sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Só porque a TVI me mete ranço...

Eu até nem sou má pessoa. Mas, existem coisas que me tiram do sério. A TVI é uma delas. Produtos de consumo fácil como os Morangos com Açúcar irritam-me profundamente. O facto de ser professor e ter de conviver com os wannabes a protagonista da série deve ter alguma coisa a ver com isso.
O problema desses produtos são os derivados que deles saem. Montes de putos com a mania que são actores, a grande maioria delas já passaram pelas Maxmen e FHM's, de tanto talento que têm. E, claro está, as famigeradas bandas de liceu. Os D'Zrt (deverá ler-se Dessert, mas eu acho mesmo que isto é uma parvoíce de nome de qualquer maneira) e os 4Taste (deve-se ler...whatever). Produtos comerciais de consumo fácil, orientados para adolescentes parvos e sem cérebro.
Para provar isto mesmo, descobri casualmente que até para compor uma música estes senhores da TVI não conseguem ser originais. Apresento-vos o grande tema dos D'Zrt que andou a buzinar-nos aos ouvidos um monte de tempo na rádio e na TV: Para Mim Tanto Me Faz.

Lá está, a música é parva e tudo e tudo. Mas, qual não foi o meu espanto quando um dia estou a fazer as minhas compras de produtos verdes e dietéticos...cof cof...quando ouço nas colunas do belo do estabelecimento esta mesma música...mas, com um promenorzinho diferente. Estava a ser cantada em Japonês. Pois é, os senhores da TVI pensaram da seguinte forma: "Ora, ninguém vai dar com isto de certeza, por isso cria aí uma letra idiota, junta 4 gajos com cara de palhaços e dá-lhes um nome idiota tipo...sei lá...sobremesa."
E, para que não haja dúvidas, aqui fica a versão original da música, cantada pela menina Takami Nami, com o nome "High School Queen".


Não melhora muito, mas é mesmo só para ser chato.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Danos Colaterais

Quando anunciei a minha saída da maravilhosa fábrica do peixe não foquei todas as razões que levaram à minha saída. Uma das mais fortes era uma pequena dor que eu começava a sentir na omoplata direita e que me começava a incomodar. Pensei eu para com os meus botões: “Se parar agora isto não piora e fica por aqui.” Pois…a pensar morreu um burro.
Hoje, pelo 5.º dia consecutivo acordei agarrado ao braço, com dores lancinantes nas costas. Já tomei de tudo e mais alguma coisa, tentei todas as mezinhas e tretas das avós, pomadas, unguentos e a única coisa que parece ser mesmo eficaz, o álcool canforado.
Estou a resistir à ida ao hospital. Se pouco já ganhei com este trabalho de trampa, não me apetece gastá-lo todo a recuperar dos danos colaterais de semanas a gramar frio nas costas e a esforçar o corpo para além do previsto.
Uma coisa anima-me. Podia ter sido idiota o suficiente e ter continuado a ir trabalhar. Se assim tivesse passado, nesta altura não teria costas, teria um conjunto de facas Ginsu a entrar-me nos ossos.
Sorte…o que é isso????

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Os suecos, pessoas reais e Lisboa

