segunda-feira, 7 de junho de 2010

Escolas encerradas, desertificação e eu o facto de eu ter sempre razão...

A nova ministra veio comprovar que bebeu da mesma poção mágica que a anterior. Só que esta ri um pouco mais. E fala com calma. O que acabou por iludir todos no início. Infelizmente, acabou por demonstrar que é o € a força maior que move a educação em Portugal.
Desde fechar escolas, votar aldeias ao esquecimento total, passar alunos de forma fácil para levantar as estatísticas nacionais de educação, acabar com os concursos dos professores, acabar com os quadros de escola, sei lá...isto tem sido um sem número de facadas no que deveria ser a prioridade de um país.
Eu sempre defendi que o estado de uma nação é o reflexo do estado da educação e das escolas dessa nação. Se as pessoas têm gosto em ensinar e em aprender, uma cultura forte surge de entre o povo. Se o interesse é estupificar o povo, o nosso ministério está lá.
Mudando de assunto, fui acusado de várias coisas ao longo da minha vida. Mas quando me acusaram de ser antiquado na análise à "professora" que posou para a Playboy, eu sabia que o tempo me iria dar razão. Ao que parece, a amiga nunca quis ser professora. Parece-me que se percebe bem o que ela quis ser. Mais uma javardona que vem povoar as revistas deste país com fotografias dignas de uma qualquer cabine de camião TIR. Mas isto sou só eu e o meu mau feitio.

Escolhi esta imagem por um motivo. Há outras com nudez e coisas que tais, mas foi esta que me ofendeu e que me deu a razão suprema. Ela está a espremer o facto de ser professora para parecer ainda mais javardola. Ou seja, o respeito por toda uma geração que grita nas ruas por melhores condições, por escolas com condições, que pede respeito nas salas de aula e nos contactos com os pais, por tudo o que foi feito nos últimos tempos por uma classe constantemente pisada por um país de mentecaptos, acaba por ser destruído por uma "professora" que acha que a mostrar o corpo é que isto lá vai. E pior ainda, ouvir uma horda de pseudo-liberalistas a defender que cada um faz o que quer. Isto é claramente demais.

Perguntem a todos os professores que foram agredidos por alunos ou encarregados de educação o que pensam disto. Perguntem ao professor de Fitares que se suicidou o que acha disto. E depois de perceberem que isto vai lesar ainda mais a imagem de tantos e tantos professores que diariamente tentam fazer o seu trabalho sem enlouquecer, calem a boca e deixem de dizer barbaridades.


6 comentários:

Vasco Trindade disse...

Caro Vitor, mais uma vez participo no teu blogue porque sinceramente discordo contigo no caso desta professora.

Primeiro, e independentemente do que a rapariga faz nas suas horas livres, há que aferir se ela desempenha correctamente a sua profissão enquanto professora. Ainda não vi isso referido, ainda não vi ninguém tentar saber se ela é efectivamente competente a dar aulas, mas o que é certo é que em nenhum momento e em qualquer meio de comunicação foi indicado que ela tinha sido suspensa por ser má professora ou por os seus alunos não adquirirem competências e conhecimentos nas suas aulas.

Segundo, concordo contigo quanto ao mau gosto da foto que aqui exibes, mas também conheço muitos professores que têm um sentido de humor duvidoso, um comportamento extra-escola pouco correcto (às vezes até intra-escola) ou, entre outras coisas, valores diferentes dos meus. Mas isso tudo é irrelevante. Os meus valores e crenças não interferem - nem podem interferir - com as minhas aulas ou com as minhas metodologias de trabalho. E certamente que não gostaria que alguém me censurasse ou vir a sofrer medidas punitivas porque alguém, por exemplo, não concorda com a minha ideologia política - isto não soa a algo que se passava há quarenta anos atrás?

Tu tens um (óptimo) blogue, de acesso e consulta livres. E se colocasses algum conteúdo que fosse considerado ofensivo pelo director da tua escola ou para algum encarregado de educação? E se algum aluno teu fizesse uma piada que tivesse lido no teu blogue em frente aos paizinhos e eles ficassem ofendidos? Estaria correcto seres impedido de desempenhares a tua profissão por esse motivo?

