A primeira vez que escrevi aqui sobre uma localidade, tive direito a citações noutros blogs, elogios por ver as coisas segundo um prisma certo, ou seja, o meu ego subiu as paredes.
Mas, algo me diz que tal não sucederá desta vez.
Estou agora a morar em Alpiarça, uma terra que claramente parou no tempo. Apesar do Presidente querer fazer umas obras de embelezamento, a vila está igual à grande maioria dos seus habitantes, velha e cheia de rugas.
Passeio diariamente por esta vila a pé, com a minha Maria. E, é ver as casas a cair, as que já caíram (que dão excelentes parques de estacionamento), as ruas sem passeios (considerando que a grande maioria dos habitantes são séniores), as estradas totalmente esburacadas e cheias de remendos de alcatrão ou de automóveis parados em qualquer lugar, porque não existe policiamento em termos de estacionamento.
Podia culpar este atraso com os anos de autarquia comunista que a terra sofreu, mas desde 2001 que a Câmara é socialista. Em Coruche, após 6 anos de socialismo, a vila está irreconhecível. Sofreu uma remodelação total de face, parecendo agora algo mais moderno e turístico (continua a não existir emprego, infelizmente).
Em Alpiarça, as únicas obras recentes que servem efectivamente de alguma coisa, é a da própria Câmara Municipal e a da recém-inaugurada Biblioteca Municipal. E, torna-se estranho ver esses lugares incluídos na paisagem desta vila. A Biblioteca, por exemplo, está rodeado por uma fundação que alberga idosos e crianças de um dos lados, de outro casas e, por trás, campo…até virem mais casas. Não existe uma ordenação nas construções, constrói-se onde se quer e como se quer. Existem zonas sem nada, e zonas onde tudo se acumula.
Era preciso mudar tudo isto tudo para que a vila evoluísse. Mas, isto são obras, cimento e alcatrão. O mais complicado de mudar, serão as mentalidades tacanhas destas gentes Alpiarcenses. A paragem no tempo também afectou os habitantes.
Vive-se de brigas antigas, conflitos políticos, jogos de interesses, e muita, mas mesmo muita, coscuvilhice.
Quando cá cheguei em Outubro, comentei com a Maria que aqui era um muito bom sítio para se viver. Mudei de ideias. A pacatez do campo é preferível à azáfama da cidade. Mas, não existem nesta terra, as condições mínimas para se ter uma vida. Falta cultura, falta interesse em fixar os habitantes, falta emprego para além da agricultura.
Olho para Almeirim, apenas a 8 km daqui, e vejo que o tempo parou apenas aqui. É preciso abrir os olhos para essa realidade. Ou qualquer dia, Alpiarça desaparece do mapa. E, acho que não era esse o sonho de José Relvas.
Mas, algo me diz que tal não sucederá desta vez.
Estou agora a morar em Alpiarça, uma terra que claramente parou no tempo. Apesar do Presidente querer fazer umas obras de embelezamento, a vila está igual à grande maioria dos seus habitantes, velha e cheia de rugas.
Passeio diariamente por esta vila a pé, com a minha Maria. E, é ver as casas a cair, as que já caíram (que dão excelentes parques de estacionamento), as ruas sem passeios (considerando que a grande maioria dos habitantes são séniores), as estradas totalmente esburacadas e cheias de remendos de alcatrão ou de automóveis parados em qualquer lugar, porque não existe policiamento em termos de estacionamento.
Podia culpar este atraso com os anos de autarquia comunista que a terra sofreu, mas desde 2001 que a Câmara é socialista. Em Coruche, após 6 anos de socialismo, a vila está irreconhecível. Sofreu uma remodelação total de face, parecendo agora algo mais moderno e turístico (continua a não existir emprego, infelizmente).
Em Alpiarça, as únicas obras recentes que servem efectivamente de alguma coisa, é a da própria Câmara Municipal e a da recém-inaugurada Biblioteca Municipal. E, torna-se estranho ver esses lugares incluídos na paisagem desta vila. A Biblioteca, por exemplo, está rodeado por uma fundação que alberga idosos e crianças de um dos lados, de outro casas e, por trás, campo…até virem mais casas. Não existe uma ordenação nas construções, constrói-se onde se quer e como se quer. Existem zonas sem nada, e zonas onde tudo se acumula.
Era preciso mudar tudo isto tudo para que a vila evoluísse. Mas, isto são obras, cimento e alcatrão. O mais complicado de mudar, serão as mentalidades tacanhas destas gentes Alpiarcenses. A paragem no tempo também afectou os habitantes.
Vive-se de brigas antigas, conflitos políticos, jogos de interesses, e muita, mas mesmo muita, coscuvilhice.
Quando cá cheguei em Outubro, comentei com a Maria que aqui era um muito bom sítio para se viver. Mudei de ideias. A pacatez do campo é preferível à azáfama da cidade. Mas, não existem nesta terra, as condições mínimas para se ter uma vida. Falta cultura, falta interesse em fixar os habitantes, falta emprego para além da agricultura.
