sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Definição de simples


Depois de um mês a ensinar isto todos os dias e a certificar-me que eles sabem isto, se isto não for um exercício simples, eu mudo-me de profissão.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

As crianças, a inocência…a estupidez.

Enquanto educador das jovens mentes nacionais, tenho a mais pura consciência de que este país está condenado a acabar mais cedo do que esperamos. As crianças estão cada vez mais limitadas a um pensamento de “alguém há-de fazer por mim”.
Exemplo: “Turma, resolvam este exercício (que até é bastante simples) na página x.” Um silêncio aterrador fez-se na sala, o que é ate bastante estranho. “Perceberam o exercício?” Uma voz tímida faz-se ouvir: “Não”
Penso eu, se calhar sou eu que estou a exigir demais dos miúdos, afinal o exercício não é assim tão simples como isso, se calhar até vou explicar o exercício para que eles o resolvam sem dificuldade.
“Ora, então fazem isto e isto, desta forma específica, e depois de fazerem isto, já podem ligar isto a isto e já está” E o silêncio mantém-se. “Perceberam?”
Como é óbvio, a voz tímida fez-se ouvir novamente. E a minha paciência ficou no seu limite. Como bom educador que sou, resolvi explicar de uma forma diferente o exercício. “Ora…”
Enquanto explicava pela segunda vez o exercício, duas ou três vozes ouviram-se “Done”. Se alguém conseguiu é porque me expliquei bem, pensei eu. E a paciência foi de vez.
Como é que é possível que num exercício simples apenas dois alunos o percebam à primeira? Fiz então o teste com todas as turmas. Expliquei o exercício da mesma maneira. E uma das turmas que tenho percebeu tudo à primeira. Nas outras apenas um ou dois alunos. O que prova que o erro claramente não é meu.
Estão tão habituados a um ensino de treta, em que o papel deles é que é importante, em que aprenderem uma letra ou um número é uma conquista tão grande como chegar à Lua, para depois serem aplicadas lentamente ao longo de quatro anos na estupidificação do aluno.
Tenho uma aluna num 4.º ano a fazer currículo de 1.º. Como é que esperam que ela aprenda alguma coisa?
Tenho mesmo uma muita má esperança para estes miúdos…e para nós que iremos depender deles.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Prato do Dia

Hoje o prato do dia é Peixe Cru a precisar de Psicanálise


Para ler aqui.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ah pois é…

O pessoal já anda todo a dizer que eu não quero saber disto, que já não escrevo no blog, que sou um mau escrevinhador e tal…ninguém considerou que eu sou um homem (leia-se ser humano) e que tenho uma tendência para sofrer como todos os seres humanos.
Como diz a minha esposa, eu, de vez em quando, saco do catálogo e tiro uma doença, só para a chatear. Como ela me moeu muito na última semana, do catálogo saíram para este fim de semana, não uma, não duas, mas sim três doenças para ela se moer a tratar de mim (como se isso acontecesse, mas pronto).
Número 1: a minha constipação de estimação. Aliás a terceira constipação consecutiva que tenho este mês. O raio dos miúdos aparecem na escola com os narizes cheios de ranho, a tossir os pulmões para cima de uma gajo. Depois admiram-se que me acusem de ser mau professor porque afasto os putos de mim com um chapéu-de-chuva.
Número 2: Conjuntivite. Também causada pelos meus meninos. Nunca tinha tido uma treta destas na minha vida. Claro que agora tive logo nos dois olhos. O que causou um fim-de-semana em que não conseguia focar nada, em que nem a televisão conseguia ver sem que os olhos começassem a chorar que nem uma menina pequena que acabou de descobrir que não vai ser a Barbie quando crescer.
Número 3: o meu velho ferimento de guerra, a dor na omoplata direita, provocada inicialmente pela falta de jeito dos condutores dos Transportes Urbanos de Portalegre, e agora provocada pela tosse e pelo facto do meu automóvel se ter tornado no meu apêndice novo durante toda a semana.
Neste momento já consigo focar, a tosse acalmou e um fim-de-semana no sofá conseguiu acalmar-me a dor nas costas. Ainda bem que amanhã vou voltar para o meio dos vírus…perdão, para o meio dos meus alunos.
E eu que nunca tive varicela…

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A pedido da esposa...