Lamento, mas não é o mau gosto da rapariga fotografada (ou do fotógrafo), que te dá razão. O mau gosto ou a falta de inteligência não são motivos para castigar uma pessoa pelo que faz na sua vida privada - se o contrário se verificasse, podíamos começar a fazer uma longa lista de possíveis réus (varandas fechadas com alumínio, cuspir para o chão, soprar na m**** das vuvuzelas, etc.). A partir do momento em que ela reflicta a evidente falta de discernimento que possui na qualidade do seu trabalho e prejudique a aprendizagem dos seus alunos, concordarei contigo.

Eu também sou professor, eu também luto pelos nossos direitos e pelo reconhecimento da importância da nossa profissão, eu também exigo respeito e dignidade. Mas acima de tudo isso tenho de continuar a defender a liberdade, minha e dos meus concidadãos.

Bom, quanto ao resto, e se achas que sou um "pseudo-liberal" que só estou para aqui a dizer barbaridades apenas porque discordo da tua posição, o blogue é teu e lamento estar a incomodar-te. Gosto do teu blogue e devo continuar a lê-lo, mas acho que bom debate de ideias só o enriquece.

Eskisito disse...

Epá, ó Vasco, vais-me forçar a quebrar uma regra minha: nunca responder a comentários. Sempre te considerei uma pessoa inteligente e os teus comentários só têm reforçado essa ideia. Não te considero pseudo-liberal porque sei que acreditas nisso que defendes. O meu problema tem sido com todos os outros que não sabem o que defendem ou querem apenas ser do contra.
Concordo contigo até ao ponto em que discordo. Mas isso iria tomar demasiado do nosso tempo em argumentos e contra-argumentos.
Vamos concordar em discordar e enterramos assim o machado.
Um abraço cheio de saudades.

Vasco Trindade disse...

Obrigado por quebrares a regra, compadre. Está combinado e assim ficamos. É bom saber que ainda conseguimos chegar a consensos - mesmo que discordando.

O machado só se enterra quando se fuma o "cachimbo da paz". Fica para qualquer dia...

O pessoal de design agora faz jantaradas em Portalegre por alturas da festa da castanha, quem sabe se não nos encontramos por lá entretanto.

Para terminar, e se quiseres, dá uma vista de olhos no meu blogue - deste-me pica de experimentar isto: caderninhoapocrifo.blogspot.com

Grande abraço, camarada.

A mamã da Beatriz... disse...

Pois que subscrevo cada palavra sua! Ainda ontem fiquei completamente nauseada com mais uma noticia desta pseudo-professora... E quem antes até lhe achava piada, já deixou de lha a atribuir...

http://www.vidas.xl.pt/noticia.aspx?channelid=B2EEF6CE-6025-427C-89E6-4B71D15619D8&contentid=E68E66DE-2377-41B9-B64D-08F2C8E45FCD

Isilda disse...

Em relação à Bruna,és mesmo antiquado e conservador.
As profissões ligadas à imagem dão cada vez mais lucros,caso não saibas.Todas as campanhas de marketing e as sessões que os modelos fazem têm muito poder sobre o consumidor.
Essa tal de Bruna já facturou milhões,não pensou nas consequências mas já conseguiu o que queria,segundo o que li nas notícias.
Também cobra dinheiro só para ter uma entrevista e já foi requisitada para festas e eventos e afirma estar feliz.

O que fizeram com ela foi muito injusto,muito mesmo a ponto de a afastarem do que ela mais gostava de fazer,como se fosse uma criminosa.
(Vozes de burro não chegam ao céu)

Quanto à primeira parte do que escreveste,nisso estou de acordo contigo,este país funciona tudo ao contrário.

miruii disse...

Tu és eskisito e eu sou um mosquito meio esquisito porque fabrico mel, caso não saibas, sou miruii, sem sexo definido ainda por cima.

Estou contigo, a nossa liberdade não pode colidir com a dos outros. Ser PROFESSOR é ser grande e isso exige algumas normas que devem ser respeitadas, para que se mantenha a dignidade da classe.
Ó Vasco, então que tal concordares com os SACERDOTES pedófilos e os JUÍZES a fazerem filmes pornográficos, a nossa PRESIDENTA da REPÚBLICA (não temos ainda mas lá chegará o dia, vivemos em democracia) como ganha pouco em relação aos gestores e futebolistas, a fazer umas horas na estrada, para fazer mais uns cobres?

Mas sou um tipo porreiro, deixa lá. Tenho um amigo que, quando discorda, remata assim: We agree, to desagree.

Piquei, fuiiiii!