Ontem resolvemos ir a Lisboa. Pegámos no carro, no Benfiquista e marchámos para lá. Eu sou sincero, eu odeio andar de carro em Lisboa. Odeio a 2.ª circular. Odeio andar no meio de Lisboa e não saber por onde vou. Nisso sou do mais redneck possível.
Começámos por ir ao IKEA. Ver de coisas bonitas e baratas para remodelarmos um pouco a monotonia da nossa casa. Basta por vezes um tapete e uma mesa de café nova, e uma sala parece nova. Mas, ontem descobri que toda a questão da eficácia sueca é posta em causa por trabalhadores portugueses. Paguei a mais por dois artigos. Um porque o pessoal da caixa não viu o autocolante gigante que dizia “Artigo em Promoção”. O outro porque estava no caos de uma zona onde nada estava com preços afixados. Um deles reclamei. No outro fui roubado.
Mas, uma coisa é certa, a minha sala e o meu WC estão no seu melhor.
Ao voltar para Lisboa resolvi aventurar-me pelo meio da cidade. Após umas quantas infracções no trânsito que me custariam a carta, resolvi encaminhar o carro para o Parque das Nações e deixá-lo por lá. E viva o metro.
Só mesmo uma boa razão me levaria a entrar por ali a dentro. E foi mesmo uma excelente razão. Fui continuar a minha tour “Venha conhecer um blogger”. Ontem conheci em carne e osso dois dos grandes bloggers deste universo blogosférico: o Sr. Rafeiro (do blog Rafeiro Perfumado) e a Sr.ª Teresa (do blog Gota de RanTanPlan).
Quanto ao Rafeiro, do pouco tempo que estive com ele (cheguei terrivelmente atrasado…a culpa é do Metro…e do facto de eu não perceber um boi de Lisboa), achei-o exactamente igual aquilo que estava à espera. Um tipo que tem um alter-ego fabuloso na blogosfera e que é verdadeiramente interessante na vida real. Tenho pena de não podermos ter estado mais tempo juntos, mas o seu dono quis que ele fosse para casa cedo.
A Teresa….o que dizer da Teresa. Eu invejo a Teresa. Ela teve uma vida realmente preenchida. Mas, é uma pessoa que nos agrada ao primeiro olhar. Simples, complexa, verdadeiramente maravilhosa. Foi um verdadeiro prazer.
Depois de uma noite na conversa partimos de volta à nossa santa terrinha. E acho que pela primeira vez senti-me feliz por chegar a Alpiarça.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Balada de Despedida

Em Portalegre, quando lá estudei fiz parte de um grupo que me deu muitas alegrias e histórias para contar: o Grupo Académico Serenatas de Portalegre (GASP). Era um dos vocalistas, e nós éramos uma espécie de Romeus dos tempos modernos, andando de janela em janela, cantando serenatas pedidas por jovens apaixonados.
Uma das músicas mais fortes era a Balada de Despedida. Não, não estamos a falar da de Coimbra, mas sim da nossa própria Balada. Era apenas tocada no final da Queima das Fitas, durante a dita, dedicada a todos os finalistas, porque “os que partiram, não voltam mais”. Todos os finalistas a ouvir aquilo, choravam que nem uma meninas, abraçavam-se e outras mariquices. Talvez o facto da vida real estar mesmo ali ao lado os fizesse chorar…talvez fosse o álcool. De qualquer das formas, ainda hoje dou por mim a cantar a letra desta canção.
Hoje, fui entregar a minha farda à fábrica que povoou os meus pesadelos no último mês. Fui-me despedir. Mas, ao contrário da Balada de Despedida, não houve lágrimas nem lamechices. Entreguei apenas o que tinha a entregar, e sai dali convicto que nunca mais lá vou voltar.
Tenho pena, porque vou ter saudades de ouvir chamarem pela “Sóraia” ou pela “Mélissa”, ouvir as parvoíces da Karina Maluca, e das velhinhas que olhavam para mim de lado enquanto murmuravam ladainhas de invocação do Demo. Mas, o que vou mesmo sentir saudades é do fabuloso cheiro a peixe que se sente a Km de distância. Isso vai-me mesmo fazer falta.
Já passei por várias etapas na minha vida, mas esta foi sem dúvida uma das piores. Acabou.

Lagartos Preguiçosos

Desde que me conheço que ouço falar em bandas de garagem. Já fiz parte de algumas, mas nunca saímos mesmo da garagem (e ainda bem). Mas, irrita-me conhecer uma ou outra banda que mereciam mesmo sair e tornar-se no novo êxito nacional, destronando tretas como os Carreiras e outros que tais.
Posto isto, este post serve para fazer a minha parte na divulgação de uma banda que eu descobri existir há algum tempo, e em que tenho o prazer de conhecer um dos elementos. Os seus fãs criaram um My Space onde se pode fazer o download das suas primeiras músicas gravadas em estúdio, e que eu garanto serem, no mínimo, deliciosas.
Gritem nos vossos empregos, usem cartazes no meio da rua, façam o que tiverem que fazer, mas tentem que estes senhores não fiquem na garagem. Eles merecem bem melhor.
Sem mais delongas, apresento-vos:

