quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano novo, vida nova

Hoje tive o que se pode chamar uma experiência de quase morte. Uma situação que pode acontecer a qualquer um e em qualquer altura. Não é a primeira que tenho. Não tive uma epifania. Mas algo muda sempre a seguir a uma situação destas.
Quando analisamos a nossa vida colocamos sempre os nossos sonhos por concretizar à frente e achamos que ainda não estamos nem perto daquilo que queremos. Eu faço ao contrário. Penso naquilo que já consegui. E tenho muito por agradecer.
2010 não foi um ano bom por muitos aspectos. Alguns muito negativos. Os positivos estão cá e têm o seu peso. Numa análise final acho que é mais um ano para esquecer.
2011 será mais uma oportunidade. De me tornar uma melhor pessoa, de ter mais sonhos concretizados. E é isso o que desejo a todos aqueles que ainda passam por cá e se dão ao trabalho de ler isto.
Até para o ano.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O meu Natal

Piada pessoal que só alguns entenderão.
O meu Natal. Sinceramente, nunca gostei muito do Natal. Talvez por ter de gramar com o meu avô em casa quando era novo. Avò esse que, como já deu para perceber, nunca foi das minhas pessoas favoritas. Aliás, muito pelo contrário. Como já morreu, agora é uma das melhores pessoas do mundo.
Depois, o que um puto quer do Natal? Prendas! E o que é que um puto cujo família está em falência não tem? Pois é, adivinharam...
Quando cresci, o Natal começou a mudar um pouco. A família juntava-se, comida com fartura, mas algo continuava a faltar. O facto de todos já terem uma família e eu ser o único que continuava sem ninguém. Não que fosse um coitadinho deixado a um canto, mas continuava a sentir que algo não estava certo.
Conheci a minha Maria. Comecei a ter dois Natais. Um com uma família e outro com outra. E as coisas finalmente começaram a fazer algum sentido. Apesar do cansaço, apesar dos kms. O Natal começava a ser mais Natal.
Este ano não parece Natal. Nem de um lado, nem do outro. Por todos os motivos e mais algum. E eu acabo por não sentir falta nenhuma dele. É triste, mas é o que sinto.
Não falei na minha outra família, aquela que se reunia no final do dia 25. A esses, que me animaram nos piores Natais da minha vida, devo muito. E, sinceramente, era com eles que desejava passar todos os meus Natais. Mesmo sem laços de sangue, somos muito mais família que muitas que por aí andam.
O meu Natal? É mais um dia, como outro qualquer. Com mais comida.
Beijos e abraços a todos os que ainda partilham comigo este espaço e um muito Feliz Natal!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Uma carreira de futuro

Um dos muitos blogs que versam a temática educação dizia o seguinte num destes dias:

"Em reunião do Ministério com Directores de Agrupamentos daqui do centro, o Ministério anunciou que está a preparar as seguintes medidas:
- Todos os cargos passam para a componente não-lectiva, incluindo cargo de Director de Turma. Ou seja, 22 horas efectivas para todos os professores.
- Acabam as reduções de horário por antiguidade, mesmo para os professores que já as têm. Não sei se será legal, a ver vamos.
- Fim de Area de Projecto e de Estudo Acompanhado (isto já se sabia).
- Todos os professores que a partir de Setembro mudavam de escalão ficam congelados de imediato.
O fim das AEC’s vem já a seguir, até porque, com os cortes orçamentais, há vários municípios que estão a devolver as responsabilidades ao Ministério. Aqui na zona, parece que Cantanhede está na calha e a Anadia também.
É fácil de imaginar as consequências que isto terá a nível de horários.
Alarmismo? Nada disso. São informações de fonte sindical segura."

É a última frase que me faz duvidar de tudo isto. Fonte sindical segura? Quando é que aconteceu esse milagre?
A sério, isto já é complicado. Ser contratado é quase como ser o D.Quixote contra os moinhos de vento que são estes sucessivos ministérios da educação. Não há vagas, já há vagas, vão deixar de haver vagas outra vez, agora há quadros, depois não há quadros, agora não há vagas, agora há vagas...
A fonte sindical segura quer números nas greves. E, depois de ter sido acordado que os senhores e senhoras de idade da educação não iriam sofrer as represálias dos horários, aparece agora a contra-informação a uma semana da greve geral de todas as greves gerais.
Ouvi hoje uma das anciãs da escola a dizer o seguinte: "Eu não faço greves porque os mais novos, para os quais as greves são criadas, nunca as fazem". Facto. Eu nunca fiz greve. Os € que me saem do bolso doem no fim do mês. Estive muito tempo à espera para trabalhar. E agora quero aproveitar o ano em que há vagas. O que não é verdade é que as greves são criadas para nós. São criadas para todos os professores.
Os sindicatos esqueceram-se durante muito tempo dos contratados até terem percebido a força dos números. E agora contam connosco para ser o escudo humano numa guerra há muito perdida.
A culpa disto tudo não é nossa que temos uns anos disto. É de todos aqueles que têm quarenta anos disto e só agora se aperceberam que lhes tiraram o tapete debaixo dos pés. Porque foram eles que abriram as portas a estes governos e a estas medidas.
Mas isto sou eu a divagar. Uma última mensagem para o Governo: querem acabar de vez com a qualidade de ensino neste país? Querem tornar o português no povo mais burro de toda a Europa? Digo-vos eu, meus amigos, que falta muito pouco.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

AVISO: Post cheio de linguagem menos própria para menores e pessoas sensíveis.

Começa então. Os pais a dizerem que os meninos são os maiores, que não merecem apanhar um professor tão exigente, que eles na realidade são anjinhos e que o professor é que é um mauzão. Epá, eu acabei de recuperar de uma amigdalite, descobri que a Segurança Social não me vai pagar os dias que faltei, estou enterrado em trabalho e reuniões e descobri vai para cinco minutos que o café acabou cá em casa. Por isso, estou extremamente irritado, aborrecido, furioso e perturbado. Cansado, massacrado e abusado.
Quando estes putos chegam ao 5.º ano, estão tão habituados a serem tratados como os maiores pelas suas professorinhas primárias que pensam que vão ter o mesmo tratamento. Infelizmente, para eles, apanham de frente um professor com 1m87 e pouca paciência para mariquices e mimos. E são tratados tal como devem ser. Como pessoas que estão ali para aprender. Não são meus filhos. Eu não quero saber das suas vidas. Eu quero que eles aprendam o que ensino. E desde já digo que a lição mais valiosa que ensino é a educação em si. Respeitarem os adultos, cumprirem regras e saberem estar em público.
Eu não tenho filhos. Quero ter filhos, mas ainda não tenho. Por muitas e variadas razões. Mas uma das principais é a seguinte: eu tenho uma objectivo em relação ao que quero de um filho: quero o melhor para ele. Nem que esse melhor seja levar nas orelhas para aprender a estar calado numa sala de aula. E não quero cá as balelas do que é justo ou não é justo. Eu levei chapadas por não saber responder a perguntas. Estes putos de hoje levam Playstations quando chumbam de ano, porque os paizinhos acham que os seus meninos são os maiores e os professores é que são uma cambada de preguiçosos que não compreendem isso. A ignorância é uma arma muito poderosa.
Por isso, a todos esses pais eu tenho uma mensagem simples. Parem de me f*"#$ a cabeça. E parem de f*"#$ de todo. Porque este país e este mundo já têm a sua dose de idiotas. E nós não queremos mais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paciência de santo

Imaginem o que é a vida de um professor. Todos sabemos que é má (ou boa, consoante a pessoa que esteja metida nesta conversa) e que falta um pouco de tudo para que isto seja a vida que muitos (os da conversa anterior) imaginam.
Pois bem, hoje aconteceu-me uma que foi totalmente inédita em todos os anos em que dou aulas. Depois de ter explicado a uma das minhas turmas o Reino Unido e os países e as capitais e tudo e tudo e tudo...ouço da boca de um aluno a seguinte frase:
- Ó professor...lá no UNITED PINGPONG eles falam Inglês, não é?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Podia, pois podia...

