quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fábrica número 35

Chateia-me ter que gramar as férias em fábricas. Não pelo trabalho, pelo salário miserável, pelo esforço extra que isto começa a ter no meu corpo. Isso são apenas detalhes numa vida cheia de experiências e histórias para contar.
Irrita-me estar numa fábrica pelas pessoas que me rodeiam. Seres humanos mesquinhos e sem um pitadinha de sal naqueles corpos.
Existem três grandes tipos de operários fabris, e dentro destes existem sub-grupos que podem, ou não, estar interligados, tornando-os todos primos.
O primeiro grupo, e o que mais me afecta, aqueles que vivem para aquilo. Que julgam que aquele trabalho é de uma importância vital e que tem de ser dempenhado daquela forma específica, senão o fim do mundo ocorre e ficamos todos carbonizados após a passagem dos cavaleiros do apocalipse.
O segundo grupo é o dos que não querem saber de nada daquilo. Que se lixe, só aqui estou para ganhar uns cobres, e até vou vendo umas gajas/gajos bons. A sério que eles pensam mesmo isto.
O terceiro grupo, e o mais assustador de todos, aqueles que vão para ali porque aquilo é o único sítio onde se podem mostrar. Mostrar que sabem gritar, mostrar o decote, mostrar que são umas promíscuas do caraças. Mostrar aquilo que não são na vida real.
Todos estes grupos pecam pela falta de inteligência e de humor. Alguns membros dos grupos pecam pela idade. Ou são novos demais, ou velhos demais.
Existe aquela minoria que se limita a ir para lá trabalhar, fazem o seu trabalho, não incomodam ninguém e são felizes na sua vida. A esses agradeço.
Mais uns dias e vejo-me livre de mais uma fábrica. Que isto começa a pesar nos ossos.

domingo, 3 de agosto de 2008

A new hope

A minha vida voltou a ser o que era. Pronto, talvez não exactamente, mas o mais aproximado possível. Voltei a poder respirar de alívio, visto que muitas das coisas que me fizeram temer pelo futuro foram remendadas de uma forma ou outra.
Claro que continuo no meu glorioso emprego de férias, numa qualquer indústria perdida pelo Ribatejo, mas de males necessários vive o homem. Faltam apenas mais uns dias naquilo para poder voltar à minha vida de "ócio" de senhor professor mal pago. Talvez também existam alguns desenvolvimentos nessa área, graças à ajuda de uma alentejana muito especial que todos nós conhecemos como Dina, e à qual agradeço novamente tudo o que tem feito por nós.
Posto isto, e deixando de falar na minha vidinha de treta, tenho que prestar homenagem à menina Elvira que foi operada e à qual não disse nada, porque sou uma besta. Ou isso, ou os meus problemas também andavam a tomar todo o meu tempo. Mas voto mais na hipótese da besta.
Elvira, ainda bem que correu tudo bem e que estás a recuperar na perfeição. Um beijo do fundo do meu coração.
Outro beijo vai para a Teresinha que anda muito viajada. Por tudo o que tens feito por nós, pela força que nos tens dado. Obrigado do fundo do coração. (eu já sei que vais começar a dizer que não queres momentos lamechas em público...).
O último beijo do dia vai para a Azul, que anda perdida por terras de Brunis e Sarkozis. Que tudo te esteja a correr bem e que ainda te vá fazer uma visita um destes dias.
Agora vou pôr as patas em cima da mesa, o sofá debaixo do rabo e aproveitar o que me resta deste dia de folga. Já volto.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

I'm still alive...