LAZY LIZARD

sábado, 25 de agosto de 2007

Moita Flores, deves-me dinheiro

Ontem passei 45 minutos a olhar para a traseira de um Ford Focus. O dono coçava muito a cabeça, ouvia rádio de forma alta e ruidosa, tinha um qualquer tique de inclinar a cabeça para o espelho traseiro a ver os dentes. Porquê?
Porque o Sr. Moita Flores resolveu pôr a Ponte Qualquercoisa de Santarém em obras durante um ano. Porque o Sr. Agente da Autoridade que está a mostrar os seus óculos escuros e a sua barriguinha, enquanto fuma o seu cigarro, não sabe mandar andar o pessoal para aproveitar os intervalos entre vermelhos. Porque montes de povo resolveu ir não sei para aonde, transformando o que normalmente é mau, num caos.
De qualquer das formas, Sr. Flores, deves-me dinheiro. O tempo que fiquei ali parado comeu-me a paciência (consulta no Psiquiatra), gasolina e contribui desnecessariamente para a destruição do meio ambiente. Fazendo umas contas por alto, podes dar-me o dinheiro que ganhaste com o último livro, ou com a última crónica para um dos trezentos jornais para onde escreves, ou com o dinheiro das entrevistas especializadas que fazes para a TV, ou então, e porque não, com o dinheiro que ganhas para ser Presidente da Câmara de Santarém.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Afinal, não sou um homem macho e rijo

Pois é…após umas negociações com o meu colega de trabalho, o Sr. Graça, cheguei à conclusão que chegar a casa dia após dia rebentado do corpo todo, com a cabeça feita em água por tudo o que se passa naquela fábrica não é fácil. E que não há dinheiro no mundo que pague isso.
Logo, é com prazer que anuncio que amanhã será o último dia que irei trabalhar no inferno do peixe. Será um glorioso dia, em que sei que cada hora, cada minuto é um em que me aproximo da minha sanidade mental.
Para todos os que estão a pensar em me insultar e dizer que sou fraquinho, quero mais é que vocês passem um dia (1) na fábrica onde o meu cérebro é atrofiado todos os dias. Para os que seguem o meu blog desde há um mês, sabem que eu já fiz de tudo e mais alguma coisa, mas este é sem dúvida o pior de todos os trabalhos que já tive. E, muito a sério, não é por 2.33€ à hora que me vou moer com uma semana.
A partir de amanhã às 17h00 sou um homem novo. Provavelmente, ainda cheiro a peixe, mas estou feliz. Porque deixei para trás uma das piores fases da minha vida.



Rafeiro, desculpa a foto, mas não resisti.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A imperiosa necessidade da Psicologia

A fábrica onde trabalho é uma espécie de microcosmos, daqueles que dão direito a documentários com a voz do Eládio Clímaco. Várias personalidades, várias maneiras de encarar eventos do dia a dia, pessoas que passam por muito, pessoas que se passeiam por ali.
Sempre fui muito “observadeiro”. Gosto de avaliar as pessoas pelo que dizem e fazem, pensar no porquê de elas serem assim, das experiências de vida.
Existem dois casos de puro contraste que desafiam as leis da lógica ali dentro. O primeiro põe em confronto a pura forma de encarar a Psicologia. De um lado temos uma senhora fabulosa, do povo genuíno, que nos últimos meses perdeu um filho, o marido e um dedo. No entanto, continua a trabalhar todos os dias, como se nada tivesse ocorrido, Talvez seja a maneira dela lidar com a dor, talvez nem sequer saiba o que é um psicólogo. Mas, o certo é que não parece deixar que a sua própria vida afecte o seu trabalho. Do outro temos uma senhora não tão fabulosa, que está com uma depressão há cerca de três anos porque lhe morreu o pai. Recusa-se a fazer os trabalhos mais pesados, sendo que está a trabalhar numa das linhas de produção a fazer sabe-se lá o quê. Arma-se em coitadinha sempre que pode e é uma verdadeira idiota. Claro que frequenta um psicólogo que a compreende muito bem (€).
O segundo caso, põe em confronto a sorte que temos na vida, e a forma de a enfrentar. Ambos os lados são mal-educados, brutos e antipáticos. De um lado temos uma mulher que tem um marido numa cama há 5 anos, uma filha com uma doença rara e toneladas de medicamentos para pagar todos os anos. Do outro temos uma senhora que é levada de BMW todos os dias para o trabalho, que assegura quem quer que só vai trabalhar porque quer, visto o marido ganhar bem ao fim do mês.
Ao pensar nisto, acredito que o ser humano é mesmo idiota. É a única solução.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Faz aos outros o que queres que te façam a ti