Estou farto de fazer promessas interiores. Sou um espécie de político de mim mesmo. Prometo que vou começar a fazer assim ou deixar de fazer assado para depois nunca o fazer.
Decidi ser mais calmo este ano lectivo, deixar de ser picuinhas, calar-me e abanar a cabeça em concordância...enfim, resolvi tornar-me português.
Lá fui conseguindo durante o mês de Setembro. Ficava no meu canto, ajudava quem precisava de ajuda, fazia o que tinha a fazer e mais outras quinhentas coisas, e sempre com um sorriso e uma palavra amiga.
Raios parta a condição humana que me obriga a tomar uma atitude. Estava tão bem a ser pisado por todos. A sério que estava. Estava no auge do meu masoquismo. A um passo do nirvana orgásmico.
O que é que me fez voltar? Qual foi o episódio que despoletou todo o meu mau feitio? Quem terá cometido um acto de tal vilania? Pois, meus amigos, eu partilho. Sabem que eu sou pior que certas vizinhas. Não guardo nada para mim.
Imaginem que os astros estão alinhados a vosso favor. Tudo corre de feição. Até ao momento em que sou elogiado pela minha maior arqui-inimiga. E aí chega! Um homem tem de estabelecer limites. E eu também. Por isso, em resposta ao seu elogio, agarrei-lhe nos cabelos e inseri-lhe o crânio num monitor de computador para que aquilo acabasse logo por ali. Depois meteram-me numa camisa branca muito bonita, cheia de fivelas.
Começo a assustar-me com os meus momentos J.D.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Por quem os sinos dobram...

Tenho doze anos disto. Uma relação de 24 horas por dia, 7 dias por semana. Há poucas coisas que me arrependo. E quase todas têm apenas a importância que eu lhes dou.
Irrita-me solenemente vê-la chorar. Custa-me não poder fazer nada para parar a torrente de lágrimas que saem dos seus olhos, da sua alma. E, sinceramente, gostava de ser sempre eu a provocar essas lágrimas. Porque assim, poderia pedir desculpa por ser um idiota. O problema é quando são outros a provocarem essas lágrimas.
A maldade nas pessoas nunca pára de me surpreender. Aflige-me a crueldade com que se pode tratar um ser humano. Aflige-me a facilidade com que um conjunto de palavras têm mais efeito que uma ferida mortal. A morte atinge-nos uma vez. A crueldade insiste em abrir a ferida de novo.
Nada neste post faz sentido. Nem tem de fazer.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O meu blog não dava um programa de rádio

Agora que acabei de matar o meu antigo blog, sinto que a minha maior frustração em relação ao mesmo foi a de nunca ter sido lido no programa da Radio Comercial, "O meu blog dava um programa de rádio". Os que passam por aqui (no outro, mas acaba por ser a mesma coisa), sabem que a minha Maria foi escolhida logo nos primeiros tempos daquilo, numa altura em que ainda escolhiam bons blogs. Depois começaram a escolher blogs com mini posts e temas...vá, mauzinhos.
Mas nunca escolheram o meu. O que torna qualquer um desses blogs melhor que o meu. Até aquele blog de receitas que eles leram para o fim do programa. E digo desde já ao autor desse blog que os pastéis de bacalhau eram fabulosos.
Por isso, fica aqui a sugestão: agora que tenho um blog novo (?) já posso ser lido. O problema é que o programa já não existe. Por isso vou criar um grupo no Facebook, uma petição online e uma manifestação via Twitter para que a Comercial volte a abrir o programa para mais uma emissão do mesmo onde leiam o melhor blog de todos os tempos (desde há um mês para cá): Pausa para anúncios. Um nome em que podem confiar.


domingo, 19 de setembro de 2010

Afecta-me...


Não sei se serei só eu, mas isto acontece-me várias vezes. A minha Maria, sempre que me vê a sair de uma casa de banho pública com cara de caso, já sabe que fui urinolestado. Não percebo. Diz a regra de etiqueta que nunca se deve escolher o urinol ao lado de um homem, a não ser que não haja hipótese. E mesmo assim, é preferível esperar que fique qualquer outro vago.
Mas, se já acho perturbante o pessoal que escolhe o urinol ao nosso lado com duzentos vagos de cada lado, aconteceu-me uma que nunca me tinha acontecido este mês. Estava eu no meu momento Zen, aliviando os efeitos de alguma cerveja, quando entra um senhor na casa de banho onde me encontrava. Eu, até ali, estava sozinho e com, pelo menos, três urinóis vagos de cada lado. Pois bem, o senhor aproxima-se do urinol mais distante de mim e aproxima-se passando por cada um dos urinóis. Ao parar ao meu lado, inclina a cabeça na direcção do meu urinol, contempla o que tem a contemplar e sai da casa de banho, sem nunca ter sequer usado a mesma. WTF?!!!!
Moral da história, não sei o que chateou mais, se a situação em si, se a cara de decepção que ele fez quando viu o meu dito cujo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