Para quem lê o blog da minha esposa, sabe que isto não tem andado fácil. Tudo nos corre mal. Tudo. Eu sou o gajo mais azarado à face da terra. Que não haja dúvidas disso.
Mas este post serve apenas para mostrar que ainda tenho uma coisa simples que faz com que tudo valha a pena: esperança.
Casei-me há três anos com uma mulher que me completa. Não é perfeita, tem a sua quantidade impressionante de defeitos. Não conseguia viver uma única hora sem ela. E isso faz-me feliz. Faz-me lutar.
Tenho amigos longe e perto. Alguns que me telefonam a dizer parvoíces, outros que me dão aquilo que mais preciso. Não os mereço, mas eles não me largam. E agradeço-lhes muito isso. Faz-me feliz.
Tenho esperança que tudo mude. Que tudo se torne melhor. Rápido. Porque isto é o que se pode chamar um mês horribilis. Bem pior que os de sua alteza.
O blog continua a 10%. Ou menos. Vão passando por cá. Pode ser que um dia vos conte que tudo mudou.


A imagem é uma piada fraquinha, eu sei. mas acredito que nem todos lá vão.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Flatline

Por muito que pareça, este blog ainda não morreu. A ausência tem motivos simples demais para mim, complicados demais para a blogosfera.
Está naquela fase do episódio em que o nosso herói se vai abaixo e o médico começa aos gritos, de pás nas mãos: AFASTEM-SE! Sabemos que ele não pode morrer, mas o nível de tensão faz-nos sofrer demasiado.
E sabendo que ele não morre, a nossa vida faz sentido outra vez, mesmo sabendo que a qualquer altura a produtora pode cancelar a série por falta de audiências ou até que os actores se aborreçam de vez com o argumento lamechas.
Onde é que eu quero chegar com isto? A lado nenhum. Simplesmente vim aqui dizer ao público que teima em cá passar (e ao qual muito agradeço) que isto ainda não está acabado. Está apenas à espera do choque para arribar e recuperar o batimento cardíaco normal.
Posto isto, ausento-me. Por tempo indeterminado. Pode ser até amanhã, pode ser mais. Não interessa. Porque o Eskisito Rules vive sempre (mais ou menos como uma carraça, mas sem a parte do sangue, que isso faz confusão à minha querida mulher).

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ando com necessidades...

De tempos a tempos, apetece-me fazer uma espécie de avaliação da minha pessoa. Não da minha vida, mas de mim. Eu enquanto ser humano.
Sempre me identifiquei com os vilões das histórias. Não tenho paciência para pessoas boazinhas e essas coisas. Não simpatizo com causas e acabo sempre por achar algum defeito nas mesmas. Para causa humanitárias chego eu. Não tenho paciência para crises emocionais, depressões, manias e possessões. Para pessoa necessitada de psiquiatria chego eu. Não tenho paciência...pura e simplesmente.
E será que isso me torna má pessoa? Será que não tenho sentimentos? Errado. Segundo as pessoas que me conhecem, até tenho sentimentos a mais. A vida já me deu pancadas fortes na cabeças mas eu, teimoso como sou, continuo a acreditar no ser humano e nas suas coisas.
Irrita-me esta falha na definição do meu ser. Queria poder dizer simplesmente: sou uma má pessoa. Uma espécie de House nas suas deambulações médicas e humanas. Mas não o sou.
Também não sou boa pessoa. Não consigo deixar de pensar nisso.
Afinal? Instável sou de certeza. Todos somos. Humano? Não me chega como argumento para me caracterizar. Chato? De certeza...
Pode ser que daqui a uns anos tenha uma resposta. Pode até mesmo ser que isto não interesse para nada. Provavelmente...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Resumo da obra feita