Olho para Almeirim, apenas a 8 km daqui, e vejo que o tempo parou apenas aqui. É preciso abrir os olhos para essa realidade. Ou qualquer dia, Alpiarça desaparece do mapa. E, acho que não era esse o sonho de José Relvas.
22 comentários:
infelizmente essa realidade não é so em Alpiarça, existem muitos outros locais...
Ainda ontem a noite falava disso.
tem razao kando diz k o tempo parou em alpiarça mas não é culpa dos comunistas, alias pork agora o "partido d direita" k está no poder também nada faz, aliás esta gente k fala mal do comunismo deve tar eskecida k s não fosse os comunistas nem num blog s poderia dar a opiniao...era ver, ouvir e calar.
Psique:
Tens razão, infelizmente Portugal anda um pouco à deriva. Irrita-me ver vilas como esta e outras, com todo um potencial desperdiçado.
Um beijo.
Anónimo:
Fiz a comparação com Coruche, precisamente para estabelecer essa ideia. Não é o partido do poder que muda a terra, são as pessoas do partido. E, tem razão no que diz em relação à liberdade...
Um abraço e obrigado pela visita.
Muitas vezes passei por Alpiarça a caminho de Tomar, isto nos tempos em que a A1 só ia até Alenquer.
Nunca fiquei com uma imagem fixa da vila. Para mim era mais um aglomerado de casas ao longo da estrada, tal como todas as outras, começando em Porto Alto e terminando na velhinha ponte da Chamusca.
Pena que as coisas continuem na mesma.
Não conheço Alpiarça.. mas conheço - pouco - Almeirim, que considero um sitio excelente para criar raízes e procriar.. por ser "longe" da azáfama da grande cidade.
Apesar de morar em Lisboa, acho um absurso o caos que se vive por aqui... por ignorância minha, nunca tinha parado para pensar que as terriolas para além de calmas e pacatas, carregam com elas uma série de outros problemas, que não imaginava.
É um ponto de vista diferente e a ter em conta daqui em diante.
Concordo com a Psique que essa realidade deverá existir em tantos outros lugares.
O mundo é um aldeia global.. depois existem as "cidades" circunvizinhas...
:)
hmocc:
Está tudo na mesma ou pior.Infelizmente, porque a terra tem tudo para ser como a vizinha Almeirim.
Um abraço
ticha:
Imagina-te a morar numa terra sem cinema, teatro, poucas zonas de lazer, e cujo população é quase parecida com um filme do Rob Zombie. Apesar de Lx ser caótica, tem tudo para se poder viver.
Um beijo
Estás a 11 km de Santarém, passa a fazer aí as tuas compras e a ocupar os tempos de lazer. Era o que eu faria.
Já estive colocada em Almeirim e em Alpiarça, apesar de trabalhar ser diferente de viver, não me parece que entre as duas houvesse tanta diferença em termos de mentalidade.
Tens razão.
Se fores o próximo candidato à câmara de Alpiarça, podes contar com o meu voto.
Não conheço... Por isso tenho dificuldades em comentar. Comento sim a tua escrita. Espectacular!
Parabéns!
E um abraço pela força
Vou defender uma terra que fica no Ribatejo e que ao contrário do que diz hmocc não é apenas meia dúzia de casa à beira da estrada.
O Porto Alto faz parte de Samora Correia, onde vivo e aqui até nem se vive nada mal.
Estamos a menos de 30m de Lisboa, com acessos bons,temos aqui um pouco de tudo inclusivé a nível cultural e embora ainda existam algumas pessoas que possam ter essa mentalidade já são cada vez menos uma vez que a vila cresceu bastante e os seus habitantes já são em grande parte oriundos de outras zonas.
Agora vou agradar ao Morsa: Além disso temos também relativamente perto o Freeport de Alcochete e o Forúm Montijo (ainda há bocado lá estive) onde há lojas para todos os gostos sem necessidade de ir para o trânsito de Lisboa.(eu agora tenho que ir mas como é logo ali na zona da Expo até chego lá com facilidade e sem grande stress)
Por isso meus meninos no próximo ano podem começar a pensar em tentarem colocação por aqui que vão ver que é bem melhor que Alpiarça.(a única pessoa que conheço de Alpiarça é um nojo!)
Eskisito, só para acrescentar uma coisa ao que disseste sobre Coruche: continua a não existir emprego e as casas estão com preços inflacionados de uma forma que não faz qualquer sentido.
E pegando nas palavras da Dina, se pensarem ir morar para Samora Correia, eu tenho lá uma casa à venda. Baratinha, bem localizada (junto das escolas) e com uma boa área. Se estiverem interessados, entrem em contacto comigo. :)
E a Dina tem razão em algumas coisas e o facto de Samora/Porto Alto estar a perto de Lisboa é bom e mau.