In Portugal by Anthony Bourdain

From the very moment I informed my boss of my plans to eat my way around the world, another living creature’s fate was sealed on the other side of the Atlantic. José had called his mother in Portugal and told her to start fattening a pig.
I’d heard about this pig business before. “First, we fatten the pig ... for maybe six months. Until he is ready. Then in the winter — it must be the winter, so it is cold enough — we kill the pig. Then we eat. We eat everything. We make hams and sausage, stews, casseroles, soup. We use” — José stressed this — “every part.”
“It’s kind of a big party,” interjected Armando, the pre-eminent ball-busting waiter and senior member of our Portuguese contingent at Les Halles [the New York restaurant where Bourdain is executive chef].
For my entire professional career, I’ve been like Michael Corleone in The Godfather Part II, ordering up death over the phone. When I want meat, I make a call, or I give my sous-chef, my butcher or my charcutier a look, and they make the call. Every time I have picked up the phone or ticked off an item on my order sheet, I have basically caused a living thing to die.
What arrives in my kitchen, however, is not the bleeding, still-warm body of my victim, eyes open, giving me an accusatory look that says, “Why me, Tony? Why me?” It was only fair, I figured, that I should have to watch as the blade went in. I’d been vocal, to say the least, in my advocacy of meat, animal fat and offal. I’d said some very unkind things about vegetarians. Let me find out what we’re all talking about, I thought.
José Meirelles comes from a large family that, like its prodigal son, loves food. He went to New York, became a cook, and chef, and then made a rather spectacular success in the restaurant business. But you’ve got to see him at his family’s dinner table, eating bucho recheado (stuffed pig’s stomach), to see him at his happiest and most engaged.
He talked continually about the pig slaughter — as if it were the Super Bowl, the World Cup and a Beatles reunion all rolled into one. I had to take his enthusiasm seriously. Not just because he’s the boss, but also because along with all that Portuguese stuff that would mysteriously arrive at the restaurant came food that even I knew to be good: fresh white asparagus, truffles in season, Cavaillon melons, fresh morels, translucent baby eels, Scottish wild hare, gooey, smelly, runny French cheeses, screamingly fresh turbot and Dover sole, yanked out of the Channel yesterday and flown (business class, I think, judging from the price) to my kitchen doors. José knew how to eat. If he told me that killing and eating a whole pig was something I absolutely shouldn’t miss, I believed him.
So it was with a mixture of excitement, curiosity and dread that I woke up on a cold, misty morning in Portugal and looked out of the window of my room at orderly rows of leafless grapevines. On the day of the slaughter, we drove to the Meirelles farm, a stone and mortar farmhouse with upstairs living quarters, downstairs kitchen and dining area, and adjacent larder. Across a dirt drive were animal pens, smokehouse and a sizable barn. José’s father and cousin grow grapes, from which they make wine, and raise a few chickens, turkeys, geese and pigs.
It was still early morning when I arrived, but there was already a large group assembled: José’s brother Francisco, his other brother, also Francisco (remember the wedding scene in Goodfellas, where everybody’s named Petey or Paul or Marie?), his mother, father, assorted other relatives, farmhands, women and children — most of whom were already occupied with preparations for two solid days of cooking and eating. Standing by the barn were three hired assassins, itinerant slaughterers/butchers, who apparently knock off from their day jobs from time to time to practise their much called upon skills with pig killing and pork butchering.
Cousin Francisco positioned a sequence of bottle rockets and aerial bombs in the dirt outside the farmhouse and, one after the other, let them fly. The explosions rocked through the valley, announcing news of the imminent slaughter — and the meal to follow.
“Is that a warning to vegetarians?” I asked José.
“There are no vegetarians in Portugal,” he said.
At the far end of the barn, a low door was opened into a small straw-filled pen. A monstrously large, aggressive-looking pig waggled and snorted as the crowd peered in. When he was joined in the confined space by the three hired hands, none of them bearing food, he seemed to get the idea that nothing good was going to be happening, and he began scrambling and squealing.
I was already unhappy with what I was seeing. I’m causing this to happen, I kept thinking. This pig has been hand-fed for six months, fattened up, these murderous goons hired for me. Had I said, when José first suggested this blood feast, “Uh no ... I don’t think so. I don’t think I’ll be able to make it this time around,” maybe the outcome for Porky here would have been different. Or would it have been? Why was I being so squeamish? This is Portugal, for Chrissakes! This porker was boots and bacon from the second he was born.
Still, he was my pig. I was responsible. For a guy who’d spent 28 years serving dead animals and sneering at vegetarians, I was having an unseemly amount of trouble getting with the programme. I had to suck it up. I could do this. There was already plenty in my life to feel guilty about. This would be just one more thing.
It took four strong men to restrain the pig, wrestle him up on to his side and then on to a heavy wooden horse cart. It was not easy. With the weight of two men pinning him down and another holding his hind legs, the main man with the knife, gripping him by the head, leaned over and plunged the knife all the way into the beast’s thorax, just above the heart. The pig went wild. The screaming penetrated the fillings in my teeth, echoed through the valley.
I’ll always remember, as one does in moments of extremis, the tiny, innocuous details — the blank expressions on the children’s faces, the total lack of affect. They were farm kids, used to the ebb and flow of life, its at times bloody passing. A passing bus or an ice-cream truck would probably have evoked more reaction. I’ll always remember the single dot of blood on the chief assassin’s forehead. It remained there for the rest of the day, above a kindly, rosy-cheeked face. I’ll remember the atmosphere of business as usual that hung over the whole process as the pig’s chest rose and fell, his blood draining noisily into a metal pail. And I’ll never forget the look of pride on José’s face, as if he were saying, “This, this is where it all starts. Now you know. This is where food comes from.”
The horse cart, with the now dead pig aboard, was wheeled to a more open area, where his every surface was singed with long bundles of burning straw. Suddenly, and without warning, one of the men stepped around and, with the beast’s nether regions regrettably all too apparent, plunged his bare hand up to the elbow in the pig’s rectum, then removed it, holding a fistful of steaming pig shit — which he flung, unceremoniously, to the ground with a loud splat before repeating the process.
The animal’s belly was now split open from crotch to throat. Have you ever seen Night of the Living Dead, the black-and-white original version? Remember the ghouls playing with freshly removed organs, dragging them eagerly into their mouths in a hideous orgy of slurping and moaning? That scene came very much to mind as we all sifted quickly through the animal’s guts, putting heart, liver and the tenderloin aside for immediate use.
It was time to eat.
There must have been 30 assorted family members, friends, farmhands and neighbours crowded into the stone-walled room. Every few minutes, as if summoned by some telepathic signal, others arrived: the family priest, the mayor of the town, children, many bearing more food — pastries, aguardiente (brandy), loaves of mealy, heavy, brown, delicious Portuguese bread. We ate slices of grilled heart and liver and tenderloin, a gratin of potato and bacalao (salt cod), and sautéed grelos (a broccoli rabe-like green vegetable), all accompanied by wine, wine and more wine, José’s father’s red joining the weaker vino verde and a local aguardiente so powerful it was like drinking rocket fuel. This was followed by an incredibly tasty flan made with sugar, egg yolks and rendered pork fat, and a spongy orange cake. I lurched away from the table after a few hours feeling like Elvis in Vegas — fat, drugged, and completely out of it.
Lunch the next day was cozido, a sort of Portuguese version of pot-au-feu: boiled cabbage, carrots, turnips, and confited pig’s head, snout and feet. Dinner was a casserole of tripe and beans. Ordinarily, I don’t like tripe much. I think it smells like wet sheepdog. But José’s mother’s version, spicy, heavily jacked with fresh cumin, was delicious. I mopped up every bite.
Portugal was the beginning, where I began to notice the things that were missing from the average American dining experience. The large groups of people who ate together. The family element. The seemingly casual cruelty that comes with living close to your food. The fierce resistance to change — if change comes at the expense of traditionally valued dishes.
I learned a lot about my boss in Portugal, too, and I had some really good meals. I learned, for the first time, that I could indeed look my food in the eyes before eating it — and I came away, I hope, with considerably more respect for what we call “the ingredient.” I am more confirmed than ever in my love for pork, pork fat and cured pork. And I am less likely to waste it. That’s something I owe the pig.

domingo, 12 de setembro de 2010

Projecto Moda, Ídolos e afins...

Eu sempre que assisto (sou obrigado a assistir, mas isso é outra história) a programas em que um júri afirma coisas absolutamente idiotas, penso na minha reacção se fosse eu a ouvir as pseudo-críticas.
Sempre me irritaram os iluminados que sabem tudo sobre os temas. Irritam-me sobretudo os que têm a mania de criticar sistematicamente porque sim.
Quando tirei o curso apanhei uns quantos professores que serviriam que nem uma luva num qualquer concurso em que se avaliasse o professor que desse a melhor aula. Lembro-me que tive bastantes dissabores devido ao facto de não me calar perante críticas. Apesar de saber que acabei de dar armas para ser achincalhado nos comentários, recuso-me a receber como críticas idiotices de pessoas que têm de mostrar que são mais do que...
Desses professores não tenho nenhuma memória positiva. Pior, nehnum ensinamento que me acompanhe no meu dia-a-dia enquanto professor. Minto. Ficou um ensinamento.
Aprender com os erros é um dom. Aprender com os erros dos outros é simples. Por isso, procuro sempre ensinar através do reforço positivo. Procuro evitar a crítica. E quando critico, faço-o de forma calma e justificando essa mesma crítica de forma clara. Consegue-se mais com mel do que com fel.
Isto tudo porquê? Por que acabei de ouvir uma besta na televisão a dizer: Você acha que a Madonna ia vestir isso? Mas quê, o senhor costuma vestir a Madonna? O senhor conhece sequer a Madonna?
Não? Então, cale-se!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um novo começo

Apetecia-me há já muito tempo mudar o nome ao blog. Porque Eskisito já não tinha muito que ver comigo, porque sim.
Por isso, aqui está o final desse capítulo. No entanto, todo o meu grosso de trabalho enquanto Eskisito está neste blog. Para aqueles que me acompanharam desde o início tudo ficará guardado: os posts e os vossos comentários.
A partir de agora temos PAUSA PARA ANÚNCIOS. Um blog exactamente igual ao outro, mas com um nome mais simpático de ser dito. E o Eskisito passará a ser o Vitor.
Se gostaram da ideia, acompanhem. Se não, mudem de canal.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Justiça em Portugal

