quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A imperiosa necessidade da Psicologia

A fábrica onde trabalho é uma espécie de microcosmos, daqueles que dão direito a documentários com a voz do Eládio Clímaco. Várias personalidades, várias maneiras de encarar eventos do dia a dia, pessoas que passam por muito, pessoas que se passeiam por ali.
Sempre fui muito “observadeiro”. Gosto de avaliar as pessoas pelo que dizem e fazem, pensar no porquê de elas serem assim, das experiências de vida.
Existem dois casos de puro contraste que desafiam as leis da lógica ali dentro. O primeiro põe em confronto a pura forma de encarar a Psicologia. De um lado temos uma senhora fabulosa, do povo genuíno, que nos últimos meses perdeu um filho, o marido e um dedo. No entanto, continua a trabalhar todos os dias, como se nada tivesse ocorrido, Talvez seja a maneira dela lidar com a dor, talvez nem sequer saiba o que é um psicólogo. Mas, o certo é que não parece deixar que a sua própria vida afecte o seu trabalho. Do outro temos uma senhora não tão fabulosa, que está com uma depressão há cerca de três anos porque lhe morreu o pai. Recusa-se a fazer os trabalhos mais pesados, sendo que está a trabalhar numa das linhas de produção a fazer sabe-se lá o quê. Arma-se em coitadinha sempre que pode e é uma verdadeira idiota. Claro que frequenta um psicólogo que a compreende muito bem (€).
O segundo caso, põe em confronto a sorte que temos na vida, e a forma de a enfrentar. Ambos os lados são mal-educados, brutos e antipáticos. De um lado temos uma mulher que tem um marido numa cama há 5 anos, uma filha com uma doença rara e toneladas de medicamentos para pagar todos os anos. Do outro temos uma senhora que é levada de BMW todos os dias para o trabalho, que assegura quem quer que só vai trabalhar porque quer, visto o marido ganhar bem ao fim do mês.
Ao pensar nisto, acredito que o ser humano é mesmo idiota. É a única solução.

6 comentários:

Alda Serras disse...

São diferentes maneiras de lidar com a dor. Quem somos nós para dizer que esta maneira é melhor ou pior? Mas há pessoas que fazem render a coisa...

Marta disse...

Uns vitimizam-se, outros fazem-se de fortes! Em qualquer dos casos, acho que todas resistem à dor e à fragilização!

Mulher do Mar disse...

Ya... há de tudo, de uma tal maneira que nos deixa a pensar até sobre as nossas próprias atitudes e não raro acaba por ser uma oportunidade para nós, se virmos isso como contraste conosco (ou não) e a partir daí fazer mais e melhor por nós mesmos, que cá estamos é para ser felizes, e tentar levar uma vida pacata e satisfeita. Não creio que alguem queira ser infeliz, embora mtas vezes pareça que há quem tenha prazer nisso e em ver os outros mal, coisa que nunca entendi,
ou em manter sempre as lamentações e infelicidade.
No intanto lol, é aquela frase que rula mto também :) "Se tem solução, não te preocupes. Se não tem solução.... não te preocupes."
tudo pode ser melhor se quisermos e desde que façamos realmente algo por isso.
Beijokas e boa sorte, e muita paciência para o teu trabalho. Dias com gente mais animada virão ;)

V. disse...

De um lado tens a pessoa que sabe que se se for abaixo todos os que dependem dela vêm abaixo arrastados. Tens a força, talvez não só por ela mas pelos que dela dependem. E porque trsitezas não pagam dívidas... né?

Do outro tens a senhora que depende. Tens a senhora que tem pena dela e que exige que os outros também tenham.

São dois extremos do comportamento e reacção, e ver esses extremos e lidar com eles todos od dias deve realmente dar que pensar especialmente quando tu próprio tens que lidar com uma situação nada fácil.

Beijinhos

Azul disse...

As reacções á dor são perfeitamente ...ingénuas...???...ás vezes?...
No que respeita á ostentação de grandeza, vão mas é para o raio que os parta!

confessions_boy disse...

Olá .
A personalidade duma pessoa retem valores, de toda a vida ! e muitas das vezes a nossa maneira de encarar as situações vem daí, das nossas experiencias anterios, e tbm das necessidades do presente ! Tlvez nem seja o caso da ingenuidade ou o papel da coitadinha ou de forte ! Pode ser uma necessidade, quem faz de forte pode ser uma forma de encarar a vida e de prosseguir pq sabe que tem muitas pessoas a depender delas ! Contudo na minha opiniao não há uma psicologia fixa, cada mente é uma mente, há sim uma psicologia generalista !