Nunca fui de dar muito valor às coisas materiais. Não me chateio quando parto algo, ou quando algo se estraga…pode sempre ser substituído. Mas, existiram objectos aos quais me afeiçoei de forma sentimental, e que me custou bastante deixar dos os ter na minha vida.
Este fim-de-semana vou a Elvas. Desta vez o grande problema não é o borrego, mas sim o facto de ir trocar de carro. Não, não fiquei rico, nem me começaram a pagar o que mereço. Vou trocar o carro, porque o meu sogro me vai oferecer o carro antigo dele, um BX que neste momento está em muito melhor estado que o meu artigo de museu, o Corsa TR de 1984.
Este fim-de-semana vou a Elvas. Desta vez o grande problema não é o borrego, mas sim o facto de ir trocar de carro. Não, não fiquei rico, nem me começaram a pagar o que mereço. Vou trocar o carro, porque o meu sogro me vai oferecer o carro antigo dele, um BX que neste momento está em muito melhor estado que o meu artigo de museu, o Corsa TR de 1984.
O Corsa, carinhosamente apelidado de “TrasteMóbil, o Segundo”, vai para abate. Só o termo deixa-me triste. O meu primeiro carro, o carro que fez todas as primeiras grande viagens comigo, que me suportou enquanto eu ainda conduzia como uma velhinha com cataratas e com uma perna maior que outra, o carro que me levou a Santiago na minha lua-de-mel, que me levou a ver a minha família e a família da minha esposa, o carro que suportou os primeiros meses de carta da minha Maria…podia continuar aqui horas a contar coisas.
Custa-me deixar lá o carro e saber o fim que ele vai ter. Faz parte de mim, o monstro de cor vermelha comida pelo sol. E domingo vou vê-lo pela última vez…vou-me despedir dele e agradecer-lhe tudo o que me fez passar na minha vida.
Eu sei que estou a falar de um carro, mas tenho mesmo pena.
30 comentários:
Como em tudo na vida, temos que deixar sair o velho, para que possa entrar o novo.
E pensa que o novo te pode trazer momentos ainda mais especiais do que o velho!
beijinho
ó eskisito tu tras o bichinho de volta e deixa-o ficar aí à porta parado...pelo menos sempre podes ir lá sentar-te quando a Maria te estiver a dar nas orelhas...assim ficavas com um cantinho só para ti, que achas da ideia??
Posso ir com vcs passar o fim de semana?? Não me importo de comer borrego o tempo todo que lá ficarmos...(podias ir ver o meu neto por mim e dar-lhe muitos beijinhos e muitos abraços e essas coisas que uma avó costuma fazer, que me dizes??)
Boa viagem e não te esqueças de elogiar a comidinha da sogra...olha que quem te avisa tua amiga é!!
faço minhas as palavras da Dina,na íntegra.
Mas concordo contigo qdo dizes que é díficil desligarmo-nos,assim de repente, de uma coisa que nos fez tão felizes.Atenção,estou a falar de uma "coisa", por isso,amigo,bola para a frente, que é aonde está o caminho.E as memórias que te fazem lembrar dele,não foi ele que as fez, mas sim tu, a Maria, que as desenharam.E essas ficarão convosco.
Carro semi-novo,vida nova.Memórias,sempre.Para revivermos quando quisermos.
Marta:
O problema é o velho estar tão entranhado.
Beijos
Dina:
Mas, agora o estado obriga-nos a pagar até por um carro parado. E, por respirar...(esta ainda não, mas pronto).
Levava-te comigo na boa...e, se vir um netinho lindo na rua dou-lhe um beijo pela avó.
Beijos
Azul:
Espero bem que sim, que o novo me traga tão boas recordações como este Traste.
Beijos
Pega nesse velhinho vermelho e transforma-o em canteiro para as flores...
Compreendo-te bem porque estou a precisar de carro novo e ainda não me dediquei à procura porque tenho tanta pena de deixar o meu bolinhas...
como tenho saudades do meu "bólide" vermelho... o meu primeiro carro, em segunda mão, que só troquei porque me deixou pendurada 2 vezes na auto-estrada... uma delas quando ia fazer um último exame... vá lá haver gente boa no mundo e esperaram por mim desde as 10 da matina até às 5 da tarde e deixaram-me fazer o exame... e ainda me obrigaram a almoçar primeiro...
beijo
Ao ler este teu post lembei-me do meu fantástico AX!!!Até tinha tejadilho de abrir e tudo!
