domingo, 9 de março de 2008

A sério que não queria falar nisto

Houve uma altura em que este blog se transformou numa mixórdia de sentimentos e queixas e vários dos meus leitores queixaram-se que isto estava uma lamechice pegada. E eu decidi deixar-me disso e começar a abordar só temas que nos fazem sonhar e essas coisas das Chiquititas.
Pois bem, hoje não vou falar de flores, família, amor e outros temas idiotas que fazem com que os leitores pensem que sou uma boa pessoa. Hoje vou dizer mal de um governo que me tocou no mais vivo dos meus ódios de estimação: a estupidez.
Como é que é possível que 100000 pessoas, dois terços do total da classe, 1% dos habitantes deste país não provoquem uma alteração no Governo? Como é que é possível que este Governo e este Primeiro Ministro sejam tão estúpidos ao ponto de não ouvirem o que se gritou na rua? Como é que é possível ouvir frases como “não interessa a voz dos números interessa a voz da razão” ou “isto é uma democracia e o povo elegeu este governo em democracia”?
Meu caro José Sócrates, eu não sou estúpido. E sei bem ver qual é a diferença entre uma democracia funcional e uma democracia ditatorial. Na primeira é dada voz ao povo, mesmo após as eleições. Na segunda, ilude-se o povo sobre o estado de ditadura em que se vive dizendo frases idiotas como as anteriormente citadas.
Os professores saíram à rua. Disseram o que toda a classe sente. Só mesmo alguém muito egoísta, arrogante e convencido faria ouvidos moucos a isso.
“Um sábio muda de opinião, um tolo nunca o fará.” Somos liderados pelo maior tolo de sempre.

10 comentários:

Celeste disse...

Eu conheço o ditado "Só os burros é que não mudam."

Se calhar não é tolo, é só burro. Muito...

Mas foi bonito ver uma classe tão geralmente dividada unida por uma causa comum. Parabéns a vocês!

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...

Beiji**

Cruxe disse...

Acho que isto só lá ia com um golpe de estado :)

Agora há uma coisa que eu ainda não entendi. Afinal os professores não concordam com o quê e porquê? É que, por algumas entrevistas que eu ouvi, acho que existem muitos dos tais 100 mil professores que estiveram presentes a dizer que não concordam, mas não sabem lá muito bem porque é que não concordam.

Por isso, se puderes fazer o favor de esclarecer o porquê destas alterações estarem erradas e como é que seriam as medidas correctas, eu, na minha humilde ignorância acerca da questão, agradeço.

Saltapocinhas disse...

faço minhas as tuas palavras!!

Teresa, aquela que sabes... disse...

Concordo e discordo...

Acho que quem não deve não teme, e a avaliação pode ser uma coisa boa, agora que grandes e inesquecíveis professores como os que tive parecem ser coisa do passado...

Não é o teu caso, não é o da Maria... mas eu vejo diariamente cada nódoa! Tivesse eu filhos, e garanto-te que não os queria nas unhas de certos professores que agora por aí abundam.

Eskisito disse...

Cruxe e Teresa (o verdadeiro 2 em 1):
Em todas as manisfestações existem sempre os que servem apenas para engrossar o número. E isso também me irrita. Solenemente.
Em todas as classes existem maus profissionais. Esta não é excepção. Mas existem formas certas de proceder a uma avaliação dos mesmos. E esse é um dos motivos da revolta. Não se pode impor uma avaliação de um dia para outro. Tem de ser feita com calma e sem efeitos negativos numa primeira fase para que possa existir preparação. E o facto de se avaliarem recém-licenciados através de prova escrita é redutor, quer para os professores, quer para as escolas que os formaram.
Outro dos motivos de revolta é a Gestão Escolar. Em poucas palavras, pretende-se que as escolas se tornem empresas, administradas por gestores e empresas. Incluir os pais nisto é também um erro enorme. Porque, tal como disse no início, existem maus profissionais em todas as classes. E os pais estão no topo da minha lista.
Por último, pelo menos para mim, a questão da progressão na carreira através de classificações cingidas por quotas. Ora, eu posso ser excelente, mas fico-me pelo bom porque a quota já está preenchida. Ninguém no seu perfeito juízo poderia compactuar com isto.
Espero que tenham ficado esclarecidos em relação a qualquer dúvida que tenham. Mas continuo disponível para esclarecimentos.
Um abraço para o Cruxe e beijos para a Teresa.

Nuno da Alice disse...

Tolo? Filho da puta, diz antes, que os tolinhos fazem coisinhas sem nexo e os filhos da puta fodem a malta!

caditonuno disse...

Ó tu! Está aí alguém? Passa lá por minha casa que tens um desafio pra esta semana! Coisa simples, nao te preocupes.

Se vieres com tempo avisa que eu faço um lanche, ok?

Azula disse...

Sim, eu não lhe chamaria tolo.
e , tal como no post anterior, assino cada palavra por baixo.
Vergonhoso, foi o que foi.
É o que é...

Formiguinha disse...

Mestre, grande mestre!!!

Que tristeza ouvir um apaixonado pela educação falar (ou escrever)com tanta mago e tristeza sobre sobre a mesma!!!!

Bêjos

Lisa's mau feitio disse...

Mestre!!!

Eu tenho para mim que eles, os grandes do sistema, padecem do problema de saúde que eu tenho: não conseguem ouvir muita gente a falar ao mesmo tempo. Ficam nervosos. Precisam de se isolar.
É por isso que eles não compreendem a "mensagem"!!!

(Estou a brincar, claro)

As quotas... Essa é a pior de todas. Porque o resto até se levava benzinho...
Como sabes eu estou já "afectiva", como diz o povo. E apesar de ser no ensino privado, a luta é a mesma. Estamos com todos vocês porque connosco já tem vindo a doer há uns tempos... A acrescentar os incompreensíveis 100 e tal € que recebo a menos em relação a um professor com o mesmo tempo de serviço, no ensino público.
Ok... Diz a ministra que quem nos paga é a entidade patronal. Certo. Problema da entidade patronal. Das minhas freiras portanto.
O que a ministra se esquece (esta e outros doutros tempos) é que quem paga são elas, mas livremo-nos nós de não cumprir uma única regra das que ela dita.
Mas o privado não é para aqui chamado. Excepto no número de colegas que lá foram também, por vocês, porque o hoje na educação é o NOSSO.
O barco é o mesmo :)

Beijitos, Mestre!!

Lisa