Começa então. Os pais a dizerem que os meninos são os maiores, que não merecem apanhar um professor tão exigente, que eles na realidade são anjinhos e que o professor é que é um mauzão. Epá, eu acabei de recuperar de uma amigdalite, descobri que a Segurança Social não me vai pagar os dias que faltei, estou enterrado em trabalho e reuniões e descobri vai para cinco minutos que o café acabou cá em casa. Por isso, estou extremamente irritado, aborrecido, furioso e perturbado. Cansado, massacrado e abusado.
Quando estes putos chegam ao 5.º ano, estão tão habituados a serem tratados como os maiores pelas suas professorinhas primárias que pensam que vão ter o mesmo tratamento. Infelizmente, para eles, apanham de frente um professor com 1m87 e pouca paciência para mariquices e mimos. E são tratados tal como devem ser. Como pessoas que estão ali para aprender. Não são meus filhos. Eu não quero saber das suas vidas. Eu quero que eles aprendam o que ensino. E desde já digo que a lição mais valiosa que ensino é a educação em si. Respeitarem os adultos, cumprirem regras e saberem estar em público.
Eu não tenho filhos. Quero ter filhos, mas ainda não tenho. Por muitas e variadas razões. Mas uma das principais é a seguinte: eu tenho uma objectivo em relação ao que quero de um filho: quero o melhor para ele. Nem que esse melhor seja levar nas orelhas para aprender a estar calado numa sala de aula. E não quero cá as balelas do que é justo ou não é justo. Eu levei chapadas por não saber responder a perguntas. Estes putos de hoje levam Playstations quando chumbam de ano, porque os paizinhos acham que os seus meninos são os maiores e os professores é que são uma cambada de preguiçosos que não compreendem isso. A ignorância é uma arma muito poderosa.
Por isso, a todos esses pais eu tenho uma mensagem simples. Parem de me f*"#$ a cabeça. E parem de f*"#$ de todo. Porque este país e este mundo já têm a sua dose de idiotas. E nós não queremos mais.