamentos que gosto de partilhar aqui no blog. Situações que vivo e passo diariamente, coisas que vejo nas notícias e em jornais.
Como agora ando sem tempo para nada (e paciência), muitas dessas ideias acabam por ficar em sítio nenhum. E isso irrita-me.
Hoje pensei em não sei quantos temas poderosos para escrever aqui. E foram-se todos quando me sentei e olhei para o branco do écran. Zero. Nada.
Será que é do cansaço? Será que a velhice finalmente me está a causar danos? Será que afinal todas aquelas drogas que tomei na adolescência me comeram o cérebro de vez? Será que me está a chegar a andropausa?
Pois, não sei. Sei apenas que gostava de chegar aqui e deixar-vos mais um dos meus textos cáusticos, que provocasse a vossa ira. Mas, o branco assusta-me.

domingo, 4 de novembro de 2007

Campanhas de treta…

Há uns anos apareceu pela primeira uma campanha em que a Swatch vendia uns relógios para ajudar uma instituição a construir uma casa. O relógio era giro, tinha uns ursos e tal, e eu achei que era uma excelente prenda para a minha esposa. Um verdadeiro dois em um: uma prenda catita e ajudar uns coitadinhos quaisquer.
Chego à bela da ourivesaria (sim, onde é que já se ouviu falar em lojas só a vender relógios…modernices) e pergunto à funcionária se tem o Swatch tal e tal, ao que ela me diz que sim, ao que eu pergunto o preço. Ela diz-me “um balúrdio de dinheiro”. Eu cheio de boa vontade (e aparentemente dinheiro na altura) disse-lhe “então traga lá isso”. Quando a embalagem chegou ao pé de mim, reparo no autocolante a dizer que contribuíam com menos de 10% do valor do relógio para a instituição. Hãããã? Pera lá! Então afinal o que a Swatch quer é ganhar dinheiro com esta conversa. Ajudar os outros o tanas. Se quisesse mesmo ajudar dava 100% das vendas aos gajos. Ou então retirava só o preço de custo do relógio. Não dava menos de 10%. Recusei-me a comprar o relógio (e provavelmente neguei-me uma belíssima noite de amor carnal).
Ora, estava eu ontem a ver a Operação Triunfo (a minha mulher obriga-me) e aparece o Sr. Jorge “Faço tudo e mais alguma coisa” Gabriel a anunciar uma campanha muito gira da Modalfa, onde compramos um cachecol por 5 euros e contribuímos com 2 euros para uma campanha qualquer de fazer a música nos hospitais e tal, porque agora é giro cantar para o pessoal acamado (havia de um desses filhos de um bovino feminino vir com cantigas para a beira do meu leito a ver a bela da arrastadeira a cair-lhe em cima). 2 euros?? Então, um cachecol custa 3 euros na fábrica??? Ou será que a Modalfa agradece a publicidade gratuita e ainda quer ganhar dinheiro com isso?
A sério que não compreendo o pessoal que compra estas tretas…

sábado, 3 de novembro de 2007

E se de repente...parte 2

E se de repente descobrisses que as pessoas não sabem brincar? Pois é...apesar da vossa colaboração em massa, um dos pioneiros no insulto mandou-me hoje um mail a explicar a realidade nua e crua: ela não sabe brincar e desatou a apagar as mensagens de amor que lhe íamos lá deixando...
Chateia-me que não haja provas circunstanciais do que se passou, mas para ela as apagar é porque a irritámos, e isso deixa-me bastante feliz. Mesmo.

Por isso pessoal, o meu grandioso obrigado pelo vosso mau feitio e pela vossa solidariedade.

Sinto-me semi-vingado. O resto ainda depende de mim....MUAHAHAHAHAHAAH!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

E se de um momento para o outro tu descobrisses algo muito bom que pudesse ser utilizado para a vingança que tanto ambicionas?

Vamos imaginar uma situação hipotética…imaginemos que existe uma possibilidade de uma promoção para uma posição bem paga e que gera pouco problemas a nível de trabalho. Vamos imaginar uma posição que pode perfeitamente ser ocupada por mim. Era mesmo bom, não era?
Vamos agora imaginar que perdi essa promoção. E, pior ainda, perdi essa promoção para a minha arqui-inimiga. Uma das pessoas mais mal formadas, estúpidas, ignorantes, mentecaptas e feias que já conheci na minha vida. Que passa por professora, quando nem sequer sabe escrever Inglês, que dá erros de morte e que, não sei se já mencionei, é feia que nem cornos.
O pior é que isto aconteceu porque eu não sei o que é graxa…nem silêncio. Tenho uma tendência impressionante para dizer aquilo que sinto e não gosto de andar de joelhos a beijar traseiros. Esta senhora, ao que parece, deve fazê-lo muito bem.
Dois anos volvidos sobre esta situação, estava eu inocentemente a dizer mal dela num café com uns colegas meus quando alguém me diz “mas ela tem um blog”. “AI SIM????” respondi eu com uma lagrimazinha a cair-me no canto do olho.
E um plano maquiavélico gerou-se na minha mente…