Querido Pai Natal:

(acho mesmo que esta história de chamar querido a um gajo vestido de vermelho com ar de avô cantigas...pois)

Eu, este ano, até me portei bem. Isto se estiver a ser avaliado pelos 10 mandamentos. Se for pelos 7 pecados mortais, podes já amachucar a folha.
Por isso gostava de pedir umas coisas…pequeninas. Gostava que me desses uma maravilhosa conta bancária. Uma coisa para aí a rondar os milhões, para que eu nunca mais tivesse que ver um miúdo que não fosse meu filho à frente.
Espera aí…eu acho mesmo que isso é a única coisa que me faz falta. Se tivesse dinheiro não me moía com mais nada, visto que tenho tudo o resto.
Ah, e uma moca de Rio Maior para dar uma carga de porrada na minha mulher devido aos seus desejos lascivos pelo Sawyer.

Como acho que acabar esta carta com beijinhos seria um pouco a dar para o estranho, gramas com o abraço e poupa.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

E o prémio vai para...


OK, a escolha da foto não foi tão aleatória como isso (aliás nunca é). E, duas pessoas acertaram na resposta.
A primeira foi a Dina. Porque acertou no filme que tornou o carro popular:
Christine, o Carro Assassino

Agora, quem me deixou de boca totalmente aberta foi mesmo a Rita. Porque acertou no modelo exacto e no ano de produção (coisa que nem eu sabia e que tive de andar à procura na net).
Sim, o carro é mesmo um Plymouth Fury de 1958.

A estas duas grandes senhoras da blogosfera os meus parabéns. (prémio...qual prémio...eu não me lembro de ter falado em prémios...hehehe)


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Faróis

Não, não me estou a referir aquela parte do corpo feminino de forma mais ou menos graçolas. Quero mesmo falar de faróis, daqueles dos carros.
Quando eu tirei a carta, ensinaram-me montes de coisas sobre faróis. E como tinha mesmo de memorizar aquilo tudo sob pena de perder mais um pipa de massa devido a um chumbo, decorei de forma competente toda e qualquer regra sobre os mesmos. Claro que a idade pesa e o espaço ocupado com este género de informações serve agora para outras coisas.
Mas, de vez em quando, tenho umas reminiscências sobre o tema. Por exemplo, quando ligamos os faróis de nevoeiro é porque está a acontecer o quê? Deixem-me adivinhar…NEVOEIRO! Não é porque está a chover, não é porque é cool ter mais uns faróis ligados, não é porque estão parvos e não sabem fazer nada que se aproveite e resolvem chatear um gajo uma viagem inteira com o raio dos faróis a baterem-lhe no espelho retrovisor. Eles chamam-se faróis de nevoeiro por algum motivo.
Já agora, outra coisa que me aflige…o raio dos mínimos não são apenas para usar quando o carro está parado? Porque o pessoal parece que se convenceu que é para usar quando está a amanhecer ou anoitecer, ou então com más condições atmosféricas (tipo NEVOEIRO).
Posso estar enganado…mas não me parece.

Passatempo: Qual o carro retratado na imagem deste post?

Ao almoço...

Um pratozinho de Peixe Cru temperado com umas pitadas de Altruísmo

A não perder...aqui.

domingo, 18 de novembro de 2007

Eu sabia

Esqueci-me...pois foi. A Maria Cunha tinha-me desafiado para os três filmes relacionados...desculpa amiga.
Não foi fácil a escolha, mas acabei por escolher os seguintes:
- Amor cão+21 gramas+Babel
ou
- Pollock+Picasso+Shine
ou
- Big Fish+Moulin Rouge+Amelie
ou...ou..ou...
Escolham...


