terça-feira, 30 de setembro de 2014

O sentido da vida ou um prato cheio de tremoços

E o que é que consegui com isto tudo?
Pois, acho que nem eu sei a verdadeira resposta a esta questão. Desde que escrevi aqui pela última vez já passei de ex-fumador a fumador social, usando isto como desculpa para fumar um cigarro por dia. O que significa que as rachas começam a aparecer no meu plano de conquista mundial.
Porquê, pergunta o leitor que vem tirar as teias de aranha deste blog? Porque atingir o zen em Portugal é uma tarefa impossível. Entre os stresses do trabalho e da vida real, os últimos acontecimentos e desgraças que nos atingem diariamente, a sensação que a invasão de zombies nunca mais chega...escolham uma e decidam.
O certo é que esta minha cobardia contribui para o dito zen. A nicotina ingerida naquele momento não serve nem para me encher um álveolo de um pulmão, mas a sensação que obtenho naquele momento equivale a anos de terapia. Por isso é que é tão difícil deixar de fumar. Todos sabemos que aquilo mata. Todos sabemos que é mau. O que toda a gente se esquece é que, depois de 20 anos de hábito de uma coisa, é virtualmente impossível deixarmos de gostar dela assim de repente. Senão, todos os amantes de animais deixavam de consumir carne.
Por isso, insultem-me, chamem-me cobarde, chutem-me nos tintins...eu vou só ali acender um cigarro enquanto o fazem.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Coisas que mudam uma vida - 3

Claro que deixar de fumar após 22 anos e deixar de comer o que quero depois de 36 anos de hábito tem o seu efeito no cérebro. E não é um efeito bonito de se ver.
Comecei a meditar. A sério, a meditar. Fechar os olhos, ouvir o mar, pensar na vida e essas tretas todas. A calma começou a tomar conta de mim. Pelo menos nos 10 minutos que se seguiam à meditação.
Foi então que fui convencido a ir a uma partilha de Reiki. Sem nada a perder, cedi à tentação que antes me forçava a rir sempre que alguém me falava nessas "terapias".
Não senti nada, não vi a luz, mas acalmei. Mais do que era normal na meditação. Algo ali deveria resultar.
Para quem desconhece o conceito do Reiki, o nosso corpo é um enorme condutor de energia que desalinha se não tiver manutenção. De forma a alinhar essa energia, devemos fazer um tratamento diário. Que, desde já o digo, é uma seca descomunal.
No final do 21.º dia de tratamento, somos iniciados na arte da energia. Ou nunca mais queremos ouvir falar de Reiki. Eu escolha a segunda.
Não digo que foi inútil. Pelo contrário, serviu para me distrair da constante vontade de fumar ou comer. No entanto, voltei à meditação. A calma? Aos pouco vai ficando. Se deixei de fumar, não é este país que me vai tirar do sério.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Coisas que mudam uma vida - 2

Tinha 14 anos quando fumei o meu primeiro cigarro, na típica cena de impressionar os mais velhos. Já nessa altura era um grandioso idiota que julgava que agradar aos outros era a forma de conseguir alguma coisa. E com esse pequeno gesto criei um dos hábitos mais nocivos da minha vida.
Hoje, 22 anos depois, posso dizer que deixei de fumar. 22 anos de consumo derrotados por uma força de vontade que desconhecia ter e pelo cigarro eletrónico. Sim, o cigarro eletrónico foi o segredo por detrás desta vitória. Aquilo resulta mesmo. Nem que seja para mentalizar alguém que nunca quis deixar de fumar.
Novamente, foi a esposa que me meteu nesta aventura. E eu próprio nunca acreditei muito no conceito da coisa. O certo é que funcionou.
Agora, duas semanas depois do meu último cigarro, sinto que a pior parte passou. E nem me apetece matar ninguém. Pelo menos, não devido ao tabaco...

Coisas que mudam uma vida - 1

Uma das grandes alterações na minha vida foi, sem dúvida nenhuma, descobrir a pessoa que estava debaixo do peso que tinha a mais.
Tudo começou como sempre: uma aposta de teimosia entre a minha esposa e eu. Quem é que aguentava mais tempo na dieta dos 31 dias da senhora dos anúncios dos queijos, sem perder a sanidade mental?
Ao fim de uma semana estava 5 quilos menos inchado e com um aspeto mais novo. Pior do que isso, parecia um tipo da IURD a tentar converter todas as pessoas a fazerem o mesmo.
No fim de um mês de tortura, sem comer pão, massas (e se eu gosto de massas), arroz, qualquer coisa com açúcar...enfim, tudo o que nós estamos habituados a comer, dei comigo a fazer o quinto furo no cinto para apertar umas calças que pareciam saídas dos anúncios do antes e depois. E com 17 quilos a menos.
Custou? Nos primeiros dias, um horror. Para o fim, estava mals que habituado a ter como melhor amigo as cenouras em palitos.
Quase três meses e umas férias a comer que nem um alarve, continuo abaixo dos 90. E sinto-me bem, como já não me sentia há muito. Obrigado, senhora dos queijos. Muito obrigado.

domingo, 14 de setembro de 2014

O estado das coisas

Na vida passada deste blogue, o seu autor passava metade da vida a dizer mal do país em que vivia, das suas gentes e do planeta Terra em geral.
Agora, na nova encarnação, o autor, extasiado com as excelentes melhorias na vida do país, as suas gentes e do mundo em geral, deixou simplesmente de escrever.
Muita coisa aconteceu nos últimos tempos na minha vida. E foi esse o motivo que me trouxe de volta à blogaldeia que me viu crescer. Ou isso, ou fico-me por este post. Uma delas...