Apesar do título ser jocoso, este post não o pretende ser. Por isso, se estiver à espera da maravilhosa qualidade de humor a que já vos habituei, peço desculpa pela desilusão. (Sim, agora pode parar de rir).
O meu horário permite-me ter a televisão ligada pela manhã. Mas, como não há cabo para ninguém, não tenho paciência para a Fátima Lopes e para as tretas do Goucha, e a 2 dedica as suas manhãs aos petizes, sobra-me a RTP e a sua Praça.
E, para quem já viu a Praça, sabe que existe o mais maravilhoso momento de televisão: as avozinhas que vão lá ganhar uns cobres com o número de netos que têm.
Desde senhoras surdas, que gritam, que cantam, que não deixam falar ninguém, que cantam, que contam a história da vida delas de uma ponta a outra (eu já mencionei o cantar?), tudo ocorre naqueles 15 ou 20 minutos. Se daqui a uns anos existir ainda os momentos deprimentes dos Gatos, as avozinhas são uma fonte inesgotável.
Agora sim, o tema sério. Uma das perguntas recorrentes desse grande treinador de futebol, o Jorge Gabriel, é a da comida e do facto de uma sardinha dar para 10 pessoas. Eu não vivi nesses tempos, mas os meus pais e sogros confirmam que isso acontecia mesmo. Que um pedaço de toucinho e um pão davam para uma família inteira. Isso era a refeição completa.
Gostava de abordar isto de uma forma pouco crítica, mas sei que não vou conseguir. Aproxima-se o 25 de Abril. E isso, não sei porque, desperta o meu patriotismo adormecido.
Salazar é o maior português de sempre. Pelo menos segundo as pessoas que ligaram alguma aos Grandes Portugueses e se deram ao trabalho de gastar dinheiro para votar nesse senhor. Mas, a minha associação directa de ideias é simples: todas essas pessoas que passaram fome viviam no tempo de Salazar, esse grande português. Eu, que nasci depois da revolução nunca passei fome. Mas, também nunca fui torturado, espancado, oprimido ou morto.
Mas, o 25 de Abril aconteceu (sim, trouxe alguns malefícios, mas trouxe muitas coisas boas). E, agora eu como um almoço baseado numa roda alimentar completa. Legumes, fruta, massa, carne, peixe, leite, queijo, pão, e podia continuar eternamente esta lista. As avozinhas tinham pão e sardinha, ou pão e toucinho. 2 coisas. Uma refeição. 10 pessoas.
Para acabar, uma nota. Hoje em dia, existem pessoas que, devido a uma qualquer moda de aparência, fazem dietas. Passam fome porque querem. A todos esses seres, pensem nisto: se vivessem no tempo do grande português, não tinham de se preocupar com a dieta. Isso é certo.
O meu horário permite-me ter a televisão ligada pela manhã. Mas, como não há cabo para ninguém, não tenho paciência para a Fátima Lopes e para as tretas do Goucha, e a 2 dedica as suas manhãs aos petizes, sobra-me a RTP e a sua Praça.
E, para quem já viu a Praça, sabe que existe o mais maravilhoso momento de televisão: as avozinhas que vão lá ganhar uns cobres com o número de netos que têm.
Desde senhoras surdas, que gritam, que cantam, que não deixam falar ninguém, que cantam, que contam a história da vida delas de uma ponta a outra (eu já mencionei o cantar?), tudo ocorre naqueles 15 ou 20 minutos. Se daqui a uns anos existir ainda os momentos deprimentes dos Gatos, as avozinhas são uma fonte inesgotável.
Agora sim, o tema sério. Uma das perguntas recorrentes desse grande treinador de futebol, o Jorge Gabriel, é a da comida e do facto de uma sardinha dar para 10 pessoas. Eu não vivi nesses tempos, mas os meus pais e sogros confirmam que isso acontecia mesmo. Que um pedaço de toucinho e um pão davam para uma família inteira. Isso era a refeição completa.
Gostava de abordar isto de uma forma pouco crítica, mas sei que não vou conseguir. Aproxima-se o 25 de Abril. E isso, não sei porque, desperta o meu patriotismo adormecido.
Salazar é o maior português de sempre. Pelo menos segundo as pessoas que ligaram alguma aos Grandes Portugueses e se deram ao trabalho de gastar dinheiro para votar nesse senhor. Mas, a minha associação directa de ideias é simples: todas essas pessoas que passaram fome viviam no tempo de Salazar, esse grande português. Eu, que nasci depois da revolução nunca passei fome. Mas, também nunca fui torturado, espancado, oprimido ou morto.
Mas, o 25 de Abril aconteceu (sim, trouxe alguns malefícios, mas trouxe muitas coisas boas). E, agora eu como um almoço baseado numa roda alimentar completa. Legumes, fruta, massa, carne, peixe, leite, queijo, pão, e podia continuar eternamente esta lista. As avozinhas tinham pão e sardinha, ou pão e toucinho. 2 coisas. Uma refeição. 10 pessoas.
Para acabar, uma nota. Hoje em dia, existem pessoas que, devido a uma qualquer moda de aparência, fazem dietas. Passam fome porque querem. A todos esses seres, pensem nisto: se vivessem no tempo do grande português, não tinham de se preocupar com a dieta. Isso é certo.
5 comentários:
E viva o 25 de Abril que, como dizes, trouxe muitas coisas boas a começar pela liberdade :-)
Bem falado. Se não fosse o 25 de Abril não haveria 26 de Abril, nem grandes badeiras em Portalegre enquanto alegadamente jovens estariam ali para estudar, nem blogs, nem gajas tão sexualemnte activas como os homens e os doces continuariam somente a ser a bolacha Maria e a gelatina.
Agora fora de brincadeiras, o Salazar de facto marcou e de que maneira a manta de retalhos que é a nossa história, mas de um modo negativo, de um modo tão escuro como uma noite sem lua. Quem votou nesse senhor, e dando-se a importância mínima que deve ser dada a esse facto, das duas uma, ou era dono do Alentejo ou acha que o facto de agora haver umas poucas coisas más apaga a mesa farta em comida e todas as muitas comodidades que há 30 anos apenas eram uma miragem. Eu nasci após a revolução e cresci numa "casa" sem banheira, sem água quente, sem um quarto digno desse nome, sem uns sofás, repleta de humidade...sei bem do que falo. Sei também ver que apesar de podermos estar bem melhor, evoluimos neste último quartel de século como ninguém.
A nossa democracia é ainda muito nova...nem 40 anos tem.Temos que dar-lhe (e dar-nos...) tempo para que se possa fazer os ajustes necessários, seja para valorizar o que temos, quer para balizar o passado com o presente. Os nossos filhos já terão uma maior noção daquilo que é uma realidade em liberdade, na medida em que, tanto eles como os pais já nasceram inseridos numa sociedade livre de pensamento, expressão e vontade.
liberdade de escolher comom somos e com o queremos ser...
Pois é, tu agora não passas fome mas tens: colestrol, tensão alta, diabetes e uma cintura tipo Boneco Michelin (bem tu não sei se tens mas podes vir a ter) antigamente era tudo saudável e elegante.
PS - Se leres estes comments que estou a fazer em posts bué bué antigos diz qualquer coisa, não aqui no passado porque não vou cá voltar mas no futuro...
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