domingo, 17 de agosto de 2008

O Che Guevara encarnou em mim...

Desafio-me todos os dias.
Surpreendo-me todos os dias.
Vou matar alguém amanhã.

sábado, 16 de agosto de 2008

Coisas que me fazem saltar a tampa

Gostava de começar este post por valorizar as pessoas que me fazem falta. Que me animam, que me fazem companhia, que me fazem acreditar no sentido da vida.
Posto isto, quero mais é que o resto do mundo se fornique contra uma parede com um poste de luz barrado de areia pelo esfíncter anal acima. A sério. Começa a irritar-me aquela sensação de que todos podem opinar ou orientar a minha vida. Errado. Se nem eu o consigo fazer, muito menos esses retardados mentais conseguem.
Ando feliz. Por estranho que pareça, porque tudo corre mal. Ando feliz. Que nem uma criança que recebeu aquele brinquedo que sempre quis. Por isso, deixem-me estar em paz. Não me enervem, não me chateiem com as vossas baboseiras zen sobre a forma como devo fazer as coisas. Se algum dia passarem por metade do que eu passei na minha vida, pode ser que vos dê autorização para abrirem a boca. Se não, a alternativa está bem escrita lá em cima.

Faltam 4 dias. Depois volto a viver. E pode ser que o meu mau feitio desapareça.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Rabo entre as pernas

Tenho como chefe de secção uma miúda brasileira com sotaque português. Como se isso não fosse parvo o suficiente, ainda tem a módica idade de 23 anos. Pois é.
Ora eu tenho um problema com a autoridade em geral. Ainda mais tenho quando a pessoa que me dá ordens/instrucções tem menos uns quantos anos do que eu.
Tive o desprazer de ficar atrás dessa senhora na fila para o almoço. Eu tentei ignorar o facto, mas o raio do miúdo gótico que trabalha comugo começou a falar com a pessoa em causa. Ela começa com uma conversa de saber o que faz (o que após duas semanas sobre a sua alçada posso dizer que NÂO, NÃO SABES!), que aquilo tem de se fazer desta e daquela forma. Como se não fosse suficiente, ainda se vira para mim e diz "Você tem de andar mais e deixar de se arrastar por ali". O meu cérebro teve várias reacções, desde algumas com muito sangue até certas e determinadas imagens de colegas meus que fazem metade do que eu faço. Mas o meu savoir-faire disse-me para brincar com a situação. "Pois, a idade começa a pesar...hahahah!" (mais algum sangue).
Depois começa a dizer ao miúdo que tem de começar a usar a cabeça, porque existem maneiras de fazer aquilo e isto. E sempre que se saía com uma das suas "perguntas difíceis", eu respondia. Correctamente, como é óbvio.
Após umas boas 10 perguntas e respostas, resolvi virar-me para ela e sair-me com: "Sabe, eu já tive a sua idade, mas como sou mais velho, também tive um certo incremento nesse aspecto...não que queira dizer que sou mais inteligente que você."
Sempre a fazer amigos...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Falling down