Quando vltávamos para Lisba era na ase dos 5 no carro e anda as respectivas tralhas que faziam om que a cada curva a "para lamas" batesse no chão. Bons tempos!!!
Nos seus últimos tempos estava tão velhinho que: chovia lá dentro, trancava e destrancava sozinho e tinha que receber muito carinho antes que o conseguisse pôr a trabalhar.
Vivemos muitas coisas juntos e nele ficaram tantos desabafos...
as houve esse maldito momento em qe também tivémos que nos separar e custou bastante.
Há uma altura que é preciso deixar ir... :) Vaicustar, mas também não te vais esquecer dele! Eu não cheguei a conduzir o primeiro UNOI domeu marido porque na altura ainda não tinha carta, mas quando o carrito se foi (coitadito, já perdia líquidos por todos os lados) custou por causa de todas as recordações que tínhamos com ele. Muito boas, todas.
Agora o nosso 2º UNO também está a precisar de descanso. estamos a ver se chega aos 200000 km, já só faltam 1500 (UAU!!). Não há substituto nem moedinhas para comprar outro, mas sabemos que este não vai durar muitomais... mais uma tristeza: foi com este acrro que aprendi a ocnduzir. Fui eu quem o riscou todo.. quem lhe fez a maioria das mossas... enfim, temos uma gramde história juntos.
Bom descanso para o teu corsa, e não fiques melancólico, recorda os vossos bons momentos :)
Faltou-te escrever que vais sentir saudades das manchas brancas que o acento do passageiro tinha...
Compreende-se. Mas a vida é feita de mudanças...
O meu primeiro carro também foi abatido. Chiuf! É a lei da vida.
Tal como tu,não dou grande valor a bens materiais (apesar de adorar coisas boas). E nunca liguei nenhuma a carros - prova disso é ver o chaço que neste momento guio.
Quando me roubaram o carro (experiência que temos em comum), o que mais chorei foram os cd que estavam na mala, principalmente aqueles que não conseguiria substituir.
Mas hoje dou comigo a ter saudades do meu Twingo descapotável tão giro e tão nervoso - chegava aos 180 num instante, era só eu distrair-me.
Quando foi encontrado foi directo para a sucata. Paciência. Mas não passa um Twingo por mim na estrada sem que eu repare...
Um beijo.
Por aacaso não tenho esse apego aos carros, tanto me faz aquele que tenho no momento (também ainda só tive dois). Claro que digo isto baixinho, para ele não ouvir, não vá o tipo ofender-se depois não pegar! ;)
Esqueci-me de comentar que adorei a ideia do Smiley a tapar a cara, tens de me ensinar a fazer isso, assim poderei pôr na Gota retratos onde estou mas o que conta é o assunto!
Sabes o que podem fazer na despedida do carro? Vâo pra um descampado perto duma falésia (aqui na Arrábida há com fartura) de noite, fazem o belo do sexo dentro do opel, depois mamam uma garrafa de Jack Daniel's, despejam acetona no carro e Vuchhhhhhhhhhhh fogo enquanto o descaem ribanceira a baixo.
:) ficas com a recordação que é bem mais preciosa
A visita obrigatória. Bom fim-de-semana.
Eu tive um igualzinho ao teu (excepto nas jantes que eram menos refinadas).
Comprei-o em Portalegre por uma fortuna e gastei outra nos recorrentes arranjos que dia-sim dia-sim necessitava.
Um dia não passou na inspecção e teve de ficar parado (aliás, tal como a minha vida estava no ultimo ano que vivi na Tugalândia) porque eu não tinha guito para o mandar à oficina.
Por fim lá apareceram os 50 contos que permitiram reparar a chapa e as luzes e em pouco tempo vendi-o a um rapaz que precisava mais dele do que eu.
Nunca mais soube nada do meu Corsa, mas dele ficaram as memórias associadas a um dos mais conturbados periodos da minha vida.
Como eu te compreendo!
fiz a mesma fita quando tive de me desfazer do meu!! (se eu tiver um tempinho ainda te deixo aqui o link para a minha choradeira!)
Mas eu não deixei ir o meu para abate... Obriguei o meu marido a arranjar comprador para ele. E ele foi comprado por alguém que não deve morar muito longe de mim porque de vez em quando cruzo-me com ele!
(vim aqui só para ralhar com o responsável por a Bell me ter metido em mais uma "corrente")
Mas mudei de ideias porque o teu blog é muito bom.