Vou mais ou menos a meio da odisseia do peixe e, tal como explicado lá em baixo, o blog tem sofrido com isso. Os comentários tem ficado por responder, os posts não são diários, as visitas à blogosfera tem sido feita com muitos poucos comentários. Os segundos blogs estão em coma até Setembro.
Lavada a loiça, fico surpreendido pelo facto de ainda ter um bom número de visitas diárias. Não fico tão surpreendido por ver que os meus colegas blogger continuam a deixar os seus comentários em todos (ou quase todos) os posts. Fico agradecido. Sinto que fiz muitos “amigos” neste mundo que é a blogosfera. Que passam por cá não em troca de visitas, de comentários nos seus blogs, de algum tipo de publicidade. Agradeço-vos imenso. Agradeço especialmente à Azul e à Rita que vieram de férias e se deram ao trabalho de ver todos os posts escritos desde que foram de férias e se deram ao trabalho de escrever comentários em todos eles.

O que eu já não agradeço é o facto de alguns clientes não habituais virem cá defender o “padrinho”. Peço desculpa, mas neste blog não existem comentários ou apartes infelizes. O que é escrito neste blog é o que penso e o que sinto. E, se resolvo vilipendiar alguém por atitudes tomadas, faço-o sem pejo ou preconceito. Por isso, agradeço a visita, mas dispenso os comentários. Sejam eles quais forem.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

É por estas e por outras que me chamam nomes…

Mas, tem de ser. Passo a explicar. Nasci em Coruche, e lá vivi 19 anos da minha vida. As Festas do Castelo são o seu ponto alto, pelas bandas e pela pinga que sobeja. Mas, coisa que nunca me cativou foram touros e largadas dos mesmos. Nada contra, há quem goste e tal. Mas ontem vi algo que me motivou raiva. Na SIC, uma reportagem sobre as Festas de Coruche, onde se mostrava o quão estúpidos conseguem ser os humanos, e neste caso específico, os Coruchenses.
Apesar de deixar o vídeo afixado no final do post, tenho de realçar algumas pérolas do mesmo, porque não consigo ficar calado.
Começa com imagens de uma largada de touros, onde o touro está amarrado com uma corda. O jornalista, começa a reportagem a dizer “O espírito ribatejano em toda a sua pujança.” Facto: a largada de touros à corda não é um costume, tradição ou treta nenhuma ribatejana. Entrevista uns quantos espectadores deste espectáculo deprimente que se saem com maravilhas como “Gosto de Bois.” ou “É Coruche, é muita bom!”. Triste…
Depois entrevistam um maluco qualquer que pegava touros sentado, cuja modéstia é inexistente, pois diz que aquilo é que era de macho. Passam a entrevistar El Presidente, que já foi forcado (e professor, e tudo e tudo…) que afirma de forma convincente “Ser forcado é uma actividade radical…”. Enquanto pronuncia isto, vê-se na imagem um touro a escorregar num passeio…
Na senda das entrevistas proveitosas, entrevistam um campino que afirma que a largada foi fraca porque “Não podemos fazer folclore nenhum…dar a varada no touro…ele agarra-se ao cavalo…”. Dar uma varada ao Touro??? Agarra-se ao Cavalo???
A reportagem é finalizada com um convite a todos os que queriam visitar Coruche nas festas, porque aquilo é que é “Tradição ribatejana…”.
Se existe coisa que me irrita é o legado ribatejano que me passa pelas veias. Ter de ser aficionado à força, ter de gostar de actos bárbaros e cruéis contra animais. Não o tenho em mim, peço desculpa por desonrar assim as minhas origens. E, o facto de se passar em Coruche deixa-me enfurecido.
Para o Sr. Dionísio, El Presidente, deixo um recado: Se te amarassem uma corda a uma extremidade e te fizessem correr atrás de anormais que acenam com lenços vermelhos, chapéus de chuva (??) e gritassem “Eh humano lindo!!”, acredito que não gostasses lá muito desse desporto radical.




quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Como eu cresci por dentro…Sete anos no Tibete ou 15 dias no peixe

