domingo, 29 de abril de 2007

Campeonato Nacional da Língua Portuguesa

No Sábado, no auge da minha doença tive um sonho mau. Sonhei que não dava nada de jeito nos 4 canais no final de tarde. E, devido a intervenção divina (a minha mulher), acabei por ver o CNLP na SIC, apresentado pela Bárbara Guimarães, que parece ter sido promovida a inteligente depois de se ter casado com o Carrilho.
Começou bem. Um ditado com tantos palavrões (entenda-se palavras que ninguém utiliza no dia a dia) que a meio eu já estava a dormir. Quando acabou, fiz a correcção ao ditado da minha esposa e tive oportunidade de ler o resto do texto, e descobri que para além da escolha de palavras, o texto também não tinha lógica nenhuma.
Depois vieram as perguntas. Os concorrentes estavam divididos por idade em 3 categorias: -15; de 15 a 18; +18 (categoria apelidada pela apresentadora como “os mais velhos”). E, durante essa fase surgiram algumas coisas que me fizeram confusão. Erros nas perguntas, respostas erradas consideradas correctas ou o inverso, e erros gravíssimos de leitura por parte da apresentadora.
Exemplos não faltam:
- Na frase “prometeram-se amor eterno” amor eterno é considerado complemento indirecto. (resposta correcta: complemento directo)
- Nas consoantes F, T, V, qual é a sonora? F. (resposta correcta: V)
- A apresentadora ler "abulico" (em vez de abúlico), "vermifugo" (em vez de vermífugo), "ice” lido à inglesa (aice) referindo-se ao sufixo de palavras como "velhice"
Mas, a minha favorita foi, sem dúvida, a pergunta final, para decidir o vencedor na categoria dos “mais velhos”:
- “O que quer dizer a palavra inconsútil?” R: “Sem consumo”.
E a senhora lá ganhou. Resposta correcta. Não. A resposta correcta seria: “Sem costuras”.
Mas, o mais curioso foi um senhor que respondeu a todas as perguntas de forma intencionalmente errada. Vim a saber depois que aquilo era um protesto aos erros nas provas de qualificação e ao organismo que regula o CNLP, a Comissão Técnico-Científica.
Ninguém é perfeito, e errar é humano. Mas, só abordei um cabelo de todas as confusões e erros que existiram naquela prova. Que raio de moralidade têm aqueles senhores e senhoras para fazerem um campeonato de uma coisa que, claramente, não dominam? Nenhuma.
Mais uma típica barraca à portuguesa…

Sim, estou a ficar um "bocadinho" melhor...

E, porque às vezes há comentários que merecem post, aqui vai. Enviado pela Xanu em relação ao post anterior.


Sátira aos HOMENS quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão-de-ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

de ANTÓNIO LOBO ANTUNES

sábado, 28 de abril de 2007

Tou doentinho…

Provavelmente através de uma aluna apanhei uma qualquer gripe, dessas que andam no ar à procura de vítimas inocentes. E, estou em regime de cama. Na sexta já não consegui fazer grande coisa na escola, visto estar a perder a voz e o corpo.
Mas, hoje estou realmente abatido. Quase morto. Com a sensação de que sou um inútil. Preciso e amor e festinhas. Mas, descobri que o casamento é um momento bastante adverso a doenças e carinho. Segundo a minha querida mulher, a única maneira de me curar é através de drogas. Comprimidos com força para a carola. E, claro, as mezinhas das avós. Os limões e o mel, e o vinho aquecido, e os chás de cebola…toda e qualquer coisa que saiba realmente mal e que (supostamente) me faça bem.
Amor e carinho é que não. Já a obriguei a ver o Patch Adams par aí umas quinze vezes, para ela perceber que uma doença também se cura através de carinho e atenção.
Claro que, se reunirmos a nossa mulher com outras criaturas da sua espécie, começa logo a conversa de que os homens são maricas e extremamente chatos quando estão doentes.
A única coisa que me anima é o facto de agora possuir uma desculpa válida para o meu problema do post anterior. Estou a tomar comprimidos…

sexta-feira, 27 de abril de 2007

E para parar de me armar em revolucionário…

Resolvi falar de um tema diferente. Todos nós sabemos que os assuntos polémicos, tal como o que eu abordei no post anterior é que dão comentários, mas, desta vez, resolvi acabar a semana em beleza a falar de algo que todos concordam e manifestamente apoiam. Um tema de uma tal coerência, que só não se torna chato por ser de tão grande agrado para todos os nossos leitores.
Resolvi falar de flatulência. Pêdos como diz a minha Maria. Eu tenho uma certa tendência para sofrer deste mal (é nesta altura que os leitores exprimem a sua simpatia para comigo). Certas comidas, alguns medicamentos, ou, segundo a minha Maria (citada já duas vezes neste post, por isso quero acção hoje à noite) o ar que respiro.
Mas, não devemos considerar isto como algo negativo. Se um bebezinho solta uma valente farpa, daquelas que nos deixam com uma lágrima ao canto do olho, devido à acidez da coisa, é querido. Mas, se for eu a largar uma singela bufinha, sou um porco e mereço ir dormir para o sofá (sim, era escusado começar a abanar os lençóis depois de a largar…feitios).
Todos temos histórias de traques dados em situações inoportunas. A minha acaba comigo a largar uma sonora ventosidade, enquanto estava em cima de um escadote, com a minha sogra atrás de mim com a sua cabeça à altura do dito, enquanto eu pensava que estava sozinho.

P.S. Resolvi hoje que me vou tratar. Existem uns comprimidos para uma pessoa não se gasear tanto. E, para além do incómodo de dormir no sofá, não quero que os ambientalistas que insultei no post anterior me venham acusar de contaminar o ar deles com o meu CO2.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Pobrezinho do ambiente…

Tentei. A sério que sim. Mas, isto já é demais.
Primeiro foi a energia eólica. Coisa boa, ambientalista, sem prejuízos para o meio ambiente…não segundo os ambientalistas. As torres eólicas descaracterizam a paisagem e põem os morcegos em risco. Aguentei e não disse nada.



