segunda-feira, 9 de abril de 2007

Dizer ao Zé de Mello que...

Para os residentes na cidade de Elvas, este título parece bastante familiar. Para o senhor que me deixou um comentário ao último post, ainda mais familiar será.
Em resposta ao desafio lançado, não, Elvas não se resume ao famigerado borrego. Elvas é uma cidade internacional, prova disso a quantidade de vezes em que sou atendido em espanhol no comércio tradicional local. Elvas é terra de gente rija, verdadeiramente orgulhosa nas suas origens. A questão é saber se essas origens são portuguesas ou espanholas.
O Sr. Rondão de Almeida, esse grande inaugurador de placas e monumentos ao seu ego, tem feito por essa cidade algo que ela merecia. Deu-lhe nova cara com as suas dezenas de rotundas, o estacionamento da Sé, obra-prima da engenharia, construiu um estádio e complexo desportivo para albergar esse grande clube, com uma grande história. Aliás, foi no Elvas C.A.D. onde o Sr. Rondão se introduziu ao povo da terra. E, o mais importante monumento que o seu ego construiu foi o maravilhoso Coliseu de Elvas (que como sabemos não se chama exactamente assim, mas pronto).
Quando vim pela primeira vez a Elvas, admito que o impacto de ver o aqueduto a aproximar-se, enquanto fazia a estrada do Vedor, foi algo de indescritível. Depois, na minha primeira visita (com a melhor guia possível, a minha mulher) descobri uma cidade cheia de encantos e beleza. Desde o castelo, aos bairros judeus, ao Cemitério dos Ingleses (o meu espaço favorito em Elvas), passando pela Sé e pela sua praça, toda a cidade transpira um encanto que nos faz apaixonar por ela.
Mas, em Elvas, tal como em qualquer cidade, são as pessoas que fazem o modus vivendi da terra. E, é nas pessoas que eu torço o nariz. Não querendo voltar a tocar na questão da dupla nacionalidade (não nego que tem as suas vantagens, desde o comércio espanhol, até ao facto de terem mais 5 ou 6 canais televisivos, o que apresenta um boa alternativa aos 4 portugueses), tal como todos nós, os Elvenses tem as virtudes e os seus defeitos. Como é uma pequena cidade de interior, torna-se numa aldeia grande, onde todos conhecem todos e todos sabem tudo sobre todos. Isso faz-me uma certa alergia. Feitios…
Sinceramente, tal como já disse muitas vezes à minha esposa, gostava de poder viver a minha vida em Elvas. Conseguia fechar os meus ouvidos à lengalenga nasalada que ouço à minha volta, e ignorar a questão de todos quererem saber quem sou. Vive-se bem em Elvas. Não há crime (em comparação a Santarém), existem espaços maravilhosos para visitar todos os dias, e os preços das casas são bastante acessíveis em relação ao resto do país. Temos Espanha ao lado (novamente fecho os ouvidos) pelas compras e pela gasolina.
Acabo este post sem saber se disse bem ou mal da terra. Eu limitei-me a ser realista, e toquei nos bons e maus pontos da cidade. E, peço desculpa a Elvas por lhe ter roubado uma das mais belas e inteligentes habitantes da mesma.
Seja diferente, visite Elvas. (já agora, que raio de slogan é este???)

3 comentários:

Dina disse...

Uma análise quase perfeita de Elvas.

O REBELDE disse...

ESTIVE NO SEU BLOG E NÃO RESISTI Á TENTAÇÃO DE LHE ESCREVER E FELÍCITAR MAS TAMBEM LHE DIGO QUE NA TERRA ONDE VIVE EM SAMTARÉM TAMBEM NÃO É NADA A COMPARAR A ELVAS AI TEM UMA FEIRA MUINTO IMPORTANTE PARA OS LAVRADORES UNIREM E PENSSAREM UM POUCO MAIS EM PRODUZIREM MUITO MAIS, TEM UM PARQUE INDUSTRIAL E AI Á TARBALHO AQUI EM ELVAS É AO CONTRARIO SÓ ROTUNDAS SÓ PLÁCAS ( PROMETEMOS E FAZEMOS) EU DIGO , O QUE É QUE PROMETEM? E O QUE É QUE FAZEM OU TEM FEITO EM ELVAS ; PARA SE ENQUIPARAREM COM OUTRA CIDADE EM QUALQUER LUGAR DO PAÍS , ATRASO ATRASO E DESERTIFICAÇÃO ABANDONO TOTAL ;O SLOGA SERIA ELVAS CIDADE DEZERTA .

Eskisito disse...

Caro Rebelde:
Compreendo o seu desespero ao afirmar que é necessário emprego para se viver em condições. Se eu tivesse oportunidade de trabalhar em Elvas não hesitava e viveria lá. Mas, como é óbvio, não há.
Mas, deixe que lhe diga que o Ribatejo não é muito melhor nesse aspecto. Aliás, parece que o presidente destas bandas conhece o Rondão, visto que agora os grande projectos são rotundas e avenidas. Emprego nem por isso.
Portugal está entregue aos bichos.

Cumprimentos e obrigado pela atenção.

eskisitorules