Não estou a falar da minha cabeça…essa já está calejada desde o meu primeiro trabalho de trampa…a falta de humor incomoda-me um pouco, mas passa. A estupidez que me rodeia também me irrita, mas passa.
O corpo é que tem ganho com o negócio…desde que comecei a trabalhar já desci dois números de calças (do 46 para o 44) e, melhor ainda, a minha mulher elogiou-me os músculos que tenho ganho nos braços. Se não fosse pelo cansaço extremo que nos invade o corpo todos os dias quando chegamos a casa, eu mostrava-lhe a utilidade destes músculos. (para todas as mentes pecaminosas que imaginaram experiências com a edição do Kamasutra da Alicia Galloti, desenganem-se…ela anda a falar em mudanças) …
Todos os anos que andei a fugir ao Ginásio que ela tanto propôs, acabaram por ser vingados em 15 dias de peixe…e sabem o que vou fazer para manter o meu corpo assim?
NADA!!! Mal acabe isto, vou deixar crescer outra vez a barriguinha e vou deixar que os músculos se tornem novamente pequenos e pouco másculos…sim, porque esta experiência serviu-me para me mostrar que eu estou bem é sentado no sofá.
Estou a brincar (estarei???). Vou tentar pelo menos manter o peso…os músculos provavelmente vão mesmo acabar por desaparecer, que essa onda de macho, levantar pesos e tal, não me parece...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

De volta à blogosfera...

Dá-me prazer ver que as pessoas continuam a frequentar este blog apesar de estar tudo em águas de bacalhau (aqui está a bela da piadola com peixe). E, mais prazer me dá ver que ainda me consideram alguma coisa de jeito e me oferecem os prémios que vagueiam pela blogosfera.

A Thunderlady considera que o meu blog incentiva a amizade entre bloggers. Certo é que já conheci vários bloggers que frequentam o meu espaço e tenho agenda marcada para conhecer muitos mais. Daí, agraciou-me com o prémio Schmooze.
Seguindo as regras da coisa, tenho de nomear 5 blogs que ache que fizeram o mesmo trabalho.
Sendo eles:
2 - Teresa
3 - Dina

O Tiago, que admitiu sob coerção que gostava do meu sentido de humor (o pouco que ainda me resta nestes dias), ofereceu-me o Laughing Blogger Award. Claro que este prémio me agradou imenso, visto que o meu sentido de humor não é reconhecido no meu local de trabalho.
Por isso, sou obrigado a nomear 5 blogs que ache engraçados, cómicos ou razão para um sorriso.
Sendo eles:
1 - Casado
2 - Diabba
5 - Maria

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

National Geographic

O pessoal de Domingo de manhã, que vê todos os documentários sobre animaizinhos que fazem tudo e mais alguma coisa…o pessoal que vê os todos documentários na 2 sobre animaizinhos que fazem tudo e mais alguma coisa…pois é…eu sou um deles.
Um dia vi um documentário da National Geographic sobre tubarões. E, descobri coisas maravilhosas sobre eles, mas que a minha memória eliminou como “material que nunca te vai servir para nada”.
Claro que hoje quando me disseram que ia descarregar Tintureira, o meu cérebro identificou a posta que costuma ver congelada no Modelo nas arcas. Uma segunda voz avisava-me de algo…mas, o quê???

Etmopterus pusillus

Nome comum - Lixinha da fundura, quelmazinha, tintureira
Common name - Smooth lanternshark
Classe - Chondrichthyes
Ordem – Squaliformes (Tubarão Prego)
Família - Dalatiidae

Pois…a tintureira é um tubarão. UM TUBARÃO. Hoje carreguei um (vários) peixe mais alto que eu (mais longo, não entremos em preciosismos), congelado, a pesar uns bons 100 kg.
Conselho de amigo: nunca eliminem informação por muito desnecessária que a considerem. Nunca se sabe quando é necessário invocar uma dor de costas ou uma alergia a tubarões.

