sábado, 31 de maio de 2008

Uma noite no fimdomundo

Quem tem dinheiro vai ver a Amy Winehouse a fazer figuras em palco. Quem não tem dinheiro, combina um jantar com uns amigos e vai ver concertos à feira. Imaginem qual dos dois sou eu?
Ontem o Cruxe e a sua querida esposa vieram ao fimdomundo fazer-nos uma visita. Jantar informal, pôr a conversa em dia e essas coisas todas. Depois da janta, fomos para o campo da feira ver uma banda que o Cruxe conhece pessoalmente: os Hands on Approach.
Começo a pensar que sou eu que trago azar aos espectáculos que vou ver. Nilton: 20 espectadores. Hands on Approach: 30 ou 40 (talvez um pouco mais, mas isto tem de parecer convincente).
Conheço apenas duas ou três músicas da banda. E conheci umas quantas mais neste concerto. Não posso dizer que tenha ficado fã da sua sonoridade (embora duas ou três me tenham ficado no ouvido). Adorei as covers escolhidas e a história por trás da escolha.
Depois do concerto tivémos direito a um backstage pass. Nós e um cromo qualquer da terra que se colou a nós. Desde já digo que o encanto dos bastidores aqui no fimdomundo deixa muito a desejar. Onde estavam as jovens com os seios fartos a dar uvas aos cantores? Onde estavam os camarins cobertos de cetim branco e lantejoulas? Onde estavam as drogas e o sexo desenfreado com groupies? Decepção...
Fiquei surpreendido com a simpatia dos membros da banda. Não que tivesse uma imagem diferente (na realidade, não tinha imagem nenhuma). Mas mais simpáticos seria impossível. Estivémos a falar de concertos anteriores, dos filhos e da tristeza que é esta terra de fimdomundo. E prometi voltar a vê-los. Não pela música, mas pela simpatia.
Foi uma noite diferente e bastante agradável. Até a sobremesa defeituosa estava boa (desde já te digo Cruxe que não chegou ao jantar do dia a seguir). E tenho de mencionar a qualidade da comida do jantar, senão vou dormir no sofá. Sim querida, estava muito bom. E essas coisas todas...
Foto gentilmente cedida pelo Cruxe

terça-feira, 27 de maio de 2008

Lembraram-se de nós...

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação – FNE -, na sequência das decisões do 9º Congresso, realizado nos passados dias 10 e 11 de Maio, vê-se uma vez mais obrigada a denunciar publicamente o injusto nível de precariedade a que milhares de professores e educadores estão sujeitos no âmbito das actividades de enriquecimento curricular (AEC).
O actual Ministério da Educação não pode ter um discurso de exigência, rigor e de defesa da qualidade da educação e simultaneamente fechar os olhos à contratação abusiva e ilegal de prestação de serviços através de recibos verdes.
A FNE, para além do alerta e denúncia desta situação abusiva e lamentável, vai no primeiro secretariado nacional que se realiza depois do Congresso, no dia 26 de Maio, lançar a realização de uma iniciativa a nível nacional de combate a esta situação “ Não aos recibos verdes nas AEC´s”,onde exige que sejam eliminadas todas as situações de precariedade entre os docentes nomeadamente através de:
- Estabelecimento do direito a um contrato sem termo ao fim de três anos de contratação a termo;

- Eliminação do regime de recibo verde para os responsáveis pelo funcionamento das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC);

- Determinação de valores mínimos razoáveis para a remuneração dos responsáveis pelo funcionamento das AEC;

Porto, 20 de Maio de 2008

sábado, 24 de maio de 2008

Eurovisão e outras coisas...

Tenho aqui duas hipóteses na mão: ou escrevo um texto grande com insultos ou escrevo apenas umas frases politicamente correctas...hummmmm.
Mas que c****** de m**** de votações são estas, ó europeus filhos de uma p***? Uma m**** de um m******** com um c***** de um filha da p*** de um patinador e um c**** de um violinista? Mother Russia rules!
E a Grécia? Uma pita deslavada com ares de Britney a c**** frases feitas? Ou a Ucrânia e a sua Shitty Lady?
A sério, eu que nem sou minimamente destas m***** da Eurovisão fiquei mesmo f*****. Porque a nossa música lembrava Simone e Amália, num portento de voz vindo da Madeira, de seu nome Vânia Fernandes. Um orgulho de ser português (cada vez mais raro em mim), principalmente depois de ouvir as c****** de músicas de Espanha e outros que tal.
13.º lugar? M**** de emigrantes que estão espalhados por essa Europa. Só sabem vir para cá mostrar as vossas p***** gordas sentadas no c****** do Mercedes? Virem para cá falarem com uma m**** de um sotaque? P********* de m****. Pegar num telefone dá muito trabalho? Filhos de uma p*** obesa e desdentada.
Portugal é mesmo um país de m****, mas esta música e esta intérprete mereciam melhor.