sábado, 17 de novembro de 2007

O post atrasado

De vez em quando, lembro-me de algo que me esqueci de fazer. Das vezes em que me esqueço de levar o lixo à rua (que os gatos adoram que aconteça e têm aquele hábito irritante de romper o saco e transformar a minha casa numa lixeira, mas isso agora não vem ao caso), das vezes em que devia estar calado sobre determinada situação (porque a minha querida esposa já me tinha avisado umas quantas vezes para não mencionar nada, mas eu esqueço-me e digo o que não devia e depois são mais umas quantas semanas sem sexo)…
E claro, do facto de eu me esquecer de agradecer os prémios que me oferecem por ser tão bom…e desta vez esqueci-me de agradecer à Azul e à Thunderlady os prémios “Blog que vale a pena conferir” e “Blog escrito com amor”. Ora, convenhamos, um blog escrito com amor (o que não deixa de ser estranho, visto que eu uso o Word) tem de ser um blog que valha a pena conferir (nem que seja só pelas fotos de gajas nuas que eu aqui meto)…(o quê?...eu nunca meti aqui uma foto de uma gaja nua?...).
Devo então proceder ao acto de nomear pessoal. Embora acredite que vá contra as regras destes prémios, acho que qualquer blog é escrito com amor (e ódio, e inveja, e vaidade…e tal). Por isso, esta é mais uma daquelas nomeações colectivas (que incluem a Teresa e a Diabba…hehehe).
No “Blog que vale a pena conferir” (parece que estamos a falar de um balanço de contas), vou fazer o inverso. Estou farto de fazer publicidade aos blogs que estão aqui afixados de lado. Por isso, e visto ser um dos padrinhos da coisa (honorário…e devido em grande parte ao facto de ser casado com quem sou), nomeio exclusivamente para este prémio o recém-criado blog: “Dualidades”. Porque vale mesmo a pena conferir este blog, porque é bem escrito, porque é um projecto novo, porque sim.
Acho que não me estou a esquecer de nada. Ah! Falta responder ao desafio da página 161 proposto pelo Nélio do Und3rblog. Cá está: “BENKO móvel p/TV €99.90 Chapa de bétula e bétula maciça c/ verniz incolor.” Retirado do catálogo do IKEA de 2007. Como sei que isto já rodou várias vezes a blogosfera, não vou nomear ninguém sob pena de receber mais insultos que o habitual.
Acho que foi desta. Digo eu…

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Mas será que sou só mesmo eu?

Depois de um tão pesado texto (mas sentido e real), nada melhor para desanuviar a cabeça do que um texto a dizer mal dos velhinhos que pululam no meu caminho diário. Sim, porque alguém tem de fazer alguma coisa contra esta praga que me assola diariamente.
Vejamos…começo o dia a montar-me no meu bólide, abro o vidro porque o carro está quente (estamos em Novembro e tal) e ligo o meu rádio de onde soa a minha banda sonora de viagem (este tema dava um post só por si). Arranco ainda com um sorriso nos lábios. E de repente…PUMBA! Ainda a fazer marcha-atrás aparece-me do nada uma velhinha com um sorriso macabro a arrastar o seu troley de compras (daqueles que deixaram de ser produzidos em 1962) como se de um cadáver se tratasse. Travo a fundo e a velhinha continua a sua marcha sem sequer olhar para o carro. Claramente quem está ali a mais sou eu.
Começa então a gincana. Desviar-me da velha que está na estrada ao lado de um passeio vazio, desviar-me ao velho na bicicleta que pensa ser um camião TIR e que ocupa a estrada a meio enquanto anda aos S’s, ultrapassar os mata-velhos pondo em risco a minha vida porque os mesmos ocupam duas faixas, desviar-me do velho maluco que atravessou o carro no meio da estrada para ver no boletim do cemitério quem morreu naquele dia…
A sério, alguém podia mesmo acabar com isto. Estou totalmente treinado para me desviar a coelhinhos e tal, mas os velhinhos são do pior possível na estrada. Pois proponho aqui que se criem estradas próprias só para velhinhos, onde eles possam ocupar as faixas todas que querem sem se atravessarem em frente a pessoas que efectivamente têm objectivos na vida.
Quando finalmente me apanho em estrada aberta sinto-me seguro. Ao menos aqui estou rodeado de pessoal que não sabe o que travar, ultrapassam à maluca e se atravessam à tua frente nas curvas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Provavelmente o maior post que alguma vez escreverei (ou a verdade sobre as AEC)