Depois foi a questão da fábrica da Pescanova em Mira. 350 postos de emprego que se propunham e desenvolvimento para uma região. Não. Os ambientalistas falam das dunas e do raio que os parta.



Agora foi a gota de água. O IKEA resolveu investir em Portugal. E vai criar 3 fábricas na zona de Paços de Ferreira. 1550 postos de emprego, investimento e compra de materiais para produção em Portugal. Não. Os ambientalistas falam de zonas protegidas e outras tretas.




E ganharem uma porra de uma vida? Não era bom? Por amor da santa, matem os morcegos, acabem com as dunas, e cortem árvores, se isso significar emprego e melhores condições de vida para pessoas e localidades.
Se os investidores estrangeiros fogem do Portugalzinho a sete pés, o que devemos fazer aos poucos que ainda cá investem e criam condições? Abrir-lhes as portas e pôr o melhor tapete vermelho que temos no chão.
Para concluir, e não querendo arranjar mais confusões, sabem quanto custa comprar um carro híbrido? Não. Pois bem, só 28.850,00€ (o mais barato). E, imaginem lá que carro conduz o presidente da Quercus? Pois, se eu tivesse dinheiro também o comprava. Mas, se eu tivesse dinheiro, também não me preocupava com a miséria dos outros…

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril...Sempre!


Posso falar de liberdade. Evocar a Grândola e Zeca. Elogiar o capitão Maia e as tropas que fizeram uma revolução de flores e ideias. Cantar Paulo de Carvalho.
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Podia também falar da PIDE. Dos torturados pelos testículos e mortos pelos ideais. Insultar Salazar e abençoar a cadeira. Contar anos e anos de repressão.
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Mas, nasci depois de 74. Não vou falar do que não vi. Vou falar do que vi hoje.
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Vi crianças a sorrir, falando comigo dos seus gostos e ambições. Vi pessoas em grupos nas ruas, insultando os autarcas por fazerem obras sem lógica, nem atenção. Vi pessoas num café a falar do pouco que ganham e do Governo que os explora.
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Mais importante ainda, liguei a televisão e vi Odete Santos a fazer stand-up. Aí, tive a certeza que vivia num país livre.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Às vezes penso que isto ainda existe...



Irra…

Muito poucas coisas no mundo me irritam ao ponto de querer partir tudo à minha volta. Mas, uma das coisas que sempre me irritaram foi a estupidez humana.
Permitam-me divagar durante uns minutos. Quando alguém me chama nomes, devo chamar-lhe parvo, mas ter em atenção os nomes que me são chamados. Pois, se puder aprender alguma coisa com isso, o meu ser cósmico agradece.
“Um sábio muda de opinião, um tolo nunca o fará.” Aparece na Bíblia. Devia ser um dos 10 mandamentos da sanidade mental.
Irra…porque raio é que o facto de insultar alguém (pelos defeitos que todos à sua volta reconhecem) é considerado ofensa? Ou pior ainda, crime? Existirá algo mais parvo do que falar em processar alguém por salientar o óbvio?
A situação que despoletou esta ira contida não interessa ser contada aqui. Mas, envolve egos de idiotas que apenas vêem o seu próprio umbigo. E, faz-me pensar que, nem todos percebem bem o espírito de poder falar livremente.
Vou deixar a minha ira morrer. Porque, e usando mais uma grande frase feita: “Não vale a pena chover no molhado”.

Acabei...

Esta é a versão definitiva...pelo menos até eu me fartar...

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Pois é...outra vez...

Para os senhores que seguem atentamente a vida deste blog (estamos quase a bater nos 500), repararam que o autor é totalmente parvo. E que, para além disso, muda o aspecto ao blog de mês em mês.
Embora este não seja o aspecto final definitivo (aviso), já está quase pronto. E, tal como na mudança anterior, peço aos meus leitores que me deixem um comentário sobre este aspecto e o que é que mudavam (como se eu vos fosse ligar alguma).
Obrigado a todos os que passam por aqui, e se me preocupo em mudar isto é por vós (e pela parte muito pequena do meu cérebro que diz que tenho de ter o blog mais bonito)…(isto saiu um bocado gay).

Lembra-me como foi...

Em 2007 acordo todos os dias para um novo mundo. Computadores, consolas, TV por cabo, frigoríficos que nos avisam da falta de comida, Internet, um sem fim de coisas que evoluem todos os dias. Vivemos felizes e sem preocupações. Tudo à nossa volta á facilitado.
Mas, será mesmo que todas estas coisas nos fazem felizes?
Ontem, vi na RTP 1 o “Conta-me como foi”. A série começa em 1968, e pretende descrever-nos a vida de uma família desde esses tempos até aos dias de hoje.
Descobri duas coisas nessa série. A primeira é que a vida familiar não mudou tanto desde 1968 até 1980’s. E a segunda, descobri que já tive uma vida (ultra)passada.
Corria o ano de 1984. Um muito jovem Eskisito de 6 anos estava a gritar para uma janela dizendo: “Agora já se vê.” Tínhamos recebido nesse dia a TV a cores, uma Philips de 50 KG. Tinha de se regular as duas antenas, uma para cada canal disponível.
Depois passaram-se noites a ver Jogos sem Fronteiras, Festivais da Canção e Eurovisão, Modelos e Detectives e tantos outros programas que me marcaram até ao momento em que tudo mudou.
E, se nos dava a fome, não íamos ao frigorífico buscar o gelado, ou misturar o leite nos cereais. Os Rajás comiam-se na rua e os cereais comiam-se no pão com manteiga.
Brincávamos na rua com a bola do vizinho rico, ou jogávamos berlindes. Eu era campeão na carica (estou tão desactualizado que nem o Word aceita a palavra carica).
Não telefonávamos para os amigos, a não ser por coisas importantes. O telefone com 2 KG estava na mesa do corredor, e apenas os nossos pais o usavam.
E na escola…ai as saudades de levar um par de estalos por não saber quem era o 10.º rei de Portugal (momento irónico do post, obviamente).
Mas, o certo é que dávamos importância às coisas certas. Comer um gelado era algo de extraordinário, e ver os Jogos sem Fronteiras com toda a família é um dos melhores momentos que me lembro. E, agora, enquanto tenho o meu computador com 1,8 KG no colo, penso no quanto o tempo mudou. Se nada disso existisse, que estaria eu a fazer?
Provavelmente a dormir, abraçado à minha mulher.

domingo, 22 de abril de 2007

Odeio computadores...