Claro que vou falar na Casa Pia e no Carlos Cruz e nessa tropa fandanga toda. Mas vou falar sobretudo de justiça e injustiça e de um povo cheio de raiva e estupidez.
Quando se ouviu falar pela primeira vez neste monstro que se tornou a Casa Pia, ninguém ouviu e ninguém prestou atenção. A cobertura dos media foi pequena e a coisa esqueceu-se. E não, não perdi o juízo de vez. A primeira vez que se ouviu falar em abusos na Casa Pia? 1984. Pois é. Na altura, não existiam Carlos Cruzes nem Manuelas Moura Guedes para tornar isto no circo que se tornou.
Casa Pia. Jovens abusados. O povo grita por justiça. O mesmo povo que levou Zé Maria em ombros depois deste ter ganho o Big Brother. O mesmo povo que coloca bandeiras de Portugal a apodrecer nas janelas. O mesmo povo que elegeu o José Sócrates para um segundo mandato. O mesmo povo que usa e abusa dos comentários para dizer que atirava incendiários para os fogos e capava pedófilos e matava assassinos. Felizmente, para os restantes, existem leis. Infelizmente, para todos, as leis são aplicadas por homens.
Ignorei o caso Casa Pia. Não me interessou. Passou-me ao lado. Não me interessava um bando de putos que se prostituiam e que vendiam drogas a dizer que tinham sido "abusados". Continua a não me interessar. Nem quando começaram a surgir nomes sonantes. Era-me indiferente o nome que era acusado.
Anos mais tarde comprei o livro "Preso 374" de Carlos Cruz, onde este este afirma a sua inocência e apresenta provas sobre a manipulação de provas e testemunhos. Mostra o quão podre está o nosso sistema. Não só o judicial, mas o político e o popular. É-me indiferente o quão verdadeiro seja todo este processo, mas o circo que se gerou à volta dele tirou-lhe toda a credibilidade.
Ao povo só interessa o sangue na arena. Sejam sacrificados inocentes ou culpados, o que interessa é que haja espectáculo.
Em casos semelhantes noutros países aconteceram coisas engraçadas. Os processos foram muito mais rápidos e, em vários, foi descoberto que tudo não passava de uma tentativa de extorsão por parte dos acusadores.
Não acredito em inocentes nem em culpados. Novamente, é-me indiferente. O que não me é indiferente é o facto de ainda não ter uma colocação, o que não me é indiferente são os impostos e taxas que pago todos os dias, o que não me é indiferente é o facto deste país estar cada vez mais enterrado numa letargia de estupidez e idiotice.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A inveja é uma coisa tramada...

E dou comigo naquela altura de concursos em que amaldiçoo a profissão que escolhi. Ah e tal, não sei se vou ter trabalho. Ah e tal, que isto é uma cambada de ladrões! Se fosse eu mandavazlios todos lá para dentro que é o que eles merecem. Hã??? Estava a falar do quê?
Pois, escolha de carreiras. Está mais que visto neste blog que ser professor é giro mas até um contabilista tem uma vida mais emocionante e cheia de histórias do que a minha.
Dei hoje comigo a pensar em profissões que devia ter escolhido. E decidi-me por uma, que considero ser de longe a melhor: apresentador de televisão. Sim, eu sei, é uma mudança de carreira bastante estranha e relativamente idiota. Claro que eu queria escolher qual o programa que queria apresentar.
Foi aqui que surgiu a minha indecisão. Existem dois senhores que invejo de igual forma e por motivos absolutamente diferente. Jeremy Clarkson e Anthony Bourdain. Para quem não sabe quem são estes senhores...debaixo de que calhau é que vocês vivem?
Jeremy Clarkson é jornalista. Escreve crónicas, livros e apresenta programas de televisão. O mais conhecido desses é um programa simples onde ele testa todos os carros que eu gostaria de ter mas que nunca vou ter dinheiro para comprar. Para além das viagens e dos desafios idiotas, TOP GEAR é o orgasmo de qualquer homem que goste de velocidade, fumo e comentários patetas.
Anthony Bourdain é Chef. Escreve crónicas, livros e apresenta um programa de televisão simples onde viaja pelo mundo a provar a gastronomia regional. Para além das viagens e da quantidade de comida impressionante que se come, NO RESERVATIONS é o orgasmo de qualquer pessoa que goste de comer, experimentar e de comentários imbecis.
E o que junta ambos os senhores. Têm um mau feitio do catano e dizem mal de quase tudo. Ah, e são pagos para isso.
Portanto, se não fosse professor seria apresentador. Seria, mas não era claramente a mesma merda.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma questão de educação...

Desde já, um grande olá às duas pessoas que ainda passam por este blog diariamente: o meu leitor favorito (que és tu, como é óbvio) e o senhor que está fechado num cubículo numa qualquer cave escura debaixo do Ministério da Justiça a ler todos os blogs a ver se dizem mal do Primeiro (atenção que eu não estou a dizer mal dele, estou apenas a falar de uma decisão de monitorizar tudo e todos como se de uma ditadura se tratasse...isso, que eu saiba, ainda não dá direito a processos).
Ora, o tema do post de hoje versa sobre o facto de um curso ser essencial, ou não, na educação de uma pessoa. O Sr. Eskisito acha que não. Aliás, o próprio é o primeiro a dizer que o curso que tirou pouco contribuiu para a pessoa que ele hoje é.
Então, onde está o problema? Nas escolas que não sabem formar, nos alunos que não querem aprender, ou nos pais que não querem saber? Eu culpo as duas. Foi uma espécie de efeito borboleta. As escolas exigiam, os alunos aprendiam, os pais exigiam resultados aos alunos. Hoje, as escolas exigem menos, os alunos não aprendem tanto e os pais exigem resultados às escolas. Confuso? Não, realista.
Quem lê o meu blog há já uns tempinhos sabe que eu já passei por trabalhos fabris. E uma das coisas que mais me irritava nesses locais era o facto de ser tratado nas palminhas pela maioria dos trabalhadores devido ao facto de ser professor quando, na sua maioria, eles eram melhores profissionais naquela área que eu. E desde já digo que essa humildade perante o curso não se justificava, porque conheci pessoas bem mais inteligentes do que muitas com as quais trabalho hoje.
A vida é a melhor das escolas. E a educação que se traz de casa. Prefiro mil vezes alguém educado a alguém licenciado. Prefiro milhares de vezes alguém que saiba o seu lugar a alguém que se arma aos cucos porque tem um canudo. Prefiro milhões de vezes aqueles que afirmam que não sabem a alguém que afirma que sabe tudo.
Ter um curso é importante? Há 8 anos acabei o meu e ainda estou à espera da vida melhor que o curso me ia trazer. Conheço pessoas com a escolaridade mínima com vidas bem mais estáveis que a minha.
Ter um curso torna-nos mais inteligentes? Sim, naquela área específica. Se eu tirei um curso de educação não me vou pôr a falar de anzóis.
Ter um curso torna-nos mais educados? Não. Essa educação ou já existe, ou não se aprende nem ensina.
Por isso, meus caros leitores, acabo isto com o exemplo do Primeiro-Ministro. Ele "tirou" um curso. E isso, claramente, não o torna educado, ou culto, ou sequer melhor pessoa. Apenas nos obrigou a tratá-lo por Engenheiro (estou a rezar para que já tenha entediado de morte o senhor da cave escura).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Depois da tempestade...

O último post deixou a fasquia de interesse bastante alta, por isso resolvi que este post irá ser perfeitamente desnecessário e desinteressante. Só porque sim.
No dia em que decidi tornar-me professor não sabia ainda bem todas as decisões adicionais que essa ideia inicial me iria obrigar a tomar. Decidi ser justo, atribuir notas por desempenho e não por conveniência ou gosto pessoal. Decidi ensinar da melhor forma possível todos os alunos, indiferentemente de raça, cor, credo, sexo e condição financeira. Decidi tratar os alunos com o nível de responsabilidade que eles merecem e nunca tratar um aluno de forma paternalista. Decidi...
No entanto, nem todos pensamos o mesmo. Outros invertem esta linha de pensamento. Outros pensam que todos são uns coitadinhos porque vêm de situações complicadas. Outros recusam-se a ensinar de forma exigente, porque acreditam que os alunos não vão conseguir.
Cada um na sua, mas custa-me pensar assim. Segundo os meus alunos sou exigente, chato, metódico e neurótico. Mas, também segundo os meus alunos, eu preocupo-me, explico a mesma matéria vinte vezes se necessário, dedico-me a todos da mesma maneira e quero que todos eles tenham um futuro melhor.
Falta um dia para acabarem as aulas numa escola de bairro social em pleno subúrbio de Lisboa. Falta um dia para deixar de entrar em salas de aula com turmas cheias de miúdos complicados de gerir e de ensinar. Falta-me um dia para deixar de andar carregado de testes cheios de respostas incorrectas e de trabalhos meio acabados com a pressa de os entregar. E, pela primeira vez na vida vou sentir saudades disto.
Sempre pendi a favor dos underdogs, dos desprivilegiados, daqueles que nunca terão as mesmas oportunidades que outros. Talvez por isso sinta uma tão grande proximidade com estes alunos. Talvez seja da mudança que se operou na minha vida este ano. Talvez esteja a ficar velho e maricas com estas coisas. De qualquer maneira, é verdade. Vou sentir saudades deles.
Falta um dia...

sábado, 12 de junho de 2010

Eu disse que não ia responder a comentários...