Em 1997 inscrevi-me num curso. Em 2002 acabei-o. Tornei-me professor. Com um P minúsculo. Esperava arranjar colocação e começar a utilizar o que aprendera. 3 anos depois iniciei a minha actividade lectiva. a ensinar Inglês no 1.º ciclo, uma experiência do Ministério para calar algumas bocas e abrir muitas mais.
3 anos depois continua tudo na mesma. Continuo a ser um professor com P minúsculo, continuo nas AEC, continuo a perder tempo da minha vida com isto. Mal pago, sem planos para o futuro, com um sistema de educação cada vez pior. Irrita-me. Chateia-me. Perturba-me.
Mas nem tudo são espinhos neste mar de...espinhos. Tinha 3 escolas este ano. 7 turmas. 140 alunos. Um pesadelo logísitico de burocracia e pessoas pequenas irritantes. Apenas uma turma numa das escolas. Curiosamente, a escola onde me relacionei melhor com as professoras que a gerem. Desde uma coordenadora com uma tendência permanente para ter um AVC, a uma directora que é o que sempre se espera de uma directora. Calma, simpática, mas uma directora de palavras e acções. Se tudo correr bem, este ano foi o seu último. Um ano em que me conheceu, o que só por si, faz com que qualquer pessoa precise de reforma.
Esta escola e estas pessoas fazem-me pensar que afinal existe mesmo uma luz ao fundo do coiso. Que existe uma esperança para este sistema de ensino que nos atira aos lobos e se esquece de nos dar armas.
Para o ano, espera-me mais do mesmo. Mas este ano acreditei, por momentos, ser um professor com P maiúsculo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Na mouche

Reportagens na televisão e vários artigos nas revistas – vêm aí os exames do Básico e Secundário e os vários ‘psis’ (pedopsiquiatras, psicólogos, psicopedagogos, etc.) alertam as famílias para situações de stress e traumatismos vários. Por mim, fico sempre traumatizado com esta pobre gente, os profissionais da vitimização.
É o seu negócio, bem vistas as coisas. Agora são os exames; em Setembro, o regresso às aulas; em Dezembro, os presentes de Natal e as notas do primeiro período – em tudo haverá motivo para julgar que, à nossa volta, nascem e crescem crianças traumatizadas. Ora, a verdade é que tudo exige esforço, trabalho e sacrifício, mas os "pedagogos" preferem criar culpados e vítimas. Às vezes apetece chamá-los à razão. Mas não à estalada, que ficam traumatizados.
Francisco José Viegas

in: Correio da Manhã de 17/06/2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Para fechar com chave de ouro

Numa altura em que Portugal passa pelos seus piores momentos, num momento em que este blog destilou ódio e desgosto pelo país e pelas suas gentes, chega a altura de escrever sobre algo que sempre me agradou neste país: as suas terras.
Se o país se encontra como está é devido às suas gentes. Mas as terras que os nossos antepassados construiram são uma verdadeira homenagem à beleza e ao trabalho.

Já percorri este país de ponta a ponta e ainda não conheço metade dele. Já vi sítios com tal beleza que nenhumas palavras conseguiriam descrever a sua beleza e a forma como me senti ao observá-los. Desde o mosteiro da Batalha aqui tão perto, até Santa Luzia em Viana no meio do seu monte. Da Igreja da Penha em Portalegre e os seus nasceres do sol que tantas vezes me aqueceram o coração, ao maravilhoso Mosteiro dos Jerónimos, sinal de outros tempos de glória. De La Sallete em Oliveira até ao Aqueduto da Amoreira em Elvas, de Barcelos a Évora, de ponta a ponta, de lés a lés. Todo este país está cheio de beleza e de maravilhas. Todo este país está pleno de locais que me fazem pensar na sorte de viver num lugar tão belo.

O problema é que tenho de falar com os nativos, o que estraga um bocadinho o efeito.

Fica aqui a homenagem a todos os que resmungaram comigo por ser um traídor à Pátria, mas especialmente à Elvira que me conseguiu lembrar da única coisa que ainda gosto no meu país.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Teresa, a culpa disto tudo é tua...

Um pequeno vídeo...

...que mostra a nossa pequenina que faz hoje um aninho.

