Para quem não percebe nada das eleições presidenciais nos Estados Unidos da América (como eu), de certeza que o processo das primárias que decorre agora é um verdadeiro mar de dúvidas. Dois partidos decidem qual o melhor candidato numa pré-eleição. Tudo bem. Dois partidos? Não há mais? Quem decide?
Em relação aos dois partidos, isso é quase igual a Portugal. Eles têm mais, mas são todos liderados pelo Manuel Monteiro. Ou seja, não têm expressão política. Quem decide os candidatos fortes do partido são os delegados eleitos pelo povo. Uma forma de separar os Marques Mendes dos...(epá, não há um político em Portugal que aproveite? Não..., olha, fica em branco).
Acabaram agora (tipo há uns dias, mas isso não interessa) as primárias no estado de New Hampshire. No partido 1 ganhou a Sr.ª Hillary Clinton. No partido 2 o velhadas veterano John McCain (sou só eu que fico com vontade de comer batatas fritas sempre que ouço o nome deste senhor?).
No partido 2 a coisa está mais que decidida. É o Zé Ninguém contra o Rambo. John McCain (lá está, deu-me vontade outra vez) foi prisioneiro de guerra, senador, esteve contra o Bush Sr. e o Jr., ou seja, tem um currículo que lhe permite ganhar isto com uma perna às costas.
No partido 1 a coisa está negra (repararam na piada fabulosa, visto que um dos candidatos é negro? Não...falhados). Se de um lado temos a primeira mulher que tem chances de ser presidente, do outro temos o primeiro negro com chances de ser presidente. Barrack Obama (não, não fez parte do A-Team) tem o perfil correcto para ser o próximo presidente. Charmoso, elegante e, está contra o Bush Jr.
Nesta parte desta análise cuidada das primárias dos EUA já vocês se perguntam: O que raio é que eu tenho a ver com isso? Não me basta já ter que aturar os políticos portugueses?
São excelentes perguntas que responderei mais tarde, mas agora tenho de me despachar.
O que me levou a escrever tudo isto foi uma única frase, que ouvi de um dos partidários da Hillary Clinton, após a sua vitória em New Hampshire:
- "New Hampshire é um estado branco, temente a Deus...não admira que Hillary tenha ganho..."
Sendo assim, tenho a concluir que os americanos evoluíram no seu pensamento.
Como assim, perguntam vocês? Porque isto não foi um comentário de forma nenhuma racista ou saído da mente de uma daquelas pessoas que vestem de branco com um lençol a tapar-lhes a cabeça em forma de cone. Foi sim um pensamento dedutivo-lógico nunca antes visto na América: se Deus afirma que o lugar da mulher é em casa, nada melhor do que pôr Hillary na Casa Branca. E, se a Casa se chama Branca, não podemos lá pôr o Obama.
Estes americanos são mesmo do melhor.