sábado, 12 de junho de 2010

Eu disse que não ia responder a comentários...

Em relação ao post anterior um "Anónimo" disse...

é melhor porque o trabalho de professor também né mau...mesmo nada..e os 2 meses de férias...brutal...

Pois, eu não sei se o anónimo alguma vez foi a uma escola durante os dois meses de férias que diz que temos. Porque se for, vai descobrir uma coisa fantástica em relação ao seu comentário: a escola tem lá dentro professores. Eu sei que é inesperado e compreendo o porquê dessa sua opinião. Umas quantas gerações de professores e umas quantas ministras fizeram com que o público em geral tenha essa opinião em relação às nossas férias. Infelizmente para si (e para mim também), nós temos tantas férias como qualquer português. Após o tempo lectivo, continuamos na escola a desempenhar tarefas, que vão de coisas tão simples como inventariar material até a trabalhos tão complexos como criar horários e turmas para o ano que segue.
Agora se se estiver a referir a férias mentais, em que não temos mentecaptos a destruir a nossa sanidade mental, aí tudo bem. Concordo consigo. Porque o simples facto de não ver miúdos a destruir o trabalho que fazemos diariamente com a sua estupidez (muitas vezes acompanhada da estupidez caseira) é de facto uma factor de alívio. Podemos encarar então isso como férias.
O que me leva à primeira parte do comentário: o trabalho de professor né mau...pois. Resisitindo à tentação de começar esta análise com o salientar de que em português não se escreve "" mas sim "não é", deixe que lhe diga que, novamente, está errado. Não há pior profissão que esta. Tentar ensinar a quem não quer ser ensinado, ser ameaçado por pais e outros que tais, ser agredido por tentar civilizar aqueles que, na grande maioria das vezes, são autênticos animais sem regras sociais, perder horas e horas em casa a planificar, a corrigir, a pensar em novas maneiras de motivar, de incentivar, de avaliar. Sem contar com o facto de que temos um ministério que nos obriga, através do seu método de contratação, a mudar de escola todos os anos. Isto se tivermos a sorte de sermos colocados, porque podemos acabar sempre na caixa do Modelo se isso não acontecer.
Portanto, em conclusão, não, o trabalho de professor não é mau. É pésssimo. Mas foi a profissão que escolhi e aquela que tento desempenhar o melhor que posso. Mesmo sendo professor 24 horas por dia, mesmo tendo um volume de trabalho impressionante, mesmo correndo o risco de ser agredido a qualquer momento. É o meu trabalho e a minha vida.
Por isso, meu caro anónimo, um conselho: antes de comentar informe-se. Pode ser que, da próxima, não passe tanto por ignorante.

12 comentários:

Teresa disse...

Clap! Clap! Clap!
Grande post. E, de caminho, arrumaste o idiota.

Maria do Consultório disse...

No fundo, ele queria era ver as gajas nuas e ficou ofendido. Não és nada tolerante, credo! É menino para ter plano de recuperação a tudo menos a Educação Física...

Anonymous disse...

Mas os miúdos que te destroem a mente e o teu trabalho do dia a dia são também filhos de colegas teus e também deves ter filhos na escola com comportamentos raros e mesquinhas assim com tu ou seja os alunos são todos uns filhos da pu.... professora

Maria do Consultório disse...

Anónimo:

Repeat after me: I must take my pills everyday. EVERYDAY!
(E a pontuação é uma coisa espectacular?)

Teresa disse...

A pontuação é tão espectacular que tive de ler três vezes, a ver se aquilo fazia algum sentido. ANd guess what... Não faz!

Paula disse...

Tu não tinhas dito que os visitantes à procura de gajas nuas andam aí?! Não podemos esperar muito...

A mamã da Beatriz... disse...

Há "gente" com um cérebro minusculo...Enquanto os outros estão com o cú sentado a ver futebol ou novelas, um professor mal tempo tem para se coçar! Não têm mesmo a noção da realidade! É que na maior partes das profissões, as pessoas saiem, fecham a porta e o trabalho fica lá para o dia seguinte! Um professor não! Leva sempre coisas para ler, para corrigir, para preparar...

Vasco Trindade disse...

Grande "postagem". Um país que não respeita e defende os seus professores é um país que compromete (destrói?) o seu futuro.

Nas últimas décadas, com sucessivas reformas do ensino, experiências curriculares, mudanças de sistema de concursos e candidaturas, tudo embrulhado em "simplexes" e sorrisos hipócritas dos governantes, o que tem permanecido é a dedicação, coragem e sacrifício dos professores para tentar manter à tona da água o nível educacional da nossa sociedade.

Para finalizar, gosto que tenhas recomeçado a responder aos comentários (alguns) pois há pessoas que precisam mesmo de ouvir algumas verdades. Mesmo que: "o asno, quando o sábio lhe aponta a direcção da luz, fique parado a olhar para o dedo."

Gonçalo M. disse...

Alguém falou em gajas nuas??? Onde...?
Deixa lá, deve ser algum aluno frustrado com falta de atenção que tem demasiado tempo para brincar aos crescidos!

Rita disse...

E o que é que se pode esperar de um Anónimo? Nada...
Jokas

Isilda disse...

Não sei porque é que te preocupaste com um gajo insignificante.
A vida de professor é um risco maior se leccionar a alunos grandes,porque se fôr aos da primeira classe talvez não corras o risco de ser agredido,o que mói é manter constantemente a ordem na sala de aula.

miruii disse...

Ena, é preciso dizer a esta pasta massificada na ignorância como é que é, falaste bem. Acontece que os tipos não respeitam os pais deles, quanto mais respeitar os profs, ainda por cima aqueles que se armam em pais e lhes querem ensinar alguma coisa.
Mas, infelizmente, só sabe o que é ser pobre quem já passou fome, eu acho.
Há profs e profs, também sabes isso...!
Piquei, fuiiiiiii!