Mais uma vez, este amigo ficou ao abandono. A vida pregou-me umas rasteiras valentes no final de 2012, o que fez com que não tivesse paciência para escrever fosse o que fosse aqui.
Hoje, ao ler um post absolutamente extraordinário da Quadripolaridades, apercebi-me que o Blogger, o meu psicólogo gratuito, está ainda aqui para me permitir desabafar com o mundo.
O ponto mais baixo de 2012 foi o desemprego (que ainda se mantém). Não contava ser posto de parte da maneira que fui. Não esperava um ano sem dar aulas, uma vida sem ter nada que fazer. Pela primeira vez em 35 anos, estou parado em casa.
No início, passei pela questão da "depressão" e da melancolia. Coitado do Vitinho, que é tão bom e bonitinho. Depois espetei um estalo a mim próprio e reagi. Não é o fim do mundo. Por enquanto...
Tive muitas coisas boas. Mudei de casa. Deixei o meu apartamento citadino, rodeado de cimento, betão e assaltos, para um apartamento campestre, rodeado de sol, verde e silêncio (tirando o raio dos cães da vizinhança que não se calam). Descobri novos interesses (nada sexual) com os quais ocupo os meus dias de desempregado. Também descobri um sistema absolutamente absurdo com que o IEFP gere os desempregados, mas isso ficará para outros posts. Mais importante, continuo casado com a mulher mais linda, compreensiva, apoiante (?), inteligente e talentosa que o mundo já conheceu. Tem sido nela que me apoio todos os dias para não deixar que a loucura do excesso de tempo livre me afecte.
Hoje, 4 de Janeiro, faço anos. Sinto-me como seria de esperar que uma pessoa com 35 anos desempregada se sente neste momento: um futuro incerto pela frente. No entanto, sinto-me confiante. Não sei porquê. Honestamente, não tenho razões nenhumas para tal. Acredito que o futuro seja melhor, que finalmente se abra a porta que mude de vez a minha vida. Não sei. Mas acredito.
Sem comentários:
Enviar um comentário