Em relação ao post anterior um "Anónimo" disse...

é melhor porque o trabalho de professor também né mau...mesmo nada..e os 2 meses de férias...brutal...

Pois, eu não sei se o anónimo alguma vez foi a uma escola durante os dois meses de férias que diz que temos. Porque se for, vai descobrir uma coisa fantástica em relação ao seu comentário: a escola tem lá dentro professores. Eu sei que é inesperado e compreendo o porquê dessa sua opinião. Umas quantas gerações de professores e umas quantas ministras fizeram com que o público em geral tenha essa opinião em relação às nossas férias. Infelizmente para si (e para mim também), nós temos tantas férias como qualquer português. Após o tempo lectivo, continuamos na escola a desempenhar tarefas, que vão de coisas tão simples como inventariar material até a trabalhos tão complexos como criar horários e turmas para o ano que segue.
Agora se se estiver a referir a férias mentais, em que não temos mentecaptos a destruir a nossa sanidade mental, aí tudo bem. Concordo consigo. Porque o simples facto de não ver miúdos a destruir o trabalho que fazemos diariamente com a sua estupidez (muitas vezes acompanhada da estupidez caseira) é de facto uma factor de alívio. Podemos encarar então isso como férias.
O que me leva à primeira parte do comentário: o trabalho de professor né mau...pois. Resisitindo à tentação de começar esta análise com o salientar de que em português não se escreve "" mas sim "não é", deixe que lhe diga que, novamente, está errado. Não há pior profissão que esta. Tentar ensinar a quem não quer ser ensinado, ser ameaçado por pais e outros que tais, ser agredido por tentar civilizar aqueles que, na grande maioria das vezes, são autênticos animais sem regras sociais, perder horas e horas em casa a planificar, a corrigir, a pensar em novas maneiras de motivar, de incentivar, de avaliar. Sem contar com o facto de que temos um ministério que nos obriga, através do seu método de contratação, a mudar de escola todos os anos. Isto se tivermos a sorte de sermos colocados, porque podemos acabar sempre na caixa do Modelo se isso não acontecer.
Portanto, em conclusão, não, o trabalho de professor não é mau. É pésssimo. Mas foi a profissão que escolhi e aquela que tento desempenhar o melhor que posso. Mesmo sendo professor 24 horas por dia, mesmo tendo um volume de trabalho impressionante, mesmo correndo o risco de ser agredido a qualquer momento. É o meu trabalho e a minha vida.
Por isso, meu caro anónimo, um conselho: antes de comentar informe-se. Pode ser que, da próxima, não passe tanto por ignorante.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sabiam que desde que escrevi gajas nuas tenho muitos mais visitantes?

É estranho (nem por isso), mas é verdade. A expressão gajas nuas tem obrigado o pessoal que pesquisa tal coisa no Google a passar por aqui. Infelizmente para eles, não temos nudez.
Visto que isto agora tem andado na fase de destilar ódio, vou perder o meu tempo para insultar os portugueses em geral. É algo que me dá um extremo prazer, não nego.
Começou o Mundial. Aquela coisa onde se gasta um porradão de dinheiro a construir estádios e hotéis para turistas, enquanto o povo continua a sofrer nas ruas de miséria e de falta de condições. Vejam o exemplo do Euro 2004 e tirem as vossas próprias ilações.
Portugal é um dos países envolvidos nesta grande iniciativa. Uma iniciativa que pára o mundo. Eu, que sou aquele gajo que acha que o futebol não passa de 22 palhaços a correr atrás de uma bola e de outros quantos a ver a bola a andar de um lado para o outro, penso que isto serve apenas de manobra de diversão para que todos os países do mundo se esqueçam das condições em que vivem. Este país não é excepção.
Andámos em manifestações, reclamámos o que é nosso, um país inteiro nas ruas a reclamar...e agora, sempre que começa um noticiário, o que vemos? Mundial, mundial, mundial...
Tudo o que nos afecta parece deixar de ter importância a partir do momento em que uma bola começa a rolar na relva. Por isso, e desculpem lá qualquer coisinha, eu quero que Portugal perca. E que perca bem. Porque assim pode ser que este país se lembre do que está a passar em vez de estar preocupado com o Ronaldo e outros que tais.
Posto isto, vou trabalhar porque, infelizmente, eu nunca soube dar toques numa bola.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Escolas encerradas, desertificação e eu o facto de eu ter sempre razão...

A nova ministra veio comprovar que bebeu da mesma poção mágica que a anterior. Só que esta ri um pouco mais. E fala com calma. O que acabou por iludir todos no início. Infelizmente, acabou por demonstrar que é o € a força maior que move a educação em Portugal.
Desde fechar escolas, votar aldeias ao esquecimento total, passar alunos de forma fácil para levantar as estatísticas nacionais de educação, acabar com os concursos dos professores, acabar com os quadros de escola, sei lá...isto tem sido um sem número de facadas no que deveria ser a prioridade de um país.
Eu sempre defendi que o estado de uma nação é o reflexo do estado da educação e das escolas dessa nação. Se as pessoas têm gosto em ensinar e em aprender, uma cultura forte surge de entre o povo. Se o interesse é estupificar o povo, o nosso ministério está lá.
Mudando de assunto, fui acusado de várias coisas ao longo da minha vida. Mas quando me acusaram de ser antiquado na análise à "professora" que posou para a Playboy, eu sabia que o tempo me iria dar razão. Ao que parece, a amiga nunca quis ser professora. Parece-me que se percebe bem o que ela quis ser. Mais uma javardona que vem povoar as revistas deste país com fotografias dignas de uma qualquer cabine de camião TIR. Mas isto sou só eu e o meu mau feitio.

Escolhi esta imagem por um motivo. Há outras com nudez e coisas que tais, mas foi esta que me ofendeu e que me deu a razão suprema. Ela está a espremer o facto de ser professora para parecer ainda mais javardola. Ou seja, o respeito por toda uma geração que grita nas ruas por melhores condições, por escolas com condições, que pede respeito nas salas de aula e nos contactos com os pais, por tudo o que foi feito nos últimos tempos por uma classe constantemente pisada por um país de mentecaptos, acaba por ser destruído por uma "professora" que acha que a mostrar o corpo é que isto lá vai. E pior ainda, ouvir uma horda de pseudo-liberalistas a defender que cada um faz o que quer. Isto é claramente demais.

