segunda-feira, 7 de março de 2011

Flying circus...

Eia,  as teias de aranha que andam por aqui...tenho de demitir a Consuela.
Pois, Portugal continua sempre no seu melhor. Isto é controvérsias de treta sobre a Eurovisão, um dejá-vu constante de notícias sobre o aumento dos preços, decretos que são revogados, moções de censura ao governo...podia continuar, mas seria inútil.
Todos nós conhecemos o estado do país. Todos nós sabemos quais as frases certas para dizer acerca disto. Eu já escrevi sobre isto há uns tempos. Os que falam demais e não agem, esta gloriosa carreira desportiva em Portugal, continuam a fazer o que sabem fazer melhor: dizer mal de tudo.
Eu sou professor. Eu sou português. Sinceramente, não me orgulho de nenhum. A nacionalidade é uma consequência do nascimento, a profissão de estupidez pessoal. Como é que me posso orgulhar de uma profissão que é constantemente rebaixada pela opinião pública, pelo governo, pelo país? E como é que me posso orgulhar de ser português, quando vejo pessoas mais preocupadas com a Eurovisão do que a visão do estado do país?
Minutos depois de ter sido revogado um decreto-lei que me iria deixar no desemprego e a muitos colegas, a ministra fantoche veio dizer que ainda vai fazer o que quer de qualquer maneira. E os comentários nos sites de notícias davam razão à senhora, que os chupistas dos professores têm de aprender a trabalhar.
Sim, temos de aprender a trabalhar. Concordo. Trabalhar apenas as horas que temos atribuídas no horário em vez de trazer trabalho para casa. Fazer apenas aquilo que está atribuído no horário, em vez de passar noites sem dormir a inventar maneiras de ensinar coisas simples a uma turma de miúdos que não quer saber de nada. Não gastar dinheiro em materiais que acabam por não servir de nada, porque os meninos querem é jogos de Playstation e Morangos com Açúcar.
E se me perguntarem o que é que eu faço todos os dias para mudar o estado do país? Já que gosto tanto de resmungar que o povo não faz nada, o que é que eu faço? Meus amigos, eu ensino. Ensino um geração que se está borrifando para tudo, mas que é o futuro deste país. E pode ser que algum deles me ouça. E pode ser que seja esse que faça a diferença.

1 comentário:

Paula Santos disse...

Vítor ( para mim, ainda é "Eskisito"...)
Não sei se precisa do ensino, acho que o ensino não o merece, mas não duvido que o ensino precisa de si, e de muitas pessoas com essa postura directa, assertiva, crítica! Não tenho blog, mas levei-o para a minha página do facebook. Ah, e despeça lá a Consuela!