É verdade, odeio computadores. Mas, não consigo passar sem eles. Aliás, ele, este grande filho de uma grande “motherboard”. Um portátil comprado a custo (em largas prestações, que, aliás, ainda não acabaram) que me ajuda no trabalho e na maravilhosa vida dupla que tenho com a Internet.
Mas, hoje, acordou mal disposto. Deve estar com o dito período, e não lhe apetece trabalhar. Faz pi pi pi, apaga, pi pi pi, liga, queixa-se de dores e eu começo a ter a vontade de usar a marreta em vez de Trifene, numa típica demonstração de nacionalismo (eu avento a teoria que a primeira ferramenta que qualquer Tuga tira da mala é o martelo…nem que seja para arranjar um relógio de pulso).
Como eu sou uma pessoa muito calma (ainda hoje ouço a minha mulher por uma varinha Braun que destruí à martelada porque não funcionava como queria), resolvi atirar o cabo de alimentação para o lixo. Sim, o período também me afectou.
Sai de casa para ver se encontrava um qualquer tasco onde pudesse comprar um novo alimentador para o animal. Não encontrei como é óbvio (Domingo às 19h00, previsível não era?)
Cheguei a casa, resolvi tirar o amigo do lixo, e liguei outra vez o animal. E, após muitos jeitinhos no cabo, ele lá parou de fazer o pi pi pi e ligou. Até agora. Mas, se não tiverem notícia minhas nos próximos dias, já sabem…fui à mala de ferramentas demonstrar o meu nacionalismo.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

As sete coisas...

Fui desafiado pela minha esposa para entrar no desafio das sete coisas. O resultado não é o mais interessante, mas fica aqui a participação;

7 coisas que faço bem:
- Não dizer nada de jeito, apesar de falar muito
- Dizer mal dos espanhóis (sim, antes do Horácio, já cá andava eu)
- Organizar coisas (quase uma doença)
- Comprar pechinchas (nem que isso demore uns dias a escolher)
- Ver filmes (horas e horas seguidas)
- Bricolage (tudo na casa tem sempre um jeito meu)
- Ter ideias totalmente absurdas (…)

7 coisas que não faço ou não sei fazer:
- Bolos (acontece sempre algo)
- Dizer alguma coisa de jeito
- Tolerar injustiças
- Passar a ferro (eu sei, mas a minha mulher convenceu-me que não)
- Aturar meninos mimados (às vezes adultos)
- Comover-me com facilidade
- Estar quieto

7 coisas que me atraem no sexo oposto:
- Sinceridade (dói, mas vale a pena)
- O riso (sou totalmente influenciável)
- A forma como se emocionam com coisas totalmente lamechas
- Os seios (sim, se não pusesse este a minha mulher acrescentá-lo-ia nos comments)
- A inteligência (preciso de desafio)
- Espontaneidade (gosto de ser surpreendido)
- Saberem quando devem estar caladas (hehehe)

7 coisas que digo frequentemente:
- Asneiras (sim, eu sei, não devia)
- Literalmente…
- Mas, o que é que eu disse?
- Tetinhas…(o contexto é esse mesmo)
- Tou com gases.
- Ou não…
- Não fui eu!

7 actores/actrizes:
- Brad Pitt (eu sei, é estranho, mas os filmes do gajo são bons)
- José Sócrates (sem comentários)
- Anthony Hopkins (um mito)
- Morgan Freeman (apesar de muitos maus papéis)
- Don Cheadle (quem tiver alguma dúvida, veja o Hotel Ruanda)
- Emily Watson (qualquer um)
- Samuel L. Jackson (epá…pronto…o homem defeca estilo)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Há modas boas, há modas más…

No último post falei de dietas. Uma moda como outra qualquer. Apesar de não a compreender, não a condeno. Falei também da moda do Salazar. Não compreendo e condeno.
Mas, após um dia de leitura de blogs alheios, descobri qual é a pior moda de todas: o criticismo idiota. E, por defeito, uma outra moda siamesa: a desculpa espapaçada seguida de mais critica idiota.
Exemplo: no blog Frangos para Fora, existe um post onde se critica o Gato Fedorento. Nada contra. Cada um tem direito à sua opinião (reparem no autor deste blog a dar o ar de que é superior a todas estas questões). Mas, se tiverem paciência leiam os comentários.
Exemplo: no blog Há Vida em Markl, existe um post sobre um sketch do Hora H, escrito pelo Markl e Palma, que este considera genial. Novamente, nada contra, cada qual tem a sua opinião (o autor do blog neste momento já ascendeu mais um degrau na sua escala zen). Peço novamente que leiam os comentários. E já agora o post a seguir. E já agora os comentários desse.
Exemplo: Cláudio Ramos no Fátima. Preciso de dizer alguma coisa?
Todos nós (o autor deste blog também se inclui nesta categoria, embora de uma forma mais alienada) temos nas veias o maldito vício Português de dizer mal. Seja do que for, conhecendo ou não o tema, interessa é dizer mal de…
O problema é quando somos nós os visados deste destilar de idiotice e maledicência. Aí, a porca torce o rabo, e os meninos e meninas amuam. E, começa uma guerrilha de ideias parvas sobre quem é que tem a pilinha maior.
Não sou contra uma pessoa crítica. Mesmo que o visado seja eu. Desde que essa mesma crítica seja fundamentada em algo real, e não apenas nos macacos que temos no nosso sótão. Um crítico deve ser um informador. Algo está bom, algo está mau. Mas, porque se diz bem ou mal é essencial para a coerência dessa crítica.
Acima de tudo, cabe a cada um de nós acreditar (ou não) na palavra de um crítico. Um bom álbum de música, um bom filme, um bom livro, pode acabar por ser uma decepção para mim. O inverso também sucede.
E com isto, quero dizer o quê? Não sei, mas apeteceu-me dar ares de superior…

Finalmente, as avozinhas da Praça da Alegria...