Bom porque... enfim... estamos perto de tudo, menos da confusão do trânsito e mau porque cada vez mais Samora/Porto Alto é dormitório de Lisboa.
Bom porque as terras se têm desenvolvido muito e muitas empresas se têm mudado para lá criando mais empregos, mau porque cada vez existe mais imigrantes e minorias étnicas que também trouxeram alguma delinquência para a zona.
Cruxe...olha que apesar de tudo a delinquência não é nada de assustador, não é de maneira nehuma superior à que encontramos aí em Coruche ou em Almeirim. Claro que o caso da estação de serviço de Benavente existiu mas o que aconteceu ali também podia ter aontecido noutra vila ou aldeia do Ribatejo. Continuo a sair à noite sem problemas, já tenho deixado o carro aberto(por esquecimento) e nunca me aconteceu nada, aqui onde vivo mesmo no centro histórico local de largadas em tempos de bois não tem havido casos que possamos considerar graves.
Há bastante tempo que aqui em Samora não se ouve falar de um assalto a estabelecimentos comerciais e ainda encontras muitos grupos de pessoas na rua á noite em amena cavaqueira agora que o tempo está a ficar mais quente.
Casas também se arranjam com alguma facilidade quer para comprar (há muitas) quer para alugar.
Bell:
Prefiro ir a Almeirim. A cidade cresceu, evoluíu e ficou bonita. Já Santarém não me trás grandes recordações. Trabalhei lá 3 anos e passei a desgostar daquilo. Ali sim, as mentalidades são mais aproximadas de Alpiarça
Beijos
Benfiquista:
Não tenciono fazê-lo, mas é bom saber que conto com o teu apoio.
Um abraço
Morsa:
Obrigado pelo elogio. Mas, repara que esta é uma bela terra para ser visita por um dia. Mas, é só isso.
Um abraço
Dina:
O meu irmão vive no Porto Alto e disse-me o mesmo. Mas, do que conheço daquilo, Samora e o PA parecem-me bastante barrões para localidades tão próximas de Lisboa.
Beijos
Cruxe:
Se venderes a tua casa por esse comment, 10% são para mim. Quanto ao texto publicitário, podias ter feito bem melhor: "porque cada vez existem mais imigrantes e minorias étnicas que também trouxeram alguma delinquência para a zona".
Um abraço
Coruche mais moderno e turístico??!!! Se chamas moderno e turístico a um muro de betão que tapa a vista do rio e a um parque com um viaduto a passar pelo meio... Já nem te reconheço!
J.
Eskisito, 10%???? Bolas!!! Até os "ladrões" das imobiliarias levam menos :)
Dina, quando falei em delinquencia não falava sequer no assalto à bomba de benavente. Falava mais nas confusões que há entre diversos grupos que por aí há. E, por exemplo, eu deixei de levar os meus filhos aos baloiços junto do Pingo Doce porque era uma zona muito mal frequentada, mesmo de dia. Penso que nos últimos tempos tem andado melhor.
Em Coruche, tirando droga e ciganos (isto acaba por ser uma repetição), não considero que seja uma terra insegura.
Caro J:
Apesar de tudo, o facto de ter um espaço desses (indiferentemente do viaduto), torna toda aquela zona mais aprazível.
Quanto ao muro, as vantagens de não voltar a have cheias parecem-me mais que suficientes para aprovar o projecto. E, perde-se a vista, mas ganha-se um excelente passeio à beira-rio.
Um abraço.
Cruxe:
Sim, 10%. Ou então um cacho de bananas. E, sim, apesar de tudo, Coruche ainda é minimamente seguro.
Um abraço
Apesar de não ir para esses lados há muitos anos, conheço razoavelmente bem a zona (vivi entre Santarém, o Cartaxo e Lisboa até aos oito anos).
Curiosamente, a última vez que passei em Alpiarça, talvez há uns sete anos, tive essa sensação que referes: a de que o tempo parou ali. Mais triste ainda é a falta de ordenamento, que estraga irremediavelmente sítios paradisíacos, a falta de actividades ou iniciativas culturais. E podia viver-se no campo com tanta qualidade, não é?
Teresa:
É mesmo isso. Existem todas as condições para se viver bem, sem ter que transformar isto numa metrópole. Mas, seja por que motivos for, isto parou. Infelizmente.
Beijos
Cruxe...essa zona melhorou bastante.Aqui ciganos não há muitos o resto...é como em todo o lado, infelizmente!
Dina,
Eu referi-me ao que era almeirim e alpiarça e Porto Alto e Samora Correia à 20-25 anos atrás.
Os meus cunhados vivem em SC e eu sei bem que as coisas evoluiram um bocado nessa area desde então.
hmocc:
Ouve lá, porque é que Almeirim e Alpiarça foram escritos com minúsculas? Hã? Estás a querer dizer alguma coisa...mau!
Até Almeirim evoluiu...só esta terra é que parou no tempo...feitios.
Um abraço.
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