Perguntem a todos os professores que foram agredidos por alunos ou encarregados de educação o que pensam disto. Perguntem ao professor de Fitares que se suicidou o que acha disto. E depois de perceberem que isto vai lesar ainda mais a imagem de tantos e tantos professores que diariamente tentam fazer o seu trabalho sem enlouquecer, calem a boca e deixem de dizer barbaridades.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dores

Não há nada mais parvo do que ter um torcicolo. Coisinha mais parva de maleita. Epá, anda uma pessoa a fugir às grandes epidemias das aves que para aí andam e acordo com o pescoço de lado tipo galinha? Isto não se faz.
A minha esposa (que cada vez mais se convence que está casada com um velho de 80 anos) bem me esfregou as costas (e não num bom sentido) e me drogou todo com comprimidos cheios de compostos com nomes indizíveis...nada!
Ou seja, o belo do feriado para descansar foi passado em dores. Hoje, devido às dores, tenho de estar na escola às 08h00 para sofrer ainda um bocadinho mais. Considerando que vou sair daqui às 18h30, vai ser um dia muuuuuito longo.
Para acabar, uma pequena piadola fácil e prevísivel: Deram feriado ao Corpo de Deus, mas ao corpo do Eskisito não...
Talvez não tenha tanta piada assim como isso...

sábado, 22 de maio de 2010

Pensamentos do dia

Serei eu o único a achar que o Sócrates perdeu de vez a cabeça? Serei eu o único a enojar-me sempre que ouço aquela vozinha nas reportagens sobre mais uma medida impopular que ele está a obrigar os portugueses a obedecer? Serei eu o único a achar que este senhor precisa de uma boa dose de realidade, ou que lhe mostrem que ser primeiro-ministro não é o mesmo que ser rei?
Serei tembém o único a achar que a nossa oposição é mais do mesmo? Ou que o Pedro Passos Coelho é um pequeno clone do Sócrates? Que se queixavam da Manela, mas que este é igual ou pior?
Serei eu o único a pensar que a abstenção na moção de censura por parte do PSD e do CDS mostram ao país o que eles realmente pensam? Serei eu o único a achar que estas novas taxas são injustas para todos, menos para aqueles que nos meteram nesta situação? Serei eu o único a achar que estamos a pagar uma tarifa estúpida numa altura de doidos?
Último pensamento: serei eu o único a pensar que é desta que o país vai à vida?
Pensem nisso...

domingo, 16 de maio de 2010

IRS, subsídios e gajas nuas

Ora, no meio do caos de trabalho que se gerou na minha vida, entre provas de aferição, corrigir as provas de aferição, horas extras, formação nocturna, testes e reuniões, chegam-me algumas notícias que me deixam assim a dar para o perplexo.
A primeira dessas notícias é, sem dúvida, aquela em que me vão ao bolso por causa dos erros de sucessivos governos. Aumentar os impostos, retirar parcelas aos subsídios ou, em segunda análise, fasear o pagamento dos mesmos, são medidas de um governo que não vê o mais óbvio: este dinheiro seria gasto no levantamento da economia portuguesa. O subsídio de férias e de Natal servem para ser gastos. É o dinheiro extra que o pessoal usa para pôr o carro na oficina ou para comprar aquele artigo que normalmente não teria dinheiro para comprar. Claro que também serve para férias e presentes. Não sou parvo ao ponto de acreditar que todos o usem de forma correcta. Contudo, não sou como aquele senhor que diz que os portugueses se tornaram uns consumistas de primeira e que vivem acima das possibilidades, sendo que estes cortes vão servir para se moderarem nas compras. Indiferentemente, este dinheiro é fruto do nosso trabalho. Se eu quiser gastar todo o subsídio em putas e vinho verde, a decisão é minha.
Curiosamente, fala-se em retirar dinheiro aos contribuintes mas não se fala em acabar com obras públicas condenadas ao fracasso. O novo aeroporto e o TGV continuam nos planos do Governo. Mais um exemplo de belíssima administração pública.
Outra das notícias que me arrepiou a espinha foi o caso da professora das AEC que se despiu para a Playboy e foi suspensa do cargo. Epá, que afinal somos todos muito liberais! "O facto de ela professora não tem nada a ver com o caso." "Ela é mulher primeiro e professora depois." "Cada um é livre de fazer o que quer.". Ora, alguém não entra numa escola há muito tempo.
Convenhamos que o facto dos alunos da escola andarem com fotas da professora mamalhuda nua no telemóvel é perfeitamente normal.

-Vais ter aulas com quem?

-Com esta aqui...isto é que é uma professora...nem ligo ao que ela diz, penso só nestas fotos e divirto-me depois na casa de banho...

A sério, que raio de merda de ideia foi esta? Um professor tem de ser um modelo exemplar para os alunos. Por muito retrógrada que seja esta ideia, é algo a ser seguido. Se numa escola cada professor fizer o que quer, os miúdos vão pensar que podem fazer o que querem. E todos nós sabemos qual a situação nas escolas de hoje. Eles já fazem o que querem de qualquer maneira.
Aposto que se a professora em causa desse aulas num secundário não tinha pousado nua. Como dá aulas a meninos da primária, só vai ter de aturar todos os pais dos meninos a babarem-se para o seu decote enquanto não ouvem as recomendações que ela dá.
Chamem-me o que quiserem. Mas antes de ser mulher ela é professora. E uma professora tem de pensar em cada acção pública que irá tomar.
Acabo este post com uma mensagem para todos aqueles que me virão aqui insultar. Há uns anos um professor disse uma piada sobre o Sócrates em privado e foi suspenso. Esta despiu-se para o mundo e foi suspensa. Qual das suspensões será a pior?


P.S. - E se têm ainda alguma dúvida das consequências da acção desta professora, passem por aqui. Leiam os comentários deixados e pensem um bocadinho.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Férias, Emos e Ikea

Ora, estou de férias. É verdade. Esta semana estive/estou a disfrutar de uma merecida pausa na actividade lectiva. Uma semana sem gritos, comentários parvos, adolescentes e pré-adolescentes cheios de ideias idiotas na cabeça. Nada mais errado!
Onde é que o Sr. Eskisito resolve ir na mesma quarta-feira em que os Tokio Hotel vão ao Pavilhão Atlântico, desconhecendo totalmente este facto? Passear para o Parque das Nações. Combina com uma colega e lá vai ele com a sua Maria. Qual não é o seu espanto quando, ao sair da Estação do Oriente, vê uma multidão de putos mal vestidos, a gritarem furiosamente sempre que passava um autocarro, julgando serem os seus ídolos. Pior, só mesmo os paizinhos que por ali andavam a acompanhar esses exemplos da sociedade falhada. Raios partam as bandas de teenagers com a mania que são sofredores. Uma bomba naquele recinto e ganhávamos paz de espírito ao terminar a vida de muito puto parvo rebelde e, como bónus, ainda acabávamos com uma banda miserável. Dupla vitória.
Já recomposto desta amarga experiência, o Sr. Eskisito resolve ir ao Ikea comprar umas coisas daquelas para arrumar a roupa nos roupeiros, que agora não faço a mínima ideia qual é o nome, mas que o raio dos vikings deram um nome tipo BESTA ou KOMPLEMENT. Até aqui, nada de novo. Excepto pelo facto de ter passado por um certo e determinado comentador político português a passear o que parecia ser um vaso na mão. Aliás, nas duas mãos. Aliás, assim teria de ser, considerando que os seus olhos estavam quase fechados. Aliás, acredito que fazer compras quando se está tão...aéreo, seja bastante complicado.
Ah, e Lisboa é bonita, tem montes de coisas giras, mas cravarem-me 1 euro por um Pastel de Belém? Isso podia eu comer de borla em casa... (piada que só alguns vão perceber).

sábado, 3 de abril de 2010

Este blog começa a entrar na crise de meia-idade

Três anos. O tempo de vida deste blog. Já foi popular, comentado, vivido com emoção. O autor escrevia com regularidade, toda a gente cá passava, enfim, um verdadeiro prazer. Depois veio a falta de tempo, a falta de comentários, o pensar em acabar com isto, o reassumir de uma vontade.
Afinal, para que serve um blog? Para desabafar, para me fazer pensar, para algum outro objectivo? No início queria a fama, depois queria os comentários, agora não sei o que quero.
A fama não passava de um devaneio e os comentários fazem-me falta, é certo, mas passo bem sem eles. Sei que, cada vez mais, escrevo para mim.
Já vi blogs fantásticos acabarem de repente, autores que perdem o talento, autores que mudam de blog, autores que mudam de todo, autores que desistem, autores que não têm tempo...e eu só me falta mesmo acabar com o blog para passar por todos esses passos.
Comecei por falar do mundo, depois falei de mim, agora não falo de todo. E agora até tenho tempo...
O EskisitoRules continuará a ser um dos blogs vivos. Porque sou chato, porque acredito que volte a ter leitores, porque sim. Três anos depois sou uma pessoa muito diferente daquela que escreveu aqui pela primeira vez. Mas, vou continuar a escrever, quer gostem ou não.

