Por muito que uma pessoa queira ser optimista, este país é a maior depressão da história. Não basta já estar desempregado, com cada vez menos cabelo e mais barriga, ainda tenho que gramar com todos os arautos da desgraça que pululam pelas notícias.
Eu sei, tal como o blog diz, se não gosto é mudar de canal. Mas isso é complicado quando estou em casa dos meus sogros, onde ver o noticiário ainda é uma tradição antiga. Infelizmente, como todos sabemos, é também a forma mais rápida de nos levar ao suicídio.
Os analistas políticos são um aborrecimento. Tudo está mal e irá ficar pior. Sem dúvida que iremos todos morrer antes da próxima previsão do fim do mundo se continuarmos assim. Já a oposição acha que devemos mudar de rumo (qual, pergunto eu) para que isto vá ao sítio. A mesma oposiçao que nem entre si se entende quer levar isto a um novo rumo? Certo.
O governo, como é claro, acha que isto se resolve já para o ano com uma sandes de courato e uma mini. Ou coisa que o valha. Claro que no meio disto tudo, os seus membros vão aproveitando para perceber o real trambolho que o país mandou e a preparar a sua inscrição para um curso em Paris.
Mas é o povo, meu Deus, é o povo que me irrita solenemente. Porque eu posso desligar as notícias, mas não posso desligar o tipo que está atrás de mim nas filas do IEFP ou até das compras que estou a fazer. Resmungam, criticam e dizem que fazem e acontecem. Que se isto não muda, vão para aqui e para ali, ou, a minha favorita, "Se encontrasse esse cabrão, dava-lhe um tiro nos cornos". Pois bem, meus senhores irados, o parlamento é já ali. Façam favor.
Ah, e já agora, comprem-me gel de banho no caminho, que já estou a usar restos de sabonete para lavar as partes baixas. Desempregado, mas limpinho.