Casualmente, como em todas as coisas que surgem na nossa vida, deparei-me com um post num blog que falava sobre a vergonha que se passa com os professores das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Como parte do pacote, identifiquei-me com o que ali era dito. Mas, acho que faltavam ainda alguns detalhes sobre a realidade das mesmas.
Comecemos então pelo início, pois o texto vai ser longo.
Supostamente, as AEC deveriam iniciar com o início das aulas regulares. No primeiro dia de aulas os alunos deveriam ser acolhidos por uma realidade composta por aulas regulares e AEC. Mas, em muitas autarquias as AEC arrancam tarde. No caso de outras, extremamente tarde. Sei de uma escola que este ano que arrancou 1 mês e meio depois do início das aulas. E devem existir mais casos.
Depois, assume-se que todos os professores contratados são efectivamente profissionais competentes. Errado. Animadores, 12.º anos com Cursos Profissionais, Designers, Educadores Sociais entre outros. E claro, os pobres como eu que efectivamente são professores, que entram também nesta categoria.
Ora, se existem 40000 professores no desemprego, porque é que não existem só professores a leccionar as AEC? A resposta é a mais simples de todas. O que é pago, as condições de trabalho e os horários atribuídos. Vamos por partes.
As AEC exigem recibos verdes. Recibos verdes significam precariedade e nenhuma regalia social. Aliás, significam mesmo que as regalias se tornam em pesadelos. Porque a Segurança Social é paga pelo próprio, porque o estado entende que um professor a recibos verdes é um profissional por conta própria (mesmo quando é o estado o seu principal e único empregador na sua área).
Para além dos recibos verdes, temos a questão do pagamento. O pagamento é feito por hora. Desde os míseros 4 euros por hora até aos 17 euros. Não existe nenhuma obrigação estatal para que se pague um valor certo (embora o Ministério tenha aventado entre os 10 e os 12, sem nunca ter feito pressão nesse sentido). Considerando que as AEC são pagas por aluno, cada turma vale muito dinheiro. Mas, ao que parece numa conta rápida, muito dele nunca chega a quem verdadeiramente trabalha nas escolas. Onde fica este dinheiro? Em empresas privadas que viram nestas actividades uma boa maneira de ganhar dinheiro, em autarquias gananciosas…escolham o alvo.
Por último, a questão dos horários. Existem horários que vão desde as 6 horas até às 24 horas. Se somos pagos à hora, os horários decidem o quanto ganhamos por mês. E um baixo horário significa um baixo salário.
Consideremos então o seguinte. Um professor a recibos verdes que trabalhe 3 horas por dia, 15 por semana, a 8 euros por hora poderá, num mês de 21 dias úteis, ganhar 504 euros. Pagamos a Segurança Social (50 euros) e ficamos com 454 euros de salário. Mas, o problema são os feriados, as greves, os meses sem 21 dias úteis e os meses de férias. Em Dezembro trabalhamos 10 dias. Recebemos 240 euros. Pagamos a Segurança Social. 190 euros.
Isto claro sem contar com aqueles que têm de se mover de carro para as inúmeras escolas onde leccionam (chegam a ser uma diferente por turma). E muitos não ganham para as deslocações ou recebem 30% das mesmas no melhor dos casos. Existem também professores que ganham Subsídios de Alimentação (30%) e Subsídio de Assiduidade (1 euro por aula, desde que não se falte a uma única aula por período).
Chegamos ao mês de Julho. E são três meses que não recebemos. Não temos direito a Subsídio de Desemprego. E procuramos os piores trabalhos possíveis para sobreviver.
Então, porque raio é que nos metemos nisto? Temos sempre o tempo de serviço para efeitos de concurso. Pois…
Eu dei no ano anterior 10 meses de aulas. Uma média de 50 aulas por mês. O problema é que como são aulas de 45 minutos, não estamos a falar de horas mas sim de uma larga equação a ser feita. Em 10 meses de aulas, a trabalhar todos os dias, fico com cerca de 75 dias de serviço. Isto sem contar com os exames que o Ministério está a propor que podem acabar com todo o meu esforço de 3 anos nas AEC.
A culpa de tudo isto não é de quem lecciona as AEC, das empresas que ganham dinheiro com isto, das autarquias, das escolas, dos agrupamentos, do povo. A culpa é do Ministério da Educação. Porque na sua senda de mostrar trabalho entregou o ensino aos bichos. Em vez de promover concursos para professores, entrega a responsabilidade às autarquias. Em vez de se certificar que os mesmos profissionais que formou têm condições de trabalho, fecha os olhos a todas as injustiças. Em vez de se certificar que isto é feito para o benefício dos alunos, larga-nos médias e estatísticas em cima. E tudo falha, tudo se afunda…
Para que a verdade seja reposta escrevo este texto. E peço a todos os que o lerem que o divulguem. Para que tudo mude. Porque são os vossos filhos que mais sofrem com tudo isto.