domingo, 12 de agosto de 2007

Embrutecer…

Já passei por vários empregos que me levaram a isto. O meu embrutecimento. Não sentir pena de nada nem ninguém, ficar indiferente ao sofrimento dos outros, criar teorias de conspiração em que os culpados são as próprias vítimas. Não seria preocupante, pois sei que voltarei ao normal passado este mês. É preocupante quando isto começa a afectar a minha vida pessoal e as pessoas que me rodeiam.
Ontem disse um monte de idiotices e disparates à minha mulher. Considerando que ela também anda extremamente cansada, despoletei uma das piores discussões que já tivemos na nossa vida.
Eu já analisei isto de todas as formas. Será que é por não estar habituado a este género de pessoas que me torna desta forma? Ou será pela dureza do trabalho em si? Ando sem paciência…cansado, amargurado, chateado e a esperar que este mês acabe depressa.
Ontem aprendi uma lição importante, daquelas que salvam vidas. Não deixar que o embrutecimento causado pelo stress influencie a minha vida. Mas, mais importante ainda, a discussão de ontem serviu-me para me lembrar do quanto a amo e ela me faz falta. Sem ela nada disto faria sentido.
Moral disto tudo, o raio do peixe já me causou mais danos do que eu pretendia.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O contrário do Vazio

Mas, pior ainda é o cérebro estar em constante actividade e, por nós estarmos concentrados numa tarefa, não conseguirmos direccionar o nosso pensamento para coisas coerentes. O meu cérebro tem uma espécie de sistema de backup antes de ser desligado. Hoje, não chegou a desligar, o que permitiu uma total análise de todas as suas funções.
A primeira é a mais simples, aquela que nos acompanha diariamente, o modo realidade. Pensar na vida, nas contas, no trabalho, todas as pequenas coisas que fazem parte da nossa vida de todos os dias.
A segunda é o pensamento incoerente. Começar a pensar que a fábrica ficava bem pintada de cor-de-rosa. Pensar que umas rosas ficavam bem no topo de cada palete de peixe para nos animar o dia. Pensar no porquê de nomes como “Abrotea”, “Maruca” entre outros.
A seguir, segue-se o Rádio Cérebro do Eskisito. Soam músicas da moda, músicas que me marcaram, músicas que associo a uma qualquer palavra ou frase dita, ou a um som que ouvi. O problema, descobri hoje, é quando o RCE entra na hora dos discos pedidos, e as velhinhas que moram nos meus neurónios atacam forte e feio. Não estou a falar de músicas comerciais, tipo Shakiras e tretas que tais. Não estou a falar de temas obscuros dos 80’s ou 90’s, tipo Rick Ashley (Never gonna give you up) ou KWS (Please don’t go). Estou a falar mesmo de Toy, Marco Paulo e outros que tais. E, não consigo desligar.
Pois, mas hoje o dia foi fácil (dentro do que pode ser considerado fácil naquela fábrica) por isso ele nunca desligou. Isto causou-me danos permanentes.
Morena, ou morenita…

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O vazio

Sabem aquela sensação, quando todo o nosso cérebro parece desligar do mundo que está à nossa volta, na qual julgamos estar em total sintonia com o mundo?
Descobri hoje que esse está longe de ser o mais próximo que alguma vez estaremos do Nirvana. Existe uma forma muito mais ausente, um vazio profundo que nos atinge. Como?
Experimentem carregar tonelada após tonelada de camarão, uma caixa de cada vez, até o vosso corpo vos deixar de doer, totalmente anestesiado pelas drogas naturais que o nosso corpo liberta para o organismo, em doses massivas. Experimentem estar rodeados de loucos, cujo único objectivo é trabalhar e falar sobre tretas absolutamente parvas, sem interesse absolutamente nenhum. Experimentem ser levados ao extremo do que o vosso corpo consegue suportar. Juntem isso ao vazio do cérebro, que tive de deixar de ouvir, porque este me estava a insultar, obrigando-me a parar.
NIRVANA. Hoje atingi o Nirvana. Amanhã vou matar alguém.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Camarões: um país, um animal, o inferno…

18 paletes de caixas de camarão depois, o pouco que eu gostava de camarão foi-se. Mas, pior ainda é a falta de sentido de humor que o pessoal que trabalha comigo tem. A piada de situação mais simples, digna de um sorrisito numa sitcom americana faz com que todos fiquem a olhar para mim, afirmando mentalmente que sou louco ou parolo.
Exemplo:
- Epá, temos de reclamar com o serviço de limpeza que esta fábrica cheira a peixe!
- Cri Cri…Cri Cri (som de grilos)
Será que por serem proletariado não se podem rir? Por vezes penso que existe uma qualquer barreira entre a minha pessoa e o resto do pessoal da fábrica. No início ainda tentei umas piadas boas e fortes, género Seinfeld, mas nada. Agora as pequenas piadolas, nada. Será que vou ter que optar pelo humor (se é que se pode chamar isso) Malucos do Riso? Será que aí verei algum sorriso naquelas caras?
O que me salva são os momentos com o Benfiquista ou com a Maria para recuperar a minha sanidade mental…e perceber que afinal, até consigo fazer rir uma pessoa sem muito esforço.