A conclusão deste post será enviada por mail para todos os interessados.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Virado do avesso

Eu sei que tenho andado a dizer que vou voltar em força ao blog, que tudo vai voltar a ser como dantes. Mas cada vez mais me convenço que não vai ser possível.
A minha vida revirou-se. Estou longe de casa o dia todo, não tenho hipótese de me dedicar a este espaço. A pouca energia que tenho quando chego a casa serve apenas para jantar com a esposa e dedicar o tempo que tenho à nossa relação.
Não quero dizer com isto que vá abandonar o blog. Este é quase como uma segunda vida que criei ao longo de uns quantos meses e que acarinho. Criei amizades, conheci pessoas e gosto de ler os seus comentários. A realidade é que vou apenas pegar nele quando tiver tempo. O que significa ausências de dias.
Não é só a minha vida que anda do avesso. Todos nós andamos assim. As coisas aumentam de preço de forma descarada. O leite e o pão subiram sem que nós pudéssemos opinar sobre o assunto. O novo orçamento de estado propõe cortes em áreas essenciais, desde os subsídios para deficientes até à Educação, todos levam por tabela. Em compensação, os atletas deixam de pagar impostos.
Virado do avesso. É como me sinto e como tudo isto anda. Só espero que isto mude. Se não mudar, que mude pelo menos a minha vida.

domingo, 28 de outubro de 2007

Por uma boa causa


Vou tentar doar o mesmo valor todos os dias enquanto isto durar. Agradeço ao ALF a chamada de atenção para esta campanha. Não custa nada e ajudam o próximo. Já foram doados 330,228,600 grãos de arroz. Ajude a aumentar este número. Carregue na imagem e faça o seu contributo.

sábado, 27 de outubro de 2007

I like to make obscene phone calls...and then...run away from the room! *

Ora bem...após uma semana de dissabores, iniciações, viagens e mariquices, estou de volta. E, tenho toneladas de comentários para responder, algumas pessoas para perseguir devido a esses mesmos comentários, e uns milhares de blogs para visitar e rezar para que não tenham escrito muito nesta semana.

Vou dedicar o meu Domingo (uma parte dele, ou vocês julgam que eu não tenho uma vida?) para o fazer. Hoje vou tentar pôr em ordem algumas coisas.


Os posts com conteúdo a que eu habituei os meus leitores e que têm andado escassos vão voltar agora no seu melhor (estão-se a rir do quê?!)


Beijos e abraços (e alguns bem direccionados pontapés nos glúteos).

* Eu gosto de fazer chamadas obscenas...e depois...fugir da sala!


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Água mole em pedra dura...

Só mesmo para dizer que comprei isto a seis euros seis.


Já posso voltar a ter uma vida.
Até Já.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sinto algo estranho no ânus...


Pois é. Parece que gosto mesmo de ser um otário. Hoje eram 5h30 da manhã e saí do quentinho da cama para me meter em frente ao computador. Lá digitei o www.tmn.pt e entrei na boa. Fiquei feliz e pensei, é hoje. Otário!
6 horas em ponto e o site diz boa noite. Muito refresh e nada. O servidor dava erro, o servidor não abria, o servidor é uma valente bosta.
Eram cerca de 6h40 aparece a seguinte mensagem:



Considerando que a promoção era até às 07h00...acho mesmo que alguém se enterrou até ao tutano, pensei eu. Só tive oportunidade de ver o site agora à noite. E, surpresa, não se passa nada. Nem um pedido de desculpas, nem um "és um otário do catano se acordaste às 06h para nada".
Pois é. Dia 25 acaba. E eu vou lá estar outra vez. Ah pois vou!


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Explicar o Telegrama

Ora, eu até sou uma pessoa educada e tal. O que é que me levaria a fazer passar da cabeça ao ponto de insultar directamente os patrões da TMN?
Para a TMN o Natal chegou mais cedo. De forma a comemorar os seus supostos 6 milhões de clientes, resolveram fazer uma promoção. Durante 6 dias venderiam telemóveis a 6€. Sim, leram bem: 6€. E não julgem que eram uns chaços quaisquer. Eram mesmo bons telemóveis.