Fascistas…quem?

Define o dicionário da Porto Editora que o fascismo "é um sistema instituído por Mussolini (1883-1945), em Itália, caracterizado pela defesa de um nacionalismo exacerbado e pelo exercício de um poder centralizado e ditatorial baseado na repressão de qualquer forma de oposição". Depreende-se então que um fascista seja alguém que segue ou concorda com este sistema político.
Quando no dia 25 de Abril se acabou com um regime fascista em Portugal gritou-se liberdade. E perseguiram-se os fascistas que tanto prejudicaram essa mesma liberdade. Em 1974.
No corrente ano do senhor de 2007 ainda se perseguem fascistas. Afinal a liberdade de Abril não é assim tão ampla como quis parecer nessa altura. Perseguem-se aqueles que acreditam que em pleno regime fascista viveram melhor. Será que afinal eles não têm direito a pensar assim? Será que afinal não é um direito o livre pensamento, mesmo que esse seja contra o sistema actual?
Sei que estão a pensar: “E então os skins e essa trampa toda que andam por aí com as suásticas e tal?” Reparem que a liberdade deixa de ser respeitada quando se infringem regras e leis. E esses senhores têm uma tendência impressionante para as infringir.
Eu estou a falar da simples auxiliar de uma das escolas onde eu lecciono que me disse que os alunos tinham partido uma janela, que ia pedir a reforma antecipada, que já não estava para aquilo. Vociferando a plenos pulmões para quem a quisesse ouvir. Mas, a certa altura do seu discurso de emancipação, baixa o tom de voz ao mínimo aceitável e diz-me entre dentes: “o que faz falta é um Salazar”. Podemos gritar impropérios, mas não podemos mencionar o nome do Salazar? Podemos dizer que tudo está mal, mas não podemos apontar o dedo a um Governo que inspira terror? Podemos dizer que vivemos em Liberdade, mas baixamos o tom de voz a falar do que realmente acreditamos?
Que raio de liberdade é esta?

Mais uma refeição...nada leve

Hoje larguei a revolta aqui...


Passem por lá e digam coisas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Talvez um dia…

Perco-me em pensamentos muitas vezes ao longo do dia. São esses mesmos pensamentos que gosto de partilhar aqui no blog. Situações que vivo e passo diariamente, coisas que vejo nas notícias e em jornais.
Como agora ando sem tempo para nada (e paciência), muitas dessas ideias acabam por ficar em sítio nenhum. E isso irrita-me.
Hoje pensei em não sei quantos temas poderosos para escrever aqui. E foram-se todos quando me sentei e olhei para o branco do écran. Zero. Nada.
Será que é do cansaço? Será que a velhice finalmente me está a causar danos? Será que afinal todas aquelas drogas que tomei na adolescência me comeram o cérebro de vez? Será que me está a chegar a andropausa?
Pois, não sei. Sei apenas que gostava de chegar aqui e deixar-vos mais um dos meus textos cáusticos, que provocasse a vossa ira. Mas, o branco assusta-me.