Para quem sabe quem é a minha mulher, sabe o porquê de eu ter visto a Eurovisão.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A minha mulher é tão chata...

Chego a casa cansado de mais um dia de trabalho e o que é que ouço? Nunca mais escreveste nada para o blog. Grande novidade que ela me está a dar. Apesar da idade, ainda sei mais ou menos o que não faço (não me divorcio, não arranjo uma loira, não tenho se...).
Começo a escrever um texto sobre a falta de tempo. Começa a resmungar ao meu lado a dizer que sou um dramático, que escrevo sempre sobre a mesma coisa, que isto e aquilo e o outro (nesta parte liguei o modo de abanar a cabeça).
Apago tudo e começo de novo. Claro que ela me deu a melhor ideia possível para escrever um novo post. Dizer mal dela é uma arte que domino naturalmente. Ela lembra-me aquele anúncio parvo da EDP. Um gajo sabe que aquilo das voltas vai causar uma sensação de diarreia e vómito da qual não podemos escapar, mas temos sempre de olhar porque a música até é porreira e coisas. A minha mulher é mais ou menos fruto de uma qualquer ideia de publicitários que gostam de ser processados.
Bom, agora que já escrevi o post engraçado que ela queria (duvido que ela ache alguma piada, mas pronto, ela é que pediu), vou voltar à minha vidinha.
Se a ti te gusta, a mi me encanta.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Tugas e Tecnologias

Nos últimos dias andei ausente destas andanças. Mas a culpa não foi da falta de tempo, do meu cansaço ou de qualquer uma das minhas desculpas habituais. Foi mesmo devido ao facto de eu ser o gajo mais azarado do mundo.
Comprei um computador novo. O meu velho deu mesmo o pifo. O monitor parecia que ia ceder a qualquer momento. Por isso, decidi-me a fazê-lo.
Como o dinheiro não é coisa que abunde nesta casa, resolvi procurar um daqueles negócios da China que me fazem ter o triplo das dores de cabeça e coisas que tal. E descobri que a CHIP7 vende computadores que saem de stock a preços acessíveis. Excelente, pensei eu...
Mando vir um computador todo cheio de mariquices ao preço de quase dado. O negócio da minha vida. Três dias depois estou aos berros com os gajos da CHIP7. Não há em stock.
Oferecem-me um ainda mais cheio de mariquices para me calar pelo valor que paguei. Uma semana depois tenho o computador nas mãos. Bonito, prático e funciona (o que acaba por ser mesmo o mais importante).
Todo contente, ligo o Kanguru ao gajo e vai de dizer ao mundo que tenho um computador novo. Isso se o Kanguru funcionasse. Três dias depois estou aos berros com os gajos da Optimus. 15 dias para me arranjarem o modem e coisas dessas. Nem pensar nisso. Modem novo, mesmo problema. Mais berros. Solução? Tive de ser eu a arranjá-la. Gostava de trabalhar para a Optimus. Pelo menos sei que sou mais competente que eles.
Moral da história? Nem eu sei. Ah! Não comprem nada online à CHIP7 e se tiverem de reclamar alguma coisa à Optimus, reclamem 15 dias antes da coisa acontecer.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Minha Pátria é a Língua Portuguesa


MANIFESTO
EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO

(Ao abrigo do disposto nos Artigos n.os 52.º da Constituição da República Portuguesa, 247.º a 249.º do Regimento da Assembleia da República, 1.º n.º. 1, 2.º n.º 1, 4.º, 5.º, 6.º e seguintes da Lei que regula o exercício do Direito de Petição)

Ex.mo Senhor Presidente da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Primeiro-Ministro

1 – O uso oral e escrito da língua portuguesa degradou-se a um ponto de aviltamento inaceitável, porque fere irremediavelmente a nossa identidade multissecular e o riquíssimo legado civilizacional e histórico que recebemos e nos cumpre transmitir aos vindouros. Por culpa dos que a falam e escrevem, em particular os meios de comunicação social; mas ao Estado incumbem as maiores responsabilidades porque desagregou o sistema educacional, hoje sem qualidade, nomeadamente impondo programas da disciplina de Português nos graus básico e secundário sem valor científico nem pedagógico e desprezando o valor da História.
Se queremos um Portugal condigno no difícil mundo de hoje, impõe-se que para o seu desenvolvimento sob todos os aspectos se ponha termo a esta situação com a maior urgência e lucidez.