Apesar do título ser jocoso, este post não o pretende ser. Por isso, se estiver à espera da maravilhosa qualidade de humor a que já vos habituei, peço desculpa pela desilusão. (Sim, agora pode parar de rir).
O meu horário permite-me ter a televisão ligada pela manhã. Mas, como não há cabo para ninguém, não tenho paciência para a Fátima Lopes e para as tretas do Goucha, e a 2 dedica as suas manhãs aos petizes, sobra-me a RTP e a sua Praça.
E, para quem já viu a Praça, sabe que existe o mais maravilhoso momento de televisão: as avozinhas que vão lá ganhar uns cobres com o número de netos que têm.
Desde senhoras surdas, que gritam, que cantam, que não deixam falar ninguém, que cantam, que contam a história da vida delas de uma ponta a outra (eu já mencionei o cantar?), tudo ocorre naqueles 15 ou 20 minutos. Se daqui a uns anos existir ainda os momentos deprimentes dos Gatos, as avozinhas são uma fonte inesgotável.
Agora sim, o tema sério. Uma das perguntas recorrentes desse grande treinador de futebol, o Jorge Gabriel, é a da comida e do facto de uma sardinha dar para 10 pessoas. Eu não vivi nesses tempos, mas os meus pais e sogros confirmam que isso acontecia mesmo. Que um pedaço de toucinho e um pão davam para uma família inteira. Isso era a refeição completa.
Gostava de abordar isto de uma forma pouco crítica, mas sei que não vou conseguir. Aproxima-se o 25 de Abril. E isso, não sei porque, desperta o meu patriotismo adormecido.
Salazar é o maior português de sempre. Pelo menos segundo as pessoas que ligaram alguma aos Grandes Portugueses e se deram ao trabalho de gastar dinheiro para votar nesse senhor. Mas, a minha associação directa de ideias é simples: todas essas pessoas que passaram fome viviam no tempo de Salazar, esse grande português. Eu, que nasci depois da revolução nunca passei fome. Mas, também nunca fui torturado, espancado, oprimido ou morto.
Mas, o 25 de Abril aconteceu (sim, trouxe alguns malefícios, mas trouxe muitas coisas boas). E, agora eu como um almoço baseado numa roda alimentar completa. Legumes, fruta, massa, carne, peixe, leite, queijo, pão, e podia continuar eternamente esta lista. As avozinhas tinham pão e sardinha, ou pão e toucinho. 2 coisas. Uma refeição. 10 pessoas.
Para acabar, uma nota. Hoje em dia, existem pessoas que, devido a uma qualquer moda de aparência, fazem dietas. Passam fome porque querem. A todos esses seres, pensem nisto: se vivessem no tempo do grande português, não tinham de se preocupar com a dieta. Isso é certo.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Há malucos para tudo…

E, para desanuviar um pouco da conta de DUZENTOS E DOIS EUROS, deixo aqui uma sugestão. Este senhor dedica o seu tempo livre a fazer arte (não sei bem qual o termo técnico deste género de arte) utilizando materiais algo estranhos: um automóvel perfeitamente normal mas, totalmente sujo de pó. Ele usa o pó nos vidros para fazer as suas obras. Mas, não se limita a desenhar órgãos genitais masculinos ou a usar a frase (totalmente inédita): Lava-me porco!
Melhor que descrever, só mesmo mostrar:
Por isso, se ficaram com a mesma cara de parvos que eu quando vi isto, aqui fica o site do senhor: http://www.dirtycarart.com/.
Esqueci-me de mencionar que o senhor é americano (claro, que outro idiota iria descobrir que podia ganhar dinheiro a usar o pó dos carros)

Porra para isto…

Irrita-me não ser rico. Se fosse rico era feliz. Digam-me o que disserem aqueles que ainda vivem num mundo cheio de florzinhas e corações, é mesmo isto que penso.
Passei uns bons quatro ou cinco meses a tentar equilibrar as finanças cá de casa. Aliás, passámos, visto que a minha mulher ajudou-me nesta tarefa. Estivemos a controlar todo e qualquer tostão que gastássemos em qualquer porcaria, desde a comida até aos gastos indevidos. E, quando finalmente conseguimos olhar para a conta a meio do mês e ver algum dinheiro, chega-me uma porra de uma carta da E.D.P. (pela primeira vez sinto-me tentado a usar asneiras a sério neste blog) com os acertos da luz. 202€. DUZENTOS E DOIS EUROS.
Nós só pagávamos 30€ de dois em dois meses. E, agora chega-me este ranho de carta com DUZENTOS E DOIS EUROS para pagar.
Depois de muitas contas feitas e muitas latas de salsicha compradas, lá conseguimos arranjar o dinheiro para pagar este abuso. Mas, como é óbvio, todas as nossas contas anteriores foram ver o senhor ao céu. E, lá voltamos nós a contar todos os tostões durante mais uns meses até isto ir outra vez ao sítio. Isto sem contar com o seguro do carro que vem a caminho, ou as prestações que em vez de diminuírem aumentam a cada mês.
Logo, se fosse rico, a minha maior preocupação neste momento seria o que iria escolher para jantar de entre uma montanha de pratos extremamente caros num qualquer restaurante à beira Sena.
Assim sendo, peço que todos os que sentirem pena da minha pessoa deixem um comentário com a quantia que estão dispostos a depositar na conta a fundo perdido: AJUDEM O ESKISITO E A FAMÍLIA A SUPERAR ESTA CONTA ABSURDA DE DUZENTOS E DOIS EUROS.
Porra, estou mesmo chateado!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A tumba de Jesus…