Obrigado Teresa, por me teres convencido!


segunda-feira, 9 de junho de 2008

O típico português

E como conclusão da minha trilogia de posts a dizerem mal de portugueses e de hábitos e manias parvas, coloco apenas duas fotos (deviam ser três, mas na terceira ou tirava a foto, ou sobrevivia, portanto até se percebe). Fotos de um senhor que tem uns hábitos particulares de estacionamento. Senhor que é familiar de um presidente. Senhor que é intocável na terra, indiferentemente daquilo que faz. Senhor que me asseguram ser uma daquelas reais bestas (reparem que não sou eu que afirmo isto, portanto, não me podem processar por difamação, eu sou apenas o mensageiro). E senhores como este não faltam em Portugal. Fazem o que querem, apenas porque são filhos ou pais de...
























Mas, a Elvira convenceu-me a escrever algo diferente...fica para o próximo.

sábado, 7 de junho de 2008

Regionalismo

E se a discussão sobre Portugal me irrita, o que dizer das discussões sobre as nossas terras natais? (obrigado Teresa...nunca me falhas)
Ora, um gajo passou a adolescência toda a dizer mal da terrinha, porque não tinha isto ou aquilo, porque as gentes eram assim ou assado, a desejar fugir dali com todas as forças do corpo e mais algumas. Conseguimos o nosso intuito, a terra onde estamos é mais isto e aquilo e as pessoas são assim e assado. Comentamos que somos de sítio tal.

Eu - Epá, dessa terra só vêm é coisas más (ou um desses provérbios que existem sobre todas as terras para se dizer mal dos seus habitantes, o que acaba por revelar bastante sobre a união dos portugueses...alusão clara ao post anterior)!

O outro, a outra, o grupo: O QUÊ!! Tu não digas mal da minha terra. Aquilo é do melhor e tal, come-se bem e as prostitutas são excelentes profissionais.

Eu - Mas, falta isto e aquilo.

O outro, a outra, o grupo: Mas temos o clube desportivo: O Minuim de Alcagoitas. E as associações culturais que organizam desfiles de moda com os senhores da terceira idade.

Eu - Não eras tu que no outro dia estavas a dizer mal desses desfiles?

O outro, a outra, o grupo: Mas...a minha é melhor que a tua.

Aqui concedo que estou a ficar assim. O povo diz mal da minha terra e eu até sou capaz de tentar argumentar que aquilo até está a ficar melhor e tal. Mas acabo por não me esforçar muito. A sério...para quê? Os portugueses têm sempre razão. O problema é que são muitos...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Patriotismo

Dentro das coisas que mais me irritam em Portugal, uma delas são os portugueses. Estou farto de passar pela mesma situação:

Eu - Que cara é essa?

O outro, a outra, o grupo - É a porra da vida. A gasolina está cara, mal tenho dinheiro para comer, tenho de andar a comprar roupa em segunda mão, o meu patrão anda a sodomizar-me...

Eu - Pois é, isto anda complicado...

O outro, a outra, o grupo - A culpa é desta política do deixa andar. Elegem políticos de treta, distraem-nos com o raio do Europeu...

Eu - Portugal é mesmo um país de cócó.

O outro, a outra, o grupo - O QUÊ??? Portugal é um grande país...(blá, blá, blá)...Camões...(blá, blá, blá)...os descobrimentos...(blá, blá, blá)...a prostituição...(blá, blá, blá)...(blá, blá, blá)...(blá, blá, blá)...(blá, blá, blá)

Lá está. Serei só eu o único não patriota neste país? Não tenho razões para ser patriota. Este país decepcionou-me desde que nasci. Logo, foi mesmo só o sítio onde nasci. Se tivesse nascido na Gronelândia era a mesma coisa. Portanto, que fique assente, deixem de ser parvos. Este país é mesmo um país de cocós.

domingo, 1 de junho de 2008

É mais ou menos como aquela comichãozinha nos coisos...