sábado, 20 de março de 2010

Vê Agá Um

Ora, na minha louca senda de correcção de testes, tenho aquela tendência de querer um barulhinho de fundo enquanto o faço, para não dar em maluco com a quantidade impressionante de erros e estupidez humana que estão patentes nos mesmos.
Mudo para o VH1 (música para velhinhos) e está a dar o "Whole lot of love" dos Led Zeppelin. Fazia parte de um countdown das melhores bandas rock. Estávamos no número 31. E eu assustei-me. Existem 31 bandas melhores que Led Zeppelin???
Para tirarmos essa teima, vou deixar aqui a lista que se seguiu. No final, podem deixar o vosso comentário de horror.
31 - Led Zeppelin
30 - Black Sabbath
29 - Rolling Stones
28 - Fall Out Boy
27 - Linkin Park
26 - Mica Paris (????????)
25 - Status Quo
24 - Stone Temple Pilots
23 - Editors
22 - Guns & Roses
21 - The Doors
20 - Foo Fighters
19 - Faith no More
18 - Sade (????????)
17 - Red Hot Chili Peppers
16 - Guns & Roses
15 - Living Colours
14 - Queen (com a música We Will Rock You)
13 - Velvet Revolver
12 - Alice in Chains
11 - AC/DC
10 - Thin Lizzy
09 - Free
08 - KISS
07 - The Clash
06 - Metallica (com um cover)
05 - Van Halen
04 - Soundgarden
03 - Nirvana
02 - Queen (com a música We Will Rock You...déjà vu?)
01 - Pink Floyd

Eu por mim, deixei de insultar os senhores a partir da Sade...e diz esta gente que tem um canal de música...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Parabéns!


O que dizer? É um dos melhores blogs algumas vez escritos, é um orgulho para mim estar casado com esta senhora, é um prazer poder dar-lhe os parabéns por isto.

100.000. Cem mil. Desde que tudo isto começou.

Por isso, para a minha Maria, só tens aquilo que mereces.

Parabéns!!!!!!!

Estou com a Teresa no amor pela Amazon

Desde que tive a boa fortuna de ter um emprego estável e uma certa e determinada condição na vida que me permite comer mais que salsichas e atum, comecei a compensar o tempo perdido e a fazer umas certas compras na Amazon.
Os críticos do site dizem sempre o mesmo. Que podem não entregar (nunca me aconteceu, aliás, até chega mais rápido que qualquer encomenda enviada em Portugal), que não tem legendas (coisa que, por acaso, não me incomoda, apesar de grande parte das compras que tenho feito terem efectivamente legendas em PT), entre outras desculpas para não comprarem aí e irem gastar o dobro ou triplo à FNAC.
Hoje só vou dar um exemplo de um artigo que comprei e de quanto poupei. Todos sabem que sou obcecado pelo LOST. O problema é que é um vício caro em Portugal. Na FNAC a 4.ª Série custa:



54,90€. É um bocadinho demais para uma série. Por isso, fui ver à Amazon quanto é que custava lá esta série:

18£60. Aproximadamente 20€. Com esta encomenda poupei quanto? Exacto! Uma pipa de dinheiro. Num único artigo. Mas isto ainda não é nada.

TO BE CONTINUED


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quase tão bom como saber lavar as mãos.

Estava eu hoje a folhear um jornal (mentira, que eu só leio os títulos online e depois digo isto para parecer inteligente) quando me deparo com o seguinte título: Portugal não deverá ter segunda onda de Gripe A.
Eu não sei se sou só eu a pensar nisto, mas quando é que houve a primeira vaga? Eu lembro-me do pânico generalista criado pela máquina, dos noticiários abrirem com mais um caso de Gripe A em Caranguejeira de Baixo, com imagens de máscaras e de senhoras de idade aos berros porque o sistema de saúde é sempre a mesma coisa. Ora, se isso foi a primeira vaga, preciso de números. Até agora, estima-se que "perto de dois milhões de portugueses tenham tido gripe, o que significa que não haverá muito mais gente susceptível de ser infectada. Estima-se? O que quer dizer isso? É que se for mesmo dois milhões, isso foi à grande e à francesa. Um quinto da população. Agora, estimativas...eu nisso sou como o CDS e as sondagens.
Estimo eu que isto seja aldrabice. E como é que eu sei disso? Devido à minha brilhante carreira de educador. Numa das minhas turmas, 10 crianças faltaram devido a suspeita de Gripe A. Dessas, apenas tivémos um caso confirmado. Ou seja, em cada 10, apenas 1 foi confirmado. Contudo, nas justificações de faltas de todas as dez apareceu como razão para essa falta a contaminação com o H1N1. E assim se fazem estatísticas. A crer neste facto, estes dois milhões resumem-se a dois mil casos confirmados. E, considerando que, segundo o OMS, esta seria uma das mais mortais epidemias de todos os tempos, quantos mortos temos afinal entre esses "dois milhões" de infectados? 106. Sim, isso mesmo, 106. Devido exclusivamente à Gripe A? Não. São mortes relacionadas com o vírus. Que é como quem diz, não se sabe bem do que morreram, por isso, escreve-se a epidemia da moda no óbito. O cirurgião deixou uma esponja no intestino, provocando sérias complicações e morte do paciente? Culpem a Gripe A. O doente ao qual não foi detectada uma pneumonia porque os serviços de saúde estavam cheios de hipocondríacos? Culpem a Gripe A. Tudo serve.
Pois bem, deixem que vos diga uma pequena coisa, que a grande maioria de vocês já sabe. Já passámos por não sei quantas epidemias mortais nas últimas décadas. E todas passaram da mesma maneira. E sabem o que é mesmo mortal?

685 pessoas morrem de gripe comum por dia .

5700 pessoas morrem de SIDA por dia.

24000 pessoas morrem de fome todos os dias, dos quais 16000 são crianças.

Segundo os últimos dados, cerca de 100 mil pessoas morreram no Haiti devido ao tremor de terra.

Culpem a Gripe A.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O estado da nação e uma imperial fresquinha, ó faz favor!

Hoje foi dia de pensar no estado deste país onde vivo e, considerando a quantidade de taxas e impostos que pago, do qual sou dono em parte. Quais são os verdadeiros culpados? Quem deve pagar por tudo isto? Quem é que comeu o último pudim que estava no frigorífico? Dúvidas que me assolam frequentemente.

Ora, os portugueses, como todos sabemos, dividem-se em duas categorias: os portugueses “faço e aconteço” e os portugueses “deixa andar, a ver no que isto dá”. Felizmente, os portugueses “vou ali fazer, já volto” são uma espécie em vias de extinção, porque senão perdia o tema para este texto, e isso não tinha grande piada.

Na antiga escola primária (ah, as saudades dos tempos em que os professores batiam nos alunos, mas isso são outras histórias), ensinaram-me que Portugal vivia, sobretudo, de indústria e agricultura. Hoje, se ensinassem alguma coisa no 1.º Ciclo, diriam que há uma nova forma de subsistência: os comentários políticos e sociais.

Entre duas imperiais e um pires de tremoços, dizem-se os mais actuais e mordazes comentários políticos deste país. Aliás, é sabido que o Prof. Marcelo aperfeiçoou a sua arte na tasca da Dona Javarda, que para além de ter sempre a casa cheia dos maiores comentadores do país, fazia também uns pipis que era uma categoria.