Ontem à noite, pela primeira vez, abdiquei de ver os Srs. Fedorentos para ver o documentário do James Cameron na SIC sobre o suposto túmulo de Jesus.
Sobre o mesmo não me vou alargar. Acho que para se poder evidenciar uma certeza deve-se colocar mais que uma hipótese. Coisa que não é feita. Afirma-se do início ao fim que este é certamente o túmulo perdido de Jesus. Ponto final.
O problema do documentário são as conclusões que se retiram. Se aquilo realmente é o túmulo de Jesus e da sua família, que consequência trará isso ao Cristianismo como o conhecemos? Se Jesus realmente era casado com Maria Madalena, da qual terá tido um filho, onde é que isso se enquadra na versão bíblica da Madalena prostituta e do Jesus virgem?
Eu não sou católico, cristão, ateu, mórmon, ou seja o que for. Tenho a fé em mim. Na minha pessoa e na minha decisão. Mas, este tema interessou-me.
A minha mulher é católica. Não pratica activamente (segundo os cânones da sua religião) as práticas do catolicismo. E, desde o início da nossa relação, fomos chegando a uma conclusão: o problema de qualquer religião são os homens.
E, no caso do túmulo, o problema são novamente os homens. Depois do documentário, houve um debate (para o qual já não tive paciência) com um padre especialista no assunto e uma arqueóloga. Começou logo com a questão da fé. Até que ponto é que isto irá destruir a fé em Cristo?
Não vai. Nos dias de hoje, Jesus é uma esperança. É crer numa pessoa boa e justa, que deu a sua vida para passar a sua mensagem de amor. Se ele era casado com Maria Madalena, isso afectará de alguma forma a sua justiça? Se ele teve um filho, isso dirá menos sobre a sua mensagem?
A Igreja vê com maus olhos este documentário porque este lhe chama mentirosa. Mentiram sobre a vida de Jesus, mentiram sobre Maria Madalena, mentiram sobre a fé cristã. E, agora, pode-se dizer que Jesus era como qualquer um de nós. O Filho de Deus casou-se, teve filhos (aliás, essa teoria já tinha sido adiantada por numerosos livros, entre os quais o famoso Código da Vinci), e isso torna-o mais próximo de nós. Porque não?
Será que ao demonstrar que Jesus era homem, não se torna isso uma maneira de demonstrar que qualquer um de nós pode ser justo e bom?
Quanto à questão da ressurreição, acho que até o mais burro dos homens alegaria que estamos a falar de espíritos e não de corpos.
A Igreja perde. Sempre achei que a fé dos homens não está entre quatro paredes ou na imagem de um homem. Está no sentimento com que cada um de nós enfrenta o dia-a-dia. E agora sim, Jesus está entre nós.


Para mais informações sobre o documentário “O túmulo perdido de Jesus” consultar:
http://www.jesusfamilytomb.com/

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Uma mensagem de amor e ódio...

No dia 1 de Março de 2007, iniciei uma nova fase na minha vida. Nesse dia nasceu o meu último projecto: Eskisito Rules. Um blog onde dizia “Nada me garante que este blog não venha a ser famoso”.
Após um mês e uns dias, 260 pessoas depois (pelo menos até ao momento em que escrevo este post) percebo o erro nesse pensamento.
Começo então aqui a minha mensagem de ódio. Queria (e ainda quero, apesar de tudo) reconhecimento imediato. Queria que qualquer um dos blogs conhecidos fizesse referência ao meu, ou que deixasse um qualquer comentário num dos meus posts. Anunciei através de mails e comments a existência deste blog. Gritei aos céus que as Regras do Eskisito estavam online, viviam neste local onde opiniões são expressas e ideias são postas em causa.
Ninguém (para além de família e amigos, aos quais muito agradeço pelo empurrão inicial) resolveu dignar-me com atenção. Todos se mostraram muito importantes ou ocupados para deixar neste humilde blog um comentário.
Pois bem, para todos eles, montes e montes de ranho!!!
Mas, tenho ainda uma mensagem de amor para transmitir.
Primeiro, foi a senhora Robina que me dignou com a sua presença. Depois tive a presença de um Casado. Fiquei feliz por ver que ainda existem pessoas que conseguem ser humildes e falar com a ralé.
Hoje, ao vaguear pelos blogs de pessoas que já me dignaram com a sua presença, dou comigo no blog Zé de Mello a ler um post da minha autoria. Com toda a dignidade e amor que podia ser dado ao meu assunto, o Sr. Zé resolveu transcrever na íntegra o texto sobre a sua cidade natal.
Nada do que me venha a acontecer devido a este blog igualará o sentimento de orgulho que senti nesse momento. O meu texto naquele blog foi algo comparável a um orgasmo mental. Ver que afinal o que escrevo até serve para alguma coisa.
Pois bem, para o Sr. Zé de Mello, o meu maior obrigado, e que tudo de bom lhe aconteça. Votos que se alargam à Robina e ao Casado.

Por último, e em jeito de conclusão, para além do protagonismo e da popularidade, um blog é um local de reflexão. E a troca de comentários e temas entre bloggers e comentadores é o que faz tudo isto ter sentido. Vou continuar a vaguear pela net, observando blogs e criando amizades no éter. E vou deixando o meu comentário, e acrescento mais uma morada aos meus links. Isso sim, é o espírito de blogar.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

As mulheres e as teorias...