Vamos lá a ver uma coisa. Eu sou português. Porquê? Porque nasci em Portugal. É como aquela coisa de um gajo dizer que gostava de ter nascido numa família rica. Porquê? Porque nasceu numa que não o é. Confusos?
Ora bem. Eu quero descansar no fim-de-semana de uma semana a aturar putos. Sentar o meu real traseiro no sofá e ligar a televisão. Ver um daqueles filmes de pessegada ou de acção de treta, mas que me mantêm ocupadamente desocupado. Excepto se for este fim-de-semana.
Sei então que a selecção tem montes de fãs. Sei então o que comeram ao almoço, que beberam "refrescos" e pastéis de Belém (original) no Palácio de Belém. Sei que o Ronaldo tem mais uma namorada nova. Sei que ela dá-se a grandes ramboiadas. E que tem seios fartos.
Sei também que não tenho a menor pachorra para ver autocarros a andar, aviões a descolar ou a aterrar. Não tenho paciência para frases como: "Aqui na Suiça há muitas regras, mas os portugueses vieram cá para as quebrar.". Não estúpido. Aqui em Portugal é que não há regras. Cada qual faz o que quer. Aí vive-se a sério. E existe uma coisa chamada vida. Não há corrupção, políticos farjutos e tugas parvos. Pelo menos não havia.
3 televisões a passarem em simultâneo a aterragem de um avião da TAP. Se algum cair, será que acontece o mesmo?

sábado, 31 de maio de 2008

Uma noite no fimdomundo

Quem tem dinheiro vai ver a Amy Winehouse a fazer figuras em palco. Quem não tem dinheiro, combina um jantar com uns amigos e vai ver concertos à feira. Imaginem qual dos dois sou eu?
Ontem o Cruxe e a sua querida esposa vieram ao fimdomundo fazer-nos uma visita. Jantar informal, pôr a conversa em dia e essas coisas todas. Depois da janta, fomos para o campo da feira ver uma banda que o Cruxe conhece pessoalmente: os Hands on Approach.
Começo a pensar que sou eu que trago azar aos espectáculos que vou ver. Nilton: 20 espectadores. Hands on Approach: 30 ou 40 (talvez um pouco mais, mas isto tem de parecer convincente).
Conheço apenas duas ou três músicas da banda. E conheci umas quantas mais neste concerto. Não posso dizer que tenha ficado fã da sua sonoridade (embora duas ou três me tenham ficado no ouvido). Adorei as covers escolhidas e a história por trás da escolha.
Depois do concerto tivémos direito a um backstage pass. Nós e um cromo qualquer da terra que se colou a nós. Desde já digo que o encanto dos bastidores aqui no fimdomundo deixa muito a desejar. Onde estavam as jovens com os seios fartos a dar uvas aos cantores? Onde estavam os camarins cobertos de cetim branco e lantejoulas? Onde estavam as drogas e o sexo desenfreado com groupies? Decepção...
Fiquei surpreendido com a simpatia dos membros da banda. Não que tivesse uma imagem diferente (na realidade, não tinha imagem nenhuma). Mas mais simpáticos seria impossível. Estivémos a falar de concertos anteriores, dos filhos e da tristeza que é esta terra de fimdomundo. E prometi voltar a vê-los. Não pela música, mas pela simpatia.
Foi uma noite diferente e bastante agradável. Até a sobremesa defeituosa estava boa (desde já te digo Cruxe que não chegou ao jantar do dia a seguir). E tenho de mencionar a qualidade da comida do jantar, senão vou dormir no sofá. Sim querida, estava muito bom. E essas coisas todas...
Foto gentilmente cedida pelo Cruxe

terça-feira, 27 de maio de 2008

Lembraram-se de nós...