Em jeito de homenagem ao momento cinematográfico mais importante que envolvesse camarão (as coisas que um gajo pensa enquanto trabalha), aqui fica o discurso do Bubba Shrimp do filme Forrest Gump:
Anyway, like I was sayin', shrimp is the fruit of the sea. You can barbecue it, boil it, broil it, bake it, sautee it. Dey's uh, shrimp-kabobs, shrimp creole, shrimp gumbo. Pan fried, deep fried, stir-fried. There's pineapple shrimp, lemon shrimp, coconut shrimp, pepper shrimp, shrimp soup, shrimp stew, shrimp salad, shrimp and potatoes, shrimp burger, shrimp sandwich. That- that's about it.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O culto do eu

Este fim-de-semana tive uma conversa sobre o culto do eu, a blogosfera e o facto de isto ser um escape para as nossas parvoíces diárias e para os pensamentos mais estranhos ou comuns que nos assolam o cérebro.
Posto isto, acho que existem bons blogs e maus blogs. Acho que tudo depende do que eu acho. O blog mais lido do país, o Abrupto, é uma verdadeira seca. O Pacheco Pereira que me perdoe, mas este género de blog não me agrada. Logo, mau blog.
Gosto de blogs que falem da vida, das coisas que nos ocorrem, nos chateiam, nos façam pensar. Bons blogs.
Não gosto de blogs a atirar para o pseudo. Não gosto de blogs de promoção pessoal. Não gosto de blogs cheios de coisas prosaicas e amores perdidos. Maus blogs.
Gosto de blogs que me ensinem coisas novas. Gosto de blogs que me falem de gostos pessoais, de coisas que nos façam rir e chorar, que nos transmitam emoções. Bons blogs.
Afinal, o que é um bom blog? Aquele que me apetece ler e reler, que me faz lá voltar diariamente. Pode ser o teu blog, leitor que já está a pensar que eu estou parvo e que não devia ter tema para escrever. Mas, leitor que ainda não desistiu, está enganado.
O culto do eu existe em cada gesto diário. No pentear do cabelo, na forma como nos vestimos, na comida que comemos (ou deixamos de comer), tudo o que fazemos tem a ver com o nosso culto ao eu. O problema da blogosfera é que, por vezes, criamos um novo eu. Um eu moralista, pseudo-intelectual, ridículo, inventado em palavras que não se sentem. Esses eus irritam-me. Maus blogs.
O blog em que o eu que escreve é o eu que vive no mundo real. Isso é um bom blog.

domingo, 5 de agosto de 2007

A sorte que temos e as panelas de pressão

Hoje abrimos as portas da nossa casa a um novo elemento…uma gatinha pequenina chamada Guida Meireles que é branca, o Yin necessário para o Yang do Lucas. A vê-la dormir, vejo a sorte que ela tem em conseguir arranjar uma casa onde vai ser bem tratada e que nunca lhe vai faltar nada. E, penso em todos os gatos que se encontram à espera de um dono, e que nunca vão saber o que é um lar.
Penso também na sorte que tenho. Na mulher que tenho, na casa que tenho (embora não seja minha, mas o recheio é), nas coisas que tenho, na vida que tenho. Sou feliz. Apenas me encontro numa má altura da minha vida em que tenho de fazer algo doloroso para pagar esta vida. Irrita-me obviamente isso, porque tenho um curso e tal. Irrita-me este país que me obriga a fazer estas coisas. Irrita-me não ter sido colocado, apesar de ter subido nos concursos. Irrita-me ter de me estar a candidatar para substituições e tretas que tal.
Faço agora uma pausa Zen. Respiro. Vejo a beleza do mundo. Daqui a uns meses estou a dizer mal de miúdos. E o peixe passa a fazer parte de uma longa lista de trabalhos de treta pelos quais já passei. Continuo feliz.
A panela de pressão está a chiar. A sopa está pronta. Vou deglutir com prazer e vou-me deitar. Amanhã estarei cansado. Mas feliz.