Por isso estás desculpado! :)
Então como se portou o carrinho novo na viagem??
Choraste muito ao deixar o "TrasteMóbil"??
Acontece amigo! Eu também não tenho especial apego por essas coisas. Mas quando estampei o meu primeiro carro, fiquei possesso da vida comigo mesmo durante uns meses!
Continuo a vir cá. Mas não tenho comentado. Desculpa
Um abraço
Professorinha:
Porquê flores? E sim, custou-me dizer-lhe adeus...mas acabou mais por ser um até já, visto que o mesmo afinal não vai para a sucata, mas sim para venda...enquanto não for vendido ainda o vou vendo e dando uma voltinha.
Beijos
Maria Cunha:
Também tenho algumas histórias dessas com este. Mas, a mim nunca ninguém me obrigou a almoçar...normalmente só me chamavam nomes.
Beijos
Formiguinha:
Também já tive um AX, numa altura em que o Corsa não estava com vontade de andar...mas, o meu não tinha modernices dessas. Mas, andava bem que se fartava, para o carro que era. Agora, tenho o irmão mais velho o belo do BX. Aquilo para mim parece a NASA, cheio de botões e coisas.
Beijos
Thunderlady:
Tal como mencionado, afinal ainda vai ficar com a família mais uns tempos. Mas, este foi o nosso primeiro carro, o que custa sempre. E, recordações são mais que muitas...curiosamente a única foto que tenho do carro é mesmo essa que aí está.
Beijos
zetrolha:
Bem-vindo ao meu cantinho. Não, até não sou muito fã de Iogurte Líquido, por isso nunca deixava nódoas no carro.
Um abraço e obrigado pela visita.
rb:
E esta era uma mudança necessária.
Um abraço
bell:
Mas custa...felizmente nós, temos muito tempo ainda de trabalho pelo frente, porque só nos devem abater quando morrermos ou ficarmos malucos. (Se uma pessoas não se rir disto é o que vai acontecer).
Beijos
Teresa:
Por acaso, quando me roubaram, também foram os cd's o que mais chorei. Um Twingo descapotável??? Não te estou a ver, mas pronto.
Em relação ao Smiley, precisas de algumas luzes num programa para trabalhar imagens.
Beijos
Rafeiro:
Sim, o meu também era susceptível...tanto que nunca falámos dentro dele que ia ser trocado...não fosse o outro tecê-las...
Um abraço
Nuno da Alice:
Por acaso sempre tive vontade de fazer uma coisa dessas a um carro. Era um final grandioso. Mas, acho que o meu sogro me matava...no mínimo. E, já vi aí uns quantos a quem aconteceu isso, sem o sexo e a acetona, ali na zona da Figueirinha.
Um abraço
foryou:
As recordações...é que são mesmo muitas...e quase todas boas.
Beijos
Popper:
Até acabou por ser um bom fim-de-semana, apesar de tudo.
Uma abraço
hmocc:
As jantes foram um presente...vinham de um que tinha ficado desfeito e...oops...ficavam tão bem no meu...
Este também fez uns quantos milagres na minha vida...e felizmente passava sempre (apesar dos avisos por isto e aquilo).
Agora, espero que alguém ainda o compre, e disfrute tanto dele como eu o fiz...
Um abraço
saltapocinhas:
O meu também vai ser vendido afinal...espero eu.
E, em relação à responsabilidade, nego tudo.
Obrigado pelo elogio e a tua visita será sempre bem-vinda aqui ao cantinho.
Beijos
Dina:
O carro novo é um bocadinho (valente) melhor que o Traste...mas, não é o Traste (sniff, snifff)
Felizmente, vão vendê-lo em vez de o destruírem.
Beijos e as sardinhas estavam excelentes...Mas, não vi o neto mais lindo do mundo.
Morsa:
Este ainda sofreu uma vez, porque um idiota desfez-me a traseira. Mas, ainda deu para o recuperar.
Em relação aos comentários, meu amigo, tás mais que desculpado. Por vezes o tempo não ajuda, e eu sei bem disso.
Um abraço
Eskisito, estou com vontade de rir! Pareces uma velha lamechas! :p
hihihi
Stôra:
MAU!!! Velha lamechas não...sniff sniff
Se visses o neto mais lindo do mundo reconhecia-lo??
Dina:
Claro que sim...bom, talvez não, mas ainda o vou conhecer. Um destes dias.
Beijos. (ai essas saudades)
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