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação – FNE -, na sequência das decisões do 9º Congresso, realizado nos passados dias 10 e 11 de Maio, vê-se uma vez mais obrigada a denunciar publicamente o injusto nível de precariedade a que milhares de professores e educadores estão sujeitos no âmbito das actividades de enriquecimento curricular (AEC).
O actual Ministério da Educação não pode ter um discurso de exigência, rigor e de defesa da qualidade da educação e simultaneamente fechar os olhos à contratação abusiva e ilegal de prestação de serviços através de recibos verdes.
A FNE, para além do alerta e denúncia desta situação abusiva e lamentável, vai no primeiro secretariado nacional que se realiza depois do Congresso, no dia 26 de Maio, lançar a realização de uma iniciativa a nível nacional de combate a esta situação “ Não aos recibos verdes nas AEC´s”,onde exige que sejam eliminadas todas as situações de precariedade entre os docentes nomeadamente através de:
- Estabelecimento do direito a um contrato sem termo ao fim de três anos de contratação a termo;

- Eliminação do regime de recibo verde para os responsáveis pelo funcionamento das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC);

- Determinação de valores mínimos razoáveis para a remuneração dos responsáveis pelo funcionamento das AEC;

Porto, 20 de Maio de 2008

sábado, 24 de maio de 2008

Eurovisão e outras coisas...

Tenho aqui duas hipóteses na mão: ou escrevo um texto grande com insultos ou escrevo apenas umas frases politicamente correctas...hummmmm.
Mas que c****** de m**** de votações são estas, ó europeus filhos de uma p***? Uma m**** de um m******** com um c***** de um filha da p*** de um patinador e um c**** de um violinista? Mother Russia rules!
E a Grécia? Uma pita deslavada com ares de Britney a c**** frases feitas? Ou a Ucrânia e a sua Shitty Lady?
A sério, eu que nem sou minimamente destas m***** da Eurovisão fiquei mesmo f*****. Porque a nossa música lembrava Simone e Amália, num portento de voz vindo da Madeira, de seu nome Vânia Fernandes. Um orgulho de ser português (cada vez mais raro em mim), principalmente depois de ouvir as c****** de músicas de Espanha e outros que tal.
13.º lugar? M**** de emigrantes que estão espalhados por essa Europa. Só sabem vir para cá mostrar as vossas p***** gordas sentadas no c****** do Mercedes? Virem para cá falarem com uma m**** de um sotaque? P********* de m****. Pegar num telefone dá muito trabalho? Filhos de uma p*** obesa e desdentada.
Portugal é mesmo um país de m****, mas esta música e esta intérprete mereciam melhor.


Para quem sabe quem é a minha mulher, sabe o porquê de eu ter visto a Eurovisão.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A minha mulher é tão chata...

Chego a casa cansado de mais um dia de trabalho e o que é que ouço? Nunca mais escreveste nada para o blog. Grande novidade que ela me está a dar. Apesar da idade, ainda sei mais ou menos o que não faço (não me divorcio, não arranjo uma loira, não tenho se...).
Começo a escrever um texto sobre a falta de tempo. Começa a resmungar ao meu lado a dizer que sou um dramático, que escrevo sempre sobre a mesma coisa, que isto e aquilo e o outro (nesta parte liguei o modo de abanar a cabeça).
Apago tudo e começo de novo. Claro que ela me deu a melhor ideia possível para escrever um novo post. Dizer mal dela é uma arte que domino naturalmente. Ela lembra-me aquele anúncio parvo da EDP. Um gajo sabe que aquilo das voltas vai causar uma sensação de diarreia e vómito da qual não podemos escapar, mas temos sempre de olhar porque a música até é porreira e coisas. A minha mulher é mais ou menos fruto de uma qualquer ideia de publicitários que gostam de ser processados.
Bom, agora que já escrevi o post engraçado que ela queria (duvido que ela ache alguma piada, mas pronto, ela é que pediu), vou voltar à minha vidinha.
Se a ti te gusta, a mi me encanta.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Tugas e Tecnologias