sábado, 4 de agosto de 2007

A razão das regras…

Como o meu cérebro tem de se manter ocupado, a melhor maneira de o fazer é pensar em coisas que nada têm a ver com nada. Principalmente, que não tenham a ver com peixe.
Acho piada ao facto de estar uma folha A4 com letras enormes a dizer LAVE AS MÃOS AGORA, na porta de cada WC da fábrica.
Começo por dizer que, se eles nem sabem usar o piaçaba, quanto mais lavarem as mãos. Mas, o curioso é que, quando chegamos ao lavatório, onde está um mapa que explica como devemos proceder para lavar as mãos de forma eficaz, usando água abundante, o detergente bacteriológico e como as devemos secar, não existe detergente e o secador não funciona.
Pois, algo falhou nas boas intenções.
Já na fábrica, temos uma colecção impressionante de avisos na porta de entrada para as linhas de produção. Pois…o facto do peixe cair ao chão, ser martelado até à exaustão, ser recongelado e reembalado, ter sinais visíveis de podridão e ser convertido em caldeirada, nada disso conta. O que conta é que usemos as luvas e a touca.
Para além disso, a segurança no trabalho é uma coisa fantástica. Passei ontem 9 horas a congelar peixe usando para tal efeito Nitrogénio Líquido. Pois, 9 horas. Ao fim desse tempo, e a limpar uma das áreas da máquina, li um aviso que dizia: Atenção, nunca passar mais de duas horas exposto ao gás do Nitrogénio, pois pode provocar asfixia.
Podiam ter acrescentado que provoca também uma dor nas costas do catano ficar 9 horas exposto a vapores que rondam temperaturas de 100 graus negativos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A blogosfera, essa ilha distante...

Habituado a uma vida de rei, em termos de horários, esta nova faceta da minha vida tornou-se pesada no horário. Ora, acordar às 06h30 para chegar a casa às 18h00, cansado, dorido e a pensar apenas em deitar-me, seja no sofá ou na cama. Por volta das 21h00 os olhos começam a pesar, ficando complicado sequer pensar.
Sendo assim, restam-me poucos momentos para manter um dos meus hobbies/Second Life, que foi parte constante na minha vida nos últimos meses. A blogosfera vai ter de esperar pelos fins-de-semana, ou pelo momento em que me habitue às dores e ao cansaço que martelar o Nemo me anda a provocar.
Prometo escrever posts aqui. O Professor Florista vai ter de dar lugar ao Professor Embalador. Os comentários nos blogs e as respostas aos comentários deixados no meu também vão ficar em stand by. Nos fins-de-semana prometo que vou tentar compensar o tempo perdido…
Pessoal, compreendam, é apenas um mês (digo eu) e não está a ser fácil.
Mas, o curioso é que as ideias para posts pululam agora na minha cabeça. E, vou partilhar algumas dessas pérolas aqui. Com tempo.
Amanhã é Sexta-Feira…ALELUIA!!!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O Nemo foi abatido com uma marreta…

Às 06h30 acordei com a sensação que ainda era cedo demais. Um banho depois, e apesar de pouco acordado, percebi para que servia o toque do despertador. Um novo emprego, uma viagem para Santarém.
Eram 17h30 e não sentia os braços, devido a separar peixe congelado com uma marreta (a sério), e a parte do peixe congelado também ajudou à hipotermia registada nos dedos das mãos.
É cansativo, mas vai-se fazer. Não existe outra forma de pensar. E, o pessoal que lá trabalha é porreiro, o que ajuda bastante. Infelizmente, fiquei separado da minha Maria, que ficou a fazer um boi nas embalagens…#$%&%$.
Os podres do peixe congelado…o material é de qualidade, o pessoal competente, e nunca mais comam red fish congelado na vida. Não estou a falar de nenhuma marca específica, a fábrica onde trabalho é multi-marca.
E pronto…por enquanto é isto. Agora vou pôr os braços dentro de água a ferver a ver se começo a ter alguma sensibilidade nos dedos.