O problema é que eles apenas os vendem online. O que causa uma sobrecarga impressionante de gajos como eu a quererem fazer um negócio da China e aproveitar esta dádiva. Ontem tentei desde as ditas 6 pm e não consegui sequer aceder ao telemóvel. Hoje estava a cinco tracinhos quando me apareceu esta seguinte mensagem:

Claro que eu me passei. Mas agora atentem na imagem em "mais pormenor" (se alguém adivinhar onde é que isto era dito ofereço uma prenda):

Digam-me lá se isto não é gozar com um gajo. Quer dizer, não só não consigo comprar o telemóvel como ainda me mandam à cara a porra dos portáteis para otários? O único serviço que fica a funcionar é o serviço e.escolas?

Volto a dizer, hoje com um bocadinho mais de convicção: Eu quero mais é que o povo da TMN vá à _erda! Até já.


Um encontro à mesa.

Hoje resolvi servir uma refeição leve.


Para todos os que estão de dieta passem por aqui e vejam o primeiro Peixe Cru.


Bom apetite.

domingo, 21 de outubro de 2007

Telegrama

Era só mesmo para mandar o pessoal da TMN à _erda. Até já.

Esclarecimento

Os frequentadores habituais já devem ter reparado que existem certos posts onde os comentários nunca são respondidos. Os mais observadores devem ter percebido que normalmente são os posts onde eu vomito a minha mais nefasta inquietude mental. Por isso, opto sempre por não melodramatizar mais a situação com respostas aos comentários.
Assim sendo, peço desculpa pela falta de educação, mas prefiro que assim seja. Claro que se deixarem de comentar esses posts eu sei onde é que vocês moram.

sábado, 20 de outubro de 2007

Stranger than fiction

Um dia, um casal sentado no sofá via um filme. O filme estava a ser interessante e eis que de repente surge uma maravilhosa descrição de comida, enquanto um dos heróis da história se delicia com as bolachas mais apetitosas do mundo.
O casal olha um para o outro e descobre que têm de comer bolachas molhadas em leite. O problema é que não há nem leite nem bolachas em casa. O único lugar aberto aquela hora fica a 10 km de casa. E nem duvidam por um momento que lá vão para comprar as bolachas e o leite.
Ao voltar, já munidos dos mantimentos necessários, deleitam-se com o resto do filme enquanto saboreiam a sua ceia composta de loucura e bolachas molhadas em leite.
Se me contassem isto eu chamar-lhes-ia loucos ou recém-apaixonados. Mas isto passou-se hoje, comigo e com a minha mulher e já vamos em 10 anos disto. Descobri que o amor que nos une é tão forte que basta olharmos um para o outro e sabemos o que temos de fazer, mesmo que isso signifique 10 km para comprar bolachas.
Se isto não me faz ser feliz, o que é que pode fazer?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Orgulho-me

Nasci destinado a algo. Ninguém acreditou que nasceria saudável, inteiro ou vivo. O meu choro anunciou que lutaria. Por alguma coisa, por alguém. Viveria toda a vida que me queriam roubar no útero.
Cresci forte. Cai para me levantar a seguir. Magoei-me e aprendi a engolir a dor e as lágrimas. Fiz-me homem mais cedo. Fui obrigado. Vi a tristeza e a pobreza entrarem na minha casa quando ainda sonhava sonhos de criança.
Aprendi. Tornei-me obcecado com pequenas coisas e grandes ambições. Queria ser e inventar. Criar o mundo melhor, o mundo perfeito. Voltei a cair em sítios novos apenas para me levantar outra vez. Deixei de chorar.
Ao chegar a altura em que tinha de decidir o que queria fazer da vida continuei a estudar. Pensei no bem que fazia, apesar do esforço que infligi ao meu corpo e aos meus pais. Dormia pouco. Servia cafés de noite aos ricos para pagar de dia a educação do pobre.
Apaixonei-me. Vivo um amor que já dura anos e durará eternamente. A única razão do meu viver.
De um dia para o outro, todos os sonhos morreram. Passei a ser mais um de uma fila interminável de homens com futuro e carreira que viram o poder arrancar-lhes o tapete debaixo dos pés. Lutei novamente pelo meu futuro. Fiz coisas das quais nada trouxe comigo a não ser o pecúlio que me alimentou. Trabalhei longe do mundo real e aturei escárnios e abusos de poder apenas porque sabia ser necessário o pão de cada dia.
Quando apareceu uma oportunidade de resgatar a minha vida assim o fiz. Julguei tomar o passo certo. Escapar ao infortúnio que me tem vindo a perseguir ao longo dos anos. E tudo pareceu perfeito.
Agora entendo que cai mais uma vez. Mas desta vez demorei o meu tempo no chão que os ossos são velhos e o espírito começa a mostrar cansaço. Fui humilhado na minha própria mente e resolvi parar para pensar.
Hoje levantei-me. Aprendi novamente a chorar. Mas não o vou fazer. Vou lutar para que todos os meus sonhos se concretizem. Nem que para isso tenha de cair mil vezes.