Nos últimos dias andei ausente destas andanças. Mas a culpa não foi da falta de tempo, do meu cansaço ou de qualquer uma das minhas desculpas habituais. Foi mesmo devido ao facto de eu ser o gajo mais azarado do mundo.
Comprei um computador novo. O meu velho deu mesmo o pifo. O monitor parecia que ia ceder a qualquer momento. Por isso, decidi-me a fazê-lo.
Como o dinheiro não é coisa que abunde nesta casa, resolvi procurar um daqueles negócios da China que me fazem ter o triplo das dores de cabeça e coisas que tal. E descobri que a CHIP7 vende computadores que saem de stock a preços acessíveis. Excelente, pensei eu...
Mando vir um computador todo cheio de mariquices ao preço de quase dado. O negócio da minha vida. Três dias depois estou aos berros com os gajos da CHIP7. Não há em stock.
Oferecem-me um ainda mais cheio de mariquices para me calar pelo valor que paguei. Uma semana depois tenho o computador nas mãos. Bonito, prático e funciona (o que acaba por ser mesmo o mais importante).
Todo contente, ligo o Kanguru ao gajo e vai de dizer ao mundo que tenho um computador novo. Isso se o Kanguru funcionasse. Três dias depois estou aos berros com os gajos da Optimus. 15 dias para me arranjarem o modem e coisas dessas. Nem pensar nisso. Modem novo, mesmo problema. Mais berros. Solução? Tive de ser eu a arranjá-la. Gostava de trabalhar para a Optimus. Pelo menos sei que sou mais competente que eles.
Moral da história? Nem eu sei. Ah! Não comprem nada online à CHIP7 e se tiverem de reclamar alguma coisa à Optimus, reclamem 15 dias antes da coisa acontecer.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Minha Pátria é a Língua Portuguesa


MANIFESTO
EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO

(Ao abrigo do disposto nos Artigos n.os 52.º da Constituição da República Portuguesa, 247.º a 249.º do Regimento da Assembleia da República, 1.º n.º. 1, 2.º n.º 1, 4.º, 5.º, 6.º e seguintes da Lei que regula o exercício do Direito de Petição)

Ex.mo Senhor Presidente da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Primeiro-Ministro

1 – O uso oral e escrito da língua portuguesa degradou-se a um ponto de aviltamento inaceitável, porque fere irremediavelmente a nossa identidade multissecular e o riquíssimo legado civilizacional e histórico que recebemos e nos cumpre transmitir aos vindouros. Por culpa dos que a falam e escrevem, em particular os meios de comunicação social; mas ao Estado incumbem as maiores responsabilidades porque desagregou o sistema educacional, hoje sem qualidade, nomeadamente impondo programas da disciplina de Português nos graus básico e secundário sem valor científico nem pedagógico e desprezando o valor da História.
Se queremos um Portugal condigno no difícil mundo de hoje, impõe-se que para o seu desenvolvimento sob todos os aspectos se ponha termo a esta situação com a maior urgência e lucidez.

2 – A agravar esta situação, sob o falso pretexto pedagógico de que a simplificação e uniformização linguística favoreceriam o combate ao analfabetismo (o que é historicamente errado) e estreitariam os laços culturais (nada o demonstra), lançou-se o chamado Acordo Ortográfico, pretendendo impor uma reforma da maneira de escrever mal concebida, desconchavada, sem critério de rigor, e nas suas prescrições atentatória da essência da língua e do nosso modelo de cultura. Reforma não só desnecessária mas perniciosa e de custos financeiros não calculados. Quando o que se impunha era recompor essa herança e enriquecê-la, atendendo ao princípio da diversidade, um dos vectores da União Europeia.
Lamenta-se que as entidades que assim se arrogam autoridade para manipular a língua (sem que para tal gozem de legitimidade ou tenham competência) não tenham ponderado cuidadosamente os pareceres científicos e técnicos, como, por exemplo, o do Prof. Doutor Óscar Lopes, e avancem atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica. Não há uma instituição única que possa substituir-se a toda esta comunidade, e só ampla discussão pública poderia justificar a aprovação de orientações a sugerir aos povos de língua portuguesa.

