Estou farto de fazer promessas interiores. Sou um espécie de político de mim mesmo. Prometo que vou começar a fazer assim ou deixar de fazer assado para depois nunca o fazer.
Decidi ser mais calmo este ano lectivo, deixar de ser picuinhas, calar-me e abanar a cabeça em concordância...enfim, resolvi tornar-me português.
Lá fui conseguindo durante o mês de Setembro. Ficava no meu canto, ajudava quem precisava de ajuda, fazia o que tinha a fazer e mais outras quinhentas coisas, e sempre com um sorriso e uma palavra amiga.
Raios parta a condição humana que me obriga a tomar uma atitude. Estava tão bem a ser pisado por todos. A sério que estava. Estava no auge do meu masoquismo. A um passo do nirvana orgásmico.
O que é que me fez voltar? Qual foi o episódio que despoletou todo o meu mau feitio? Quem terá cometido um acto de tal vilania? Pois, meus amigos, eu partilho. Sabem que eu sou pior que certas vizinhas. Não guardo nada para mim.
Imaginem que os astros estão alinhados a vosso favor. Tudo corre de feição. Até ao momento em que sou elogiado pela minha maior arqui-inimiga. E aí chega! Um homem tem de estabelecer limites. E eu também. Por isso, em resposta ao seu elogio, agarrei-lhe nos cabelos e inseri-lhe o crânio num monitor de computador para que aquilo acabasse logo por ali. Depois meteram-me numa camisa branca muito bonita, cheia de fivelas.
Começo a assustar-me com os meus momentos J.D.
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