2 – A agravar esta situação, sob o falso pretexto pedagógico de que a simplificação e uniformização linguística favoreceriam o combate ao analfabetismo (o que é historicamente errado) e estreitariam os laços culturais (nada o demonstra), lançou-se o chamado Acordo Ortográfico, pretendendo impor uma reforma da maneira de escrever mal concebida, desconchavada, sem critério de rigor, e nas suas prescrições atentatória da essência da língua e do nosso modelo de cultura. Reforma não só desnecessária mas perniciosa e de custos financeiros não calculados. Quando o que se impunha era recompor essa herança e enriquecê-la, atendendo ao princípio da diversidade, um dos vectores da União Europeia.
Lamenta-se que as entidades que assim se arrogam autoridade para manipular a língua (sem que para tal gozem de legitimidade ou tenham competência) não tenham ponderado cuidadosamente os pareceres científicos e técnicos, como, por exemplo, o do Prof. Doutor Óscar Lopes, e avancem atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica. Não há uma instituição única que possa substituir-se a toda esta comunidade, e só ampla discussão pública poderia justificar a aprovação de orientações a sugerir aos povos de língua portuguesa.

3 – O Ministério da Educação, porque organiza os diferentes graus de ensino, adopta programas das matérias, forma os professores, não pode limitar-se a aceitar injunções sem legitimidade, baseadas em "acordos" mais do que contestáveis. Tem de assumir uma posição clara de respeito pelas correntes de pensamento que representam a continuidade de um património de tanto valor e para ele contribuam com o progresso da língua dentro dos padrões da lógica, da instrumentalidade e do bom gosto. Sem delongas deve repor o estudo da literatura portuguesa na sua dignidade formativa.
O Ministério da Cultura pode facilitar os encontros de escritores, linguistas, historiadores e outros criadores de cultura, e o trabalho de reflexão crítica e construtiva no sentido da maior eficácia instrumental e do aperfeiçoamento formal.

4 – O texto do chamado Acordo sofre de inúmeras imprecisões, erros e ambiguidades – não tem condições para servir de base a qualquer proposta normativa.
É inaceitável a supressão da acentuação, bem como das impropriamente chamadas consoantes "mudas" – muitas das quais se lêem ou têm valor etimológico indispensável à boa compreensão das palavras.
Não faz sentido o carácter facultativo que no texto do Acordo se prevê em numerosos casos, gerando-se a confusão.Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português, na grafia da língua portuguesa.
A transcrição de palavras de outras línguas e a sua eventual adaptação ao português devem fazer-se segundo as normas científicas internacionais (caso do árabe, por exemplo).
Recusamos deixar-nos enredar em jogos de interesses, que nada leva a crer de proveito para a língua portuguesa. Para o desenvolvimento civilizacional por que os nossos povos anseiam é imperativa a formação de ampla base cultural (e não apenas a erradicação do analfabetismo), solidamente assente na herança que nos coube e construída segundo as linhas mestras do pensamento científico e dos valores da cidadania.


Os signatários,
Ana Isabel Buescu
António Emiliano
António Lobo Xavier
Eduardo Lourenço
Helena Buescu
Jorge Morais Barbosa
José Pacheco Pereira
José da Silva Peneda
Laura Bulger
Luís Fagundes Duarte
Maria Alzira Seixo
Mário Cláudio
Miguel Veiga
Paulo Teixeira Pinto
Raul Miguel Rosado Fernandes
Vasco Graça Moura
Vítor Manuel Aguiar e Silva
Vitorino Barbosa de Magalhães Godinho
Zita Seabra

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O amor é...

Quanto menos tempo tenho para fazer alguma coisa que não seja trabalhar, mais valor dou às pequenas coisas da vida. O prazer de poder estar sentado num sofá nunca me pareceu tão grande como agora. Não estar agarrado ao carro (e eu até gosto de conduzir) é outro.
Chego a casa tarde, cansado e cheio de vontade de dormir. Sento-me com a esposa enquanto ela me faz miminhos e diz que me ama. Eu sei que é verdade, mas o meu cansaço é tanto que acabo por não lhe mostrar que a amo também.

Ontem pude passar o dia em casa. Aliás, parte do dia, visto que tive de dar formação de manhã. E pude estar com a minha amada, acariciá-la da forma que merece, mimá-la e dizer-lhe vezes sem conta que a amo. Porque ela merece. Porque sem ela eu já tinha desistido disto.

É o facto de saber que vou chegar a casa e que tenho o jantar feito, a casa arrumada, a roupa passada, tudo num brinco. É o facto de poder conversar com ela sobre o meu dia e saber que ela me apoia em tudo o que fiz e o que faço. É o facto de ainda ver naqueles olhos o mesmo amor que vi há dez anos atrás.

Por tudo isso, meu amor, resolvi dizer que te amo. Aqui para que o possas ver sempre que estiver fora de casa. Porque mereces.