Um dos blogs que mais me divertem neste momento é, sem dúvida, a Vida de Casado. Um marido que sofre com a sogra, a mulher e filha. Um homem que sofre rodeado de mulheres.
Sou apenas casado há 3 anos, mas já vivo com a minha senhora há quase 9 anos. E, garanto-vos, tirando o aspecto da comida (sim Luís, a minha cozinha muito bem), as teorias femininas são idênticas.
Ontem, após a leitura de uma crónica de uma qualquer feminista (estou mesmo a ver o ódio nos comentários), a minha esposa aventa-me com a teoria de que o homem é obrigado a fazer as coisas em casa e que o facto de eu pedir que ela me agradeça é puro machismo. Reparem que ela não disse que o homem deve dividir as tarefas em casa…deve fazer.
Uma das grandes lições que retirei de 9 anos disto é a de que devo ficar calado na grande maioria das vezes. Infelizmente para mim, desta vez tal não sucedeu. E, dei por mim a argumentar como se fosse um homem das cavernas a arrastar a mulher pelos cabelos. Não queria dizer nem metade do que disse, mas ela tem um qualquer poder malévolo sobre mim que me obriga a dizer parvoíces, só para ela depois ficar por cima (estou mesmo a falar da discussão, já vão perceber porquê).
Como a minha mulher retalia duma forma nada violenta às discussões, quando cheguei a casa tinha o braço com uma quantas manchas negras. Juro que não me lembro de acordar com elas. E, obviamente tinha ganho a discussão. Pelo cansaço…e pelo facto de me ameaçar com um mês de falta de gratificação sexual (lá está, aqui ninguém fica por cima…não há).
Como a Vida de Casado oferece conselhos matrimoniais, resolvi apresentar o meu caso ao júri, para ver se existia hipótese para um recurso no processo. Com a minha sorte, responde-me O Outro Lado. Pergunta-me se eu agradeço depois do sexo. A minha resposta na altura foi uma resposta irada de macho ferido. Mas, sim, agradeço. Agradeço o sexo, agradeço acordar a seu lado, agradeço todo e qualquer momento que passe ao lado dela...mesmo que seja a discutir coisas parvas como a obrigação do homem em limpar a casa (sim, porque é uma coisa parva). Porque a amo, e porque no casal cada membro deveria agradecer ao outro tudo o que é feito para o bem comum.
O problema é que sou só eu a agradecer… (de novo o macho irado).

terça-feira, 10 de abril de 2007

Voltei, voltei, voltei de lá…

Ele vive. Após mais uma Páscoa passada na gloriosa terra de Elvas, estou de regresso à minha terrinha adoptiva do momento.
A minha mulher está contente, pois tivemos com os seus pais e com o seu recém-adquirido sobrinho, pelo qual ela liberta grandes quantidades de baba (não há uma moldura cá em casa que não tenha uma foto dele).
Eu fiquei contente quando ouvi uma frase da minha sogra, que me animou os dias em que lá estive: “O parvo do homem do talho não me vendeu a cabeça, nem as fessuras (se não for assim que se escreve, as minhas desculpas). Então, se eu comprei metade do Borrego tenho direito a metade da cabeça…” Por esta altura, simulei um ataque de gases e dirigi-me ao quarto, onde agradeci a todos os deuses conhecidos e a alguns que inventei no momento, pelo facto do talhante ter tido pena de mim neste época festiva.
Claro que, como perceberam, não me livrei do borrego em si. Mas, o belo do ensopado até estava bastante bom e o assado marchou que foi uma maravilha.
Hoje, custou-me a acordar, sabendo que tinha novamente de começar a moldar as mentes dos mais jovens. A vantagem de ser professor são mesmo as férias, mas todos sabem o quanto custa voltar delas. E, hoje foi uma daquelas manhãs.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O Ranho de país onde vivo...

Estou eu ainda sitiado em Elvas, e aproveito para ler um jornal (daqueles a sério, de papel). Leio com agrado uma notícia sobre a nova intervenção humorística dos Gato Fedorento, que satirizam, de forma invulgar no humor português, um cartaz do P.N.R. sobre os malefícios da Imigração. Apesar de já ter visto várias críticas e recomposições deste mesmo cartaz, tenho de admitir que esta foi sem dúvida a melhor. Os Gato resolveram afixar a sua recomposição ao lado do cartaz original em Lisboa.
A C.M.L. resolveu ser justa e rápida a resolver o caso (exemplo que Carmona podia tomar e resolver as ilegalidades do seu mandato), alegando que o cartaz tinha sido afixado sem autorização camarária, retirando-o no dia seguinte. Caso resolvido, pensei eu. Os Gato pagam a multa, mas passaram a mensagem.
Hoje, ao ler de novo o jornal, vejo que afinal o caso não ficou de todo resolvido. Os maravilhosos militantes do P.N.R. e outros de Extrema-Direita afixaram ameaças físicas num blog aos elementos do Gato e, mais obtuso ainda, ameaçaram elementos das respectivas famílias. Convenhamos que as ameaças aos membros da graçola já eram maus, agora ameaçar crianças…
No fim-de-semana passado, durante um “grande” jogo de futebol (sim, isto tem mesmo um tom irónico, visto que eu aprecio tanto futebol como ver duas lesmas a praticar o amor), os elementos de uma das claques de apoio (apoio???) resolveram vandalizar o estádio onde o jogo decorreu, chegando mesmo a agredir famílias que assistiam ao jogo calmamente nos seus lugares.
Se eu tiver que tirar uma conclusão destes e de outros eventos que sucedem à catadupa neste país, esta é simples: Que ranho de país é este onde vivo? Quando no dia 25 de Abril um grupo de homens arriscou a sua vida para que eu pudesse ter condições para viver e falar abertamente neste país, nunca lhes deve ter passado pela cabeça que um dia o acto de fazer uma graçola sobre fosse o que fosse pudesse ter este resultado. Porque acredito que nem sequer tivessem tentado tirar o país do ranho em que se encontrava.
Por um ideal político mata-se e ameaça-se nos países onde pessoas rebentam autocarros julgando ter 7 (acho eu) virgens à sua espera no paraíso. Por ideais de outras ordens (sexo, raça, clube ou credo) em países onde ainda se vive em cabanas. Portugal, por muito que todos nós nos queixemos, é um país civilizado e que vive em condições idênticas a qualquer pais europeu. Como queremos então que ele evolua se nos comportamos como berberes?
Para rematar algo que já alonguei demasiado, a seguir ao almoço (comida alentejana…he he he…podem-se roer de inveja) vou para Espanha fazer compras e abastecer o meu automóvel com a gasolina de nuestros hermanos (menos 0.30€ por litro). Se acreditarmos que a imigração é má, então, vou tentar esconder a minha matrícula e falar com uma mola no nariz, para que os espanhóis não me reconheçam como imigrante. Sim, porque eu acredito piamente que eles se chateiem imenso com o facto de eu ir gastar o meu dinheiro nos seus produtos.

