Num comentário recente no Pelos Caminhos de Portugal, a minha querida Elvira (que é quase a razão pela qual eu mantenho aquele blog activo) referiu que conhece mal o meu Portalegre dos amores.
Nem sei por onde começar para a convencer a passar por lá mais tempo. E a amiga bem precisa de descontrair.
Portalegre foi a minha casa durante cinco dos melhores anos da minha vida. Foi lá que me tornei professor, homem e, sobretudo, feliz. Foi lá que conheci a minha Maria que me acompanha no meu feitio há já 10 anos.
Mas, afinal, o que tem Portalegre que o torna tão especial. Tem um centro histórico absolutamente igual a um pequeno filme, com pessoas de faces gastas e jovens cheios de sonhos, com lojas que cheiram a antiguidades. Numa dessas mesmas lojas, um senhor paciente arranjou-me o primeiro presente que ofereci à minha mulher: uma caixinha de música absolutamente linda. Passear por aquelas ruas e ouvir vindo de uma janela o som de um Grupo de Serenatas que já criou tantos sonhos nas mulheres desta terra é arrepiante. Faz-nos sentir vivos e ao mesmo tempo pequenos.
Portalegre tem espaços verdes em volta de um castelo tão antigo como a história dos homens. Tem jardins em abundância que nos fazem passear em comunhão com a natureza. No jardim da Corredoura vivem-se amores nos seus bancos que ficam imortalizados no vento que passa.
Tem uma praça cheia de cafés e de vida, rodeada de edifícios cheios de história e outros cheios de cultura. Nessa praça vivi, amei, sonhei, chorei, tornei-me quem sou. Cada pedra do chão dessa praça conta histórias de todos os que por lá passaram, orgulhosa de o poder ter visto.
Tem uma gloriosa Sé, cujas torres competem com as chaminés que já não largam fumo de uma fábrica com história de sangue e luta.
Tem uma igreja perdida no meio de uma serra, onde se pedem desejos e se fazem procissões. Numa noite vêem-se velas por todo o seu caminho e jovens que ainda não conhecem a sua beleza a subir a sua longa escadaria.
Tem Marvão e Castelo de Vide a um passo, duas das mais maravilhosas terras de sempre, que vivem da sua história e da sua beleza. De Marvão vê-se Portagem, com as suas piscinas naturais e o seu espaço de refeições que tantas vezes nos albergava nas nossas viagens.
Afinal, o que acrescentei eu a um postal de visita feito em palavras? Apenas a minha vontade imensa de lá voltar. Passa por lá Elvira e vais perceber o que digo.
8 comentários:
E depois de uma descrição, feita com tanto entusiasmo e paixão, quem terá coragem de não ir conhecer Portalegre.
Vamos ver se lá para Julho eu consigo ir conhecer a sua terra.
Obrigada pelo post.
E tenho muita pena que os portugueses não se interessem por aquele blog, que mostra afinal as coisas bonitas deste país...
Um abraço e boa semana
Hoje fizeste-me chorar de saudade. Já passaram uns anos,acho que já conseguirei lá voltar sem a mágoa e o recentimento de outros tempos... Fica para breve.
Ah, belo texto!
É verdade que nos deixa com vontade de lá ir. A ver se convenço o meu dono.
Serão sempre bem vindos na minha terra. Pequenina, sossegada, imaculada, de ruas de cheiro quase medieval... :)
Não me digas que vocês foram beber água à Fonte dos Amores?.... Ah, se calhar não, senão além de casados ainda viviam por lá... :)
belo blog! parabéns!
Passei por lá e não achei nada de especial. O que só prova que a beleza é subjectiva, está nos olhos de quem a vê.
Está tudo bem? Tanto silêncio preocupa os amigos.
E em dia de Carnaval, desejo-lhe um dia divertido.
Um abraço
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