3 – O Ministério da Educação, porque organiza os diferentes graus de ensino, adopta programas das matérias, forma os professores, não pode limitar-se a aceitar injunções sem legitimidade, baseadas em "acordos" mais do que contestáveis. Tem de assumir uma posição clara de respeito pelas correntes de pensamento que representam a continuidade de um património de tanto valor e para ele contribuam com o progresso da língua dentro dos padrões da lógica, da instrumentalidade e do bom gosto. Sem delongas deve repor o estudo da literatura portuguesa na sua dignidade formativa.
O Ministério da Cultura pode facilitar os encontros de escritores, linguistas, historiadores e outros criadores de cultura, e o trabalho de reflexão crítica e construtiva no sentido da maior eficácia instrumental e do aperfeiçoamento formal.

4 – O texto do chamado Acordo sofre de inúmeras imprecisões, erros e ambiguidades – não tem condições para servir de base a qualquer proposta normativa.
É inaceitável a supressão da acentuação, bem como das impropriamente chamadas consoantes "mudas" – muitas das quais se lêem ou têm valor etimológico indispensável à boa compreensão das palavras.
Não faz sentido o carácter facultativo que no texto do Acordo se prevê em numerosos casos, gerando-se a confusão.Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português, na grafia da língua portuguesa.
A transcrição de palavras de outras línguas e a sua eventual adaptação ao português devem fazer-se segundo as normas científicas internacionais (caso do árabe, por exemplo).
Recusamos deixar-nos enredar em jogos de interesses, que nada leva a crer de proveito para a língua portuguesa. Para o desenvolvimento civilizacional por que os nossos povos anseiam é imperativa a formação de ampla base cultural (e não apenas a erradicação do analfabetismo), solidamente assente na herança que nos coube e construída segundo as linhas mestras do pensamento científico e dos valores da cidadania.


Os signatários,
Ana Isabel Buescu
António Emiliano
António Lobo Xavier
Eduardo Lourenço
Helena Buescu
Jorge Morais Barbosa
José Pacheco Pereira
José da Silva Peneda
Laura Bulger
Luís Fagundes Duarte
Maria Alzira Seixo
Mário Cláudio
Miguel Veiga
Paulo Teixeira Pinto
Raul Miguel Rosado Fernandes
Vasco Graça Moura
Vítor Manuel Aguiar e Silva
Vitorino Barbosa de Magalhães Godinho
Zita Seabra

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O amor é...

Quanto menos tempo tenho para fazer alguma coisa que não seja trabalhar, mais valor dou às pequenas coisas da vida. O prazer de poder estar sentado num sofá nunca me pareceu tão grande como agora. Não estar agarrado ao carro (e eu até gosto de conduzir) é outro.
Chego a casa tarde, cansado e cheio de vontade de dormir. Sento-me com a esposa enquanto ela me faz miminhos e diz que me ama. Eu sei que é verdade, mas o meu cansaço é tanto que acabo por não lhe mostrar que a amo também.

Ontem pude passar o dia em casa. Aliás, parte do dia, visto que tive de dar formação de manhã. E pude estar com a minha amada, acariciá-la da forma que merece, mimá-la e dizer-lhe vezes sem conta que a amo. Porque ela merece. Porque sem ela eu já tinha desistido disto.

É o facto de saber que vou chegar a casa e que tenho o jantar feito, a casa arrumada, a roupa passada, tudo num brinco. É o facto de poder conversar com ela sobre o meu dia e saber que ela me apoia em tudo o que fiz e o que faço. É o facto de ainda ver naqueles olhos o mesmo amor que vi há dez anos atrás.

Por tudo isso, meu amor, resolvi dizer que te amo. Aqui para que o possas ver sempre que estiver fora de casa. Porque mereces.