De tempos a tempos, apetece-me fazer uma espécie de avaliação da minha pessoa. Não da minha vida, mas de mim. Eu enquanto ser humano.
Sempre me identifiquei com os vilões das histórias. Não tenho paciência para pessoas boazinhas e essas coisas. Não simpatizo com causas e acabo sempre por achar algum defeito nas mesmas. Para causa humanitárias chego eu. Não tenho paciência para crises emocionais, depressões, manias e possessões. Para pessoa necessitada de psiquiatria chego eu. Não tenho paciência...pura e simplesmente.
E será que isso me torna má pessoa? Será que não tenho sentimentos? Errado. Segundo as pessoas que me conhecem, até tenho sentimentos a mais. A vida já me deu pancadas fortes na cabeças mas eu, teimoso como sou, continuo a acreditar no ser humano e nas suas coisas.
Irrita-me esta falha na definição do meu ser. Queria poder dizer simplesmente: sou uma má pessoa. Uma espécie de House nas suas deambulações médicas e humanas. Mas não o sou.
Também não sou boa pessoa. Não consigo deixar de pensar nisso.
Afinal? Instável sou de certeza. Todos somos. Humano? Não me chega como argumento para me caracterizar. Chato? De certeza...
Pode ser que daqui a uns anos tenha uma resposta. Pode até mesmo ser que isto não interesse para nada. Provavelmente...