domingo, 4 de novembro de 2007

Campanhas de treta…

Há uns anos apareceu pela primeira uma campanha em que a Swatch vendia uns relógios para ajudar uma instituição a construir uma casa. O relógio era giro, tinha uns ursos e tal, e eu achei que era uma excelente prenda para a minha esposa. Um verdadeiro dois em um: uma prenda catita e ajudar uns coitadinhos quaisquer.
Chego à bela da ourivesaria (sim, onde é que já se ouviu falar em lojas só a vender relógios…modernices) e pergunto à funcionária se tem o Swatch tal e tal, ao que ela me diz que sim, ao que eu pergunto o preço. Ela diz-me “um balúrdio de dinheiro”. Eu cheio de boa vontade (e aparentemente dinheiro na altura) disse-lhe “então traga lá isso”. Quando a embalagem chegou ao pé de mim, reparo no autocolante a dizer que contribuíam com menos de 10% do valor do relógio para a instituição. Hãããã? Pera lá! Então afinal o que a Swatch quer é ganhar dinheiro com esta conversa. Ajudar os outros o tanas. Se quisesse mesmo ajudar dava 100% das vendas aos gajos. Ou então retirava só o preço de custo do relógio. Não dava menos de 10%. Recusei-me a comprar o relógio (e provavelmente neguei-me uma belíssima noite de amor carnal).
Ora, estava eu ontem a ver a Operação Triunfo (a minha mulher obriga-me) e aparece o Sr. Jorge “Faço tudo e mais alguma coisa” Gabriel a anunciar uma campanha muito gira da Modalfa, onde compramos um cachecol por 5 euros e contribuímos com 2 euros para uma campanha qualquer de fazer a música nos hospitais e tal, porque agora é giro cantar para o pessoal acamado (havia de um desses filhos de um bovino feminino vir com cantigas para a beira do meu leito a ver a bela da arrastadeira a cair-lhe em cima). 2 euros?? Então, um cachecol custa 3 euros na fábrica??? Ou será que a Modalfa agradece a publicidade gratuita e ainda quer ganhar dinheiro com isso?
A sério que não compreendo o pessoal que compra estas tretas…

sábado, 3 de novembro de 2007

E se de repente...parte 2

E se de repente descobrisses que as pessoas não sabem brincar? Pois é...apesar da vossa colaboração em massa, um dos pioneiros no insulto mandou-me hoje um mail a explicar a realidade nua e crua: ela não sabe brincar e desatou a apagar as mensagens de amor que lhe íamos lá deixando...
Chateia-me que não haja provas circunstanciais do que se passou, mas para ela as apagar é porque a irritámos, e isso deixa-me bastante feliz. Mesmo.

Por isso pessoal, o meu grandioso obrigado pelo vosso mau feitio e pela vossa solidariedade.

Sinto-me semi-vingado. O resto ainda depende de mim....MUAHAHAHAHAHAAH!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

E se de um momento para o outro tu descobrisses algo muito bom que pudesse ser utilizado para a vingança que tanto ambicionas?

Vamos imaginar uma situação hipotética…imaginemos que existe uma possibilidade de uma promoção para uma posição bem paga e que gera pouco problemas a nível de trabalho. Vamos imaginar uma posição que pode perfeitamente ser ocupada por mim. Era mesmo bom, não era?
Vamos agora imaginar que perdi essa promoção. E, pior ainda, perdi essa promoção para a minha arqui-inimiga. Uma das pessoas mais mal formadas, estúpidas, ignorantes, mentecaptas e feias que já conheci na minha vida. Que passa por professora, quando nem sequer sabe escrever Inglês, que dá erros de morte e que, não sei se já mencionei, é feia que nem cornos.
O pior é que isto aconteceu porque eu não sei o que é graxa…nem silêncio. Tenho uma tendência impressionante para dizer aquilo que sinto e não gosto de andar de joelhos a beijar traseiros. Esta senhora, ao que parece, deve fazê-lo muito bem.
Dois anos volvidos sobre esta situação, estava eu inocentemente a dizer mal dela num café com uns colegas meus quando alguém me diz “mas ela tem um blog”. “AI SIM????” respondi eu com uma lagrimazinha a cair-me no canto do olho.
E um plano maquiavélico gerou-se na minha mente…

A conclusão deste post será enviada por mail para todos os interessados.