Basta estar com atenção em qualquer café e ouvem comentários políticos como: “O Sr. Dr. Prof. Aníbal Cavaco Silva tinha extrema razão ao apontar as fragilidades da nossa economia no discurso de Ano Novo. Pelo ritmo a que a nossa economia se fragiliza, temo pelo futuro do nosso país”, ou o grande clássico: “O Sócrates?! É um mari…!”. E nota-se também que são pessoas que estão actualizadas ao nível dos acontecimentos sociais que decorrem neste país, quando se ouvem comentários deste calibre: “Em vez de se gastarem meios desnecessários para festas e eventos, os famosos deste país deveriam organizar-se e angariar fundos para calamidades como a que sucedeu no Haiti.”, ou os clássicos como: “O Castelo Branco?! Esse é mari…!".

Claro que eu, como português de gema, resolvi juntar-me a este grupo que faz avançar o nosso país. Falta-me apenas decidir em que categoria de Portugueses me encontro. Parece-me, no entanto, que vou acabar por decidir deixar andar, a ver no que isto dá.



Nota: Este será o texto que irei submeter a aprovação para o início das minhas crónicas jornalísticas. Se correr bem, logo vos aviso. Se não correr, vou dizer que correu bem à mesma, porque vocês não sabem se é verdade ou não. MUAHAHAHAHA!


sábado, 23 de janeiro de 2010

O Sexo e o Eskisito

Que belo título para um post onde vou falar de tudo menos de sexo. Porquê? Porque acho que as vossas pessoas já têm pesadelos suficientes sem terem de pensar na minha larga imaginação sexual, onde o David Lynch é considerado um amador em termos de inovação e loucura.
Posto isto, sobre o que é que o vosso amigo Eskisito vai escrever hoje? Sobre coisas que não têm tanto interesse como sexo.
Fizeram-me uma proposta para começar a escrever regularmente uma crónica sobre a vida e sobre todas aquelas coisas que nos fazem pensar. Qualquer coisa semanal, com uma certa piada, em que o vosso querido amigo explora a fragilidade do ser humano. Ao que eu respondi que não sabia se aceitava, porque, para além de não conseguir escrever textos com o mínimo de piada, tenho um blog que anda pelas ruas da amargura. A falta de ideias para a escrita é o pior inimigo de um blog. Isso e aqueles comentários dos chineses e do pessoal dos vírus. E o José Castelo Branco. Mas este é o inimigo de qualquer coisa que se apresente de forma inteligente.
Melhor ainda, a proposta incluía não ganhar dinheiro. O que é coisa para me fazer ganhar logo um sentimento de amor em relação a qualquer proposta. Para além disso, trazia um ilustrador agarrado às minhas crónicas. Parece que virou moda as crónicas com ilustrações.
Por isso, tenho a dizer-vos que estou em negociações com o meu cérebro. Será que vou conseguir escrever um bom texto semanal com piada? Será que devo sequer perder tempo com isto? Será que não os consigo convencer a pagar-me efectivamente alguma coisa?
Preciso da vossa ajuda, leitores que não desistem deste blog. Que dizem? Acham que consigo? Acham que ainda tenho o que é preciso? Acham que o cabelo da Manuela Ferreira Leite se aguenta com uma ou duas latas de laca por dia? Digam de vossa justiça.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ministério nas escolas de Sintra

Ora, coisinha para meter o seu quê de piada é tentar dar uma aula com 3 graus positivos numa sala sem qualquer tipo de aquecimento (se pusermos de parte o aquecimento humano).
Cada sala tem um computador e um projector novo, oferta do Ministério, que é coisa que faz tanta falta como uma boa dose de peste negra no seio de uma colónia de formigas vermelhas. Temos pessoal a instalar cabos e calhas técnicas por toda a escola, extensões e telas, quadros interactivos e sei lá o que mais nos reserva o futuro. Os alunos agradecem. Principalmente aquele que está sentado à minha frente e que não me vê porque tem um monitor a tapar-lhe a visão.
E aquecedores, ou ar condicionado? Uma lareira? Eu já ficava contente com um bidon de óleo com um lixozinho a arder, que até nem contrastava tanto com o cenário desta escola. Como é que esperam que um aluno queira saber do que é que o professor (aquele gajo que está lá na frente com tanta roupa que parece o boneco da Michelin) está a falar, quando nem sequer consegue aquecer o cérebro, quanto mais os dedos para pegar na caneta e escrever alguma coisa?
A única vantagem do frio é que a taxa de criminalidade baixou 90%. Agora só os putos com luvas térmicas é que ainda conseguem pegar na navalha para estorquir alguma coisa aos colegas. e toda a gente sabe que as luvas térmicas são caras.
Três vivas para o Ministério ...hip hip...hipotermia!!!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Nota-se muito que estou com a neura?...

Vera Y. Silva deixou um novo comentário na sua mensagem "Ah, mas como é que...?": um post a falar de mudanças! os próximos serão - suponho - sobre os seus jantares e, quem sabe, idas à casa de banho. Leia um livro ou dois e verá que há vida para além do seu umbigo. Porque é que as pessoas que não têm nada para dizer teimam em escrever?


Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "O medo, o horror, a tragédia": Estou a gostar do blog, mas achei este comentário um pouco foleiro.Velhinhas, bikini...Não cai bem, principalmente vindo da boca de um prof. Sou velhinha, uso bikini à n anos. Odeio fatos de banho, são elegantes mas desconfortáveis. Há que rever essa maneira de pensar, Ok? Cá.

Para os que acompanham este blog desde o ínicio sabem que eu até sou pessoa para reagir bem a todo o tipo de críticas. Nunca me deixei afectar pela opinião dos outros. Algo que ver com a educação que tive ou coisa que valha. Desta vez, e fugindo um pouco a este modo de vida, recebi de rajada dois comentários que, de alguma forma, me atacam. Claro que o comentário assinado pela Vera Y. Silva é muito mais letal que o assinado pela Cá. Por isso, as respostas seram também letais em proporção.

Vera...nem sei por onde começar. Ah, talvez pela parte em que lhe digo que este blog é meu. E se me apetecer escrever sobre a minha ida ao WC e o tamanho e consistência das minhas fezes, fá-lo-ei. Por isso, o meu umbigo é mesmo o mais importante neste espaço. Sem ele, para além de ficar com uma barriga esquisita, não havia motivo para este blog ter sido criado.

Para além disso, e este comentário vai para todos os bloggers que, como a Vera, pensam que ter um blog é uma coisa séria, pesada e, vá lá, pseudo: desenganem-se. Através do meu blog umbilical descobri blogs de pessoas que usam o mesmo apenas como um modo de contar a sua vida a outros, tentando ser divertidos, encarando as suas complicadas vidas através desta catarse. E as pessoas comentam e animam as vidas de uns e de outros.
O que me deixa uma dúvida ainda maior? Qual é o objectivo de um blog a dar para o intelectual que não seja a divulgação de um ego tão grande que a autora do mesmo considere que pode criticar blogs mundanos e pessoais? Afagar o próprio umbigo?

Cá, antes de tudo, obrigado pela sua visita. Mas não, não vou mudar a minha maneira de pensar. Em primeiro lugar, ninguém no seu perfeito juízo gosta de ver pessoas com 65 anos de bikini, tanga ou qualquer peça de roupa reduzida demais para não causar pesadelos e largas contas de terapia. Em segundo lugar, o facto de ser professor não é propriamente relevante para este assunto, pois não? A não ser que agora o Ministério também nos obrigue a não ter uma opinião sobre bikinis na terceira idade, porque nesse caso não volto a tocar no assunto que eu até sou bem mandado, como muitos posts anteriores assim o demonstram.

Minhas amigas, felizmente para mim e para este blog, ainda vivemos num país onde ainda se pode dizer livremente o que se pensa. E onde a Vera me pode insultar e onde a Cá pode usar um bikini. Por mim, tudo bem. Ser-me-ia bem mais simples apagar os vossos comentários e nunca mais se ouvia falar nisto. Mas acredito mesmo na liberdade de expressão e nunca apaguei um comentário durante os três anos em que já ando nisto. Começo é a perder um bocadinho a paciência para estas coisas.

A todos os outros que me acompanham e que resolveram não começar o ano a chatear o menino, um Excelente Ano de 2010.