Dizer ao Zé de Mello que...

Para os residentes na cidade de Elvas, este título parece bastante familiar. Para o senhor que me deixou um comentário ao último post, ainda mais familiar será.
Em resposta ao desafio lançado, não, Elvas não se resume ao famigerado borrego. Elvas é uma cidade internacional, prova disso a quantidade de vezes em que sou atendido em espanhol no comércio tradicional local. Elvas é terra de gente rija, verdadeiramente orgulhosa nas suas origens. A questão é saber se essas origens são portuguesas ou espanholas.
O Sr. Rondão de Almeida, esse grande inaugurador de placas e monumentos ao seu ego, tem feito por essa cidade algo que ela merecia. Deu-lhe nova cara com as suas dezenas de rotundas, o estacionamento da Sé, obra-prima da engenharia, construiu um estádio e complexo desportivo para albergar esse grande clube, com uma grande história. Aliás, foi no Elvas C.A.D. onde o Sr. Rondão se introduziu ao povo da terra. E, o mais importante monumento que o seu ego construiu foi o maravilhoso Coliseu de Elvas (que como sabemos não se chama exactamente assim, mas pronto).
Quando vim pela primeira vez a Elvas, admito que o impacto de ver o aqueduto a aproximar-se, enquanto fazia a estrada do Vedor, foi algo de indescritível. Depois, na minha primeira visita (com a melhor guia possível, a minha mulher) descobri uma cidade cheia de encantos e beleza. Desde o castelo, aos bairros judeus, ao Cemitério dos Ingleses (o meu espaço favorito em Elvas), passando pela Sé e pela sua praça, toda a cidade transpira um encanto que nos faz apaixonar por ela.
Mas, em Elvas, tal como em qualquer cidade, são as pessoas que fazem o modus vivendi da terra. E, é nas pessoas que eu torço o nariz. Não querendo voltar a tocar na questão da dupla nacionalidade (não nego que tem as suas vantagens, desde o comércio espanhol, até ao facto de terem mais 5 ou 6 canais televisivos, o que apresenta um boa alternativa aos 4 portugueses), tal como todos nós, os Elvenses tem as virtudes e os seus defeitos. Como é uma pequena cidade de interior, torna-se numa aldeia grande, onde todos conhecem todos e todos sabem tudo sobre todos. Isso faz-me uma certa alergia. Feitios…
Sinceramente, tal como já disse muitas vezes à minha esposa, gostava de poder viver a minha vida em Elvas. Conseguia fechar os meus ouvidos à lengalenga nasalada que ouço à minha volta, e ignorar a questão de todos quererem saber quem sou. Vive-se bem em Elvas. Não há crime (em comparação a Santarém), existem espaços maravilhosos para visitar todos os dias, e os preços das casas são bastante acessíveis em relação ao resto do país. Temos Espanha ao lado (novamente fecho os ouvidos) pelas compras e pela gasolina.
Acabo este post sem saber se disse bem ou mal da terra. Eu limitei-me a ser realista, e toquei nos bons e maus pontos da cidade. E, peço desculpa a Elvas por lhe ter roubado uma das mais belas e inteligentes habitantes da mesma.
Seja diferente, visite Elvas. (já agora, que raio de slogan é este???)

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Amanhã vou para Elvas…

Como o próprio nome do post indica, amanhã vou para Elvas. E, vou finalmente sair da frente deste monitor por uns dias. Estas férias estão a dar cabo de mim. Estou inactivo, sem dinheiro para sair de casa e a precisar de férias das férias.
Vou para casa dos meus sogros. A minha mulher leva-me (desta vez a sério, visto ser a sua primeira viagem grande de carro) todas as Páscoas para lá. Onde vivi a Páscoa era apenas mais um feriado, ainda por cima a um Domingo. Em Elvas, a Páscoa ainda se vive com todas as tradições e os preceitos.
Uma dessas tradições foi o que me levou a escrever este post. A comida da Páscoa. Visto que não se deveria comer carne durante os dias que antecedem a Páscoa, depois é altura de regalo. Mata-se o borrego (parece cruel posto assim, mas os bifes na couvette aparecem de algum lado) e depois, come-se borrego durante 30 dias no mínimo. Todo o borrego.
Ainda eu não era casado, já passava a Páscoa em casa dos meus sogros. E comia o borrego. Imaginem que ainda estamos a engraxar a sogra. Tudo o que ela faz é bom, tudo o que ela cozinha é delicioso. Uns dias depois da Páscoa, ainda a rentabilizar o borrego, aparece-me ao almoço com umas sopas de pão e carne. Inegavelmente as sopas estavam boas. Mas a carne parecia os pneus do Alonzo depois de um grande prémio. Lá cai eu na estupidez de perguntar o que era aquilo.
- Então filho, isso são os rins, o coração, o cérebro, o cabelo e ainda um testículo que sobrou do borrego.
Claro que após ter engolido o último pedaço com a maior cara de nojo que alguma vez alguém pode fazer, tive de abdicar da refeição. A primeira (e penso que a única até agora) vez que recusei a comida da minha sogra.
Ora, eu imagino os pensamentos dos meus sogros. O meu sogro que considera que toda a nova cozinha é comida de plástico…bem, prefiro nem pensar no que ele pensou. A minha sogra deve ter ficado pelo pensamento do menino da cidade.
Felizmente para mim, havia um qualquer trabalho másculo e viril para fazer lá em casa e até me absolvi (penso eu) da culpa de ter recusado um petisco daqueles.
Amanhã vai começar tudo de novo. Mas, felizmente, desta vez até pode ser que me safe ao borrego…logo digo algo.

À procura de Nemo…

Hoje, ao fazer a minha habitual leitura matinal da blogosfera à procura de um bom tema para plagiar, dei-me de caras com um post extremamente interessante sobre o tempo. O Blog em causa é o Bosque da Robina ( http://www.bosquedarobina.blogspot.com/ ) e a mesma rematava o post com: Quando não se tem mais nada para dizer, fala-se do tempo...
Considerando que esse blog já existe desde 2004, anima-me bastante que só vá esgotar os temas daqui a 3 anos. Este blog é bastante bom, já criou os seus fãs e mantém um nível muito bom de escrita. Hoje, a Robina resolveu afixar um post que apenas fala no tempo. E, é genial.

terça-feira, 3 de abril de 2007

A mudança acontece…

Quando afixei aqui o meu primeiro post nunca pensei que mais do que 10 pessoas fossem ler isto. Como já passei as 100, percebo que estava errado e que, obviamente, sou burro. Como o blog foi um bocadinho feito à bruta, fartei-me de olhar para o seu aspecto visual.
Alterei-lhe hoje a aparência, e penso que esta será a versão final. Para as 100 pessoas que já leram este blog na versão anterior, façam-me o favor de deixar o comentário sobre o novo aspecto do blog, e se gostam mais desde ou do anterior. Para os novos leitores, deixem um comentário na mesma a chamarem-me nomes tipo: Designer de Interiores…

Gostava de ter uma vida interessante…

Ao contrário dos outros posts, este é um pouco sobre mim. Para que as poucas pessoas que ainda lêem este blog saibam com que género de idiota é que estão a tratar.
Pois bem, em poucas palavras, chamo-me Vitor, casado, 29 anos por enquanto, professor licenciado e explorado pelo estado e vivo numa gloriosa aldeia (o quê? Eu disse aldeia...era vila…vila) de Alpiarça, onde o séc XXI demora a chegar.
Graças ao maravilhoso mundo da Internet, do único vídeo clube que aqui existe, a livros e às conversas que mantenho com a minha esposa, não enlouqueço. Tal como já mencionei noutro post, sempre quis ser considerado interessante pelos meus pares…dai o facto de manter-me sempre actualizado (ou pelo menos tentar) em relação ao que se passa no mundo em termos de actualidade e cultura. Mas, quando estamos perdidos numa ilha, que nem os senhores e senhoras do Lost, é bastante complicado que alguma coisa aqui chegue. Leio tudo (menos Margarida Rebelo Pinto), vejo todo o tipo de filmes, vejo TV (agora já sem cabo…não há dinheiro para tudo) e procuro na net tudo o que me falta. Mas, mais importante do que ter cultura é poder partilhar cultura.
Por isso, de todas as coisas que mencionei anteriormente, a que mais me traz de volta à sanidade é a minha mulher. Terrivelmente inteligente (muito mais que eu, tenho de admitir), dotada de um sentido de humor mordaz (consultar o blog http://www.oconsultoriodamaria.blogspot.com/ ), ela faz com que eu consiga manter-me interessante, embora por vezes pareça apenas chato. É ela que me atura no meu dia a dia em que culpo o mundo por me ter ignorado, por não ter visto o meu génio, e é ela que me trás de volta à terra e me diz que sou a pessoa mais importante na sua vida.
Na essência é exactamente isso que eu quero dizer com este post. Gostava de ter uma vida interessante, de conviver com as grandes mentes do país, de trocar impressões no café, de ir a um teatro com um grupo de pessoas que depois fosse para uma tasca falar das implicações daquela peça na nossa vida. Gostava de ser reconhecido (tema recorente nos meus posts) e gostava de que o meu nome fosse sinónimo de algo bom.
Mas, eu tenho isso tudo. Tenho esta maravilhosa pessoa ao meu lado que me faz sentir reconhecido, que me acompanha no café nos meus devaneios, que vai comigo ao teatro e me diz que tudo o que se passou naquela peça tem a ver com as nossas vidas. E é a ela que tenho de agradecer por ser como sou. São e feliz. E essa felicidade é para mim mais importante que todo o reconhecimento no mundo.
Tenho dito…

domingo, 1 de abril de 2007

Os senhores do ASAE são sempre justos...

Ao ver as notícias neste fim-de-semana em que pouco mais fiz do que estar em frente ao sofá a ver TV (agradeço desde já à ReTePe pela transmissão de três episódios do Lost), e apercebi-me que os senhores do ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) tiveram um fim-de-semana bastante activo. Ele foi rusgas em Coimbra, ele foi rusgas em Coruche (a minha vila natal), em Alcobaça, entre outros. E, depois de ensacarem os queijos, os DVD’s de extrema qualidade, as roupas contrafeitas e outros artigos de muito interesse e preços acessíveis para a maioria dos clientes portugueses (que agradecem o facto de ainda haver um sítio em Portugal onde o IVA, o IRS e todos os outros impostos e aumentos não se façam sentir), nas entrevistas com as televisões (que curiosamente sabem sempre onde é que os senhores vão actuar) os chefes da ASAE respondiam às mais variadas perguntas sobre as suas intervenções, enquanto as câmaras filmavam os sacos cheios de queijo e roupa cuidadosamente alinhada no chão. A pergunta que me chamou a atenção para este caso foi a de um repórter da SIC (desculpe jovem, mas não apanhei o nome) que interrogou o senhor sobre o facto de apenas fazerem apreensões nos mercados e de não tentarem ir à fonte dos produtos, ou seja os grandes armazéns orientais. A resposta foi politicamente correcta, no género: toma lá um punhado de areia para os teus olhos e se continuares a insistir neste assunto ainda te dou um pontapé nos quilhos. Ou então, nós também fazemos apreensões nesses sítios. Vocês é que andam de olhos fechados. Sei que foi uma delas, mas não me lembro bem. Ora, eu que costumo frequentar esses espaços de luxo, e os senhores orientais até têm produtos bastante bons (normalmente avariam ou partem-se ao fim de uma semana de utilização, mas pronto). E um dos que costumo usar na minha casa com frequência é um produto para combater as pragas dos insectos cujo nome é bastante ilustrativo da qualidade do mesmo…


Acabei de perceber que não queria mais nada com este post a não ser afixar a foto do produto e fazer a piada fácil e previsível. Sendo assim…