Eu compreendo todos aqueles que um dia se passam da cabeça, pegam em armas e começam a matar todos os que lhe aparecem pela frente. A sério.
Dia de folga. Feliz e contente da vida. Nada para fazer a não ser nada. Vamos à cidade grande tratar de umas coisas sem importância e fazer umas compras. Vamos ao recém-aberto Jumbo. Ena pá.
Compramos a fruta, brincamos com as balanças maricas, em suma, passamos uma hora a fazer o que o pessoal da nossa condição financeira faz: ver coisas que nunca vamos ter dinheiro para comprar. Chego à caixa e vejo o Correio da Manhã. Hoje, sexta-feira, é dia de DVD semi-gratuito. Aproveitar, porque não há dinheiro para comprar dos não-gratuitos. ERRO.
Na caixa dizem-me que não sabem de oferta nenhuma com o jornal. Digo que não é oferta. Ela ignora e liga para o deus da coisa a perguntar o que há-de fazer. O deus da coisa diz-lhe que me mande ao Balcão de Acolhimento. Eu faço a piada do "...mas eu quero ir-me embora..." e ela fica a olhar para mim.
Chego ao Balcão de Acolhimento menos acolhedor da história. Duas bimbetes a mascar pastilha e com ar de prostitutas reles. Sem exagero. Fico uns bons dez minutos a ver uma senhora a reclamar porque lhe tinham cobrado seis vezes o mesmo pacote de massa. O que seria simples tornou-se complicado naquelas cabeças.
Finalmente sou atendido. Explico que quero o DVD que deveria vir com o jornal. Momento de silêncio. Nova série de telefonema para o deus da coisa. Aparece-me uma funcionária com todos os DVD's de oferta de todos os jornais, menos aquele que eu queria. Volto a ficar à espera dez minutos. Volta a funcionária, que depois de telefonar ao deus da coisa, me informa que não há DVD para ninguém. Digo que quero o reembolso do jornal, que obviamente não vou levar.
Volto a ser atendido pelas bimbetes. No talão que lhes entreguei diz que o jornal custou 1 euro e que tive um desconto de 10 cêntimos. Elas querem-me devolver dez cêntimos. Uma delas usa o segundo neurónio e resolve dar-me um euro. A outra volta à carga com os dez cêntimos. E finalmente, após outros dez minutos, recebo 90 cêntimos.
Resolvido? Não. Ainda precisavam do talão para retirarem uns dados. Mais cinco minutos.
Conclusão? 45 minutos da minha vida perdidos. 45 minutos do meu dia de folga perdidos. Eu que até sou inteligente e tal ando metido numa fábrica. Estas p"#$" dum c"#$"# atrás de um balcão no Jumbo.
Qualquer dia abro o telejornal. E vocês ficarão orgulhosos de mim...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

TILT

A minha actividade propriamente dita na fábrica deste ano é a seguinte (soam os tambores, ouvem-se os suspiros de suspense...): operador de picking (ou piking, como aparece muitas vezes escrito naquela fábrica...já desisti de corrigir o erro). E, perguntam vocês cheios de entusiasmo, o que é um operador de picking? Boa pergunta.
A empresa para a qual trabalho tem cerca de 150 lojas, e considerando que produz centenas de produtos diferentes, o armazém é um caos. Organizado, mas não deixa de ser um caos. Cada loja faz unma encomenda diária diferente. E cabe aos operários do picking levar o produto à loja (neste caso, à palete com uma placa com o nome da loja). Trocando isto por miúdos, eu sou o gajo que carrega uma palete de um lado para o outro a separar caixas por outras paletes, num circuito interminável de voltas e caixas. Oito horas por dia.
Não existe muita pressão para que corramos de um lado para o outro. Aliás, tentem lá correr a arrastar uma palete com 1000 quilos de carga. Seria um momento engraçado. E impossível.
O problema é que chegamos a uma altura em que tudo aquilo parece o mesmo. Tudo igual, tudo na mesma. Cansaço à mistura, físico e principalmente mental. Porque oito horas seguidas sozinho com o meu cérebro não é fácil. O que me leva ao propósito deste post. A minha insanidade mental.
Começo a fazer jogos com a mente. Canso-em desses jogos. Invento novos. Falo sozinho. Resmungo muito sozinho.
Hoje dei comigo a cantar Spice Girls. E mais não digo...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fábrica número 35

Chateia-me ter que gramar as férias em fábricas. Não pelo trabalho, pelo salário miserável, pelo esforço extra que isto começa a ter no meu corpo. Isso são apenas detalhes numa vida cheia de experiências e histórias para contar.
Irrita-me estar numa fábrica pelas pessoas que me rodeiam. Seres humanos mesquinhos e sem um pitadinha de sal naqueles corpos.
Existem três grandes tipos de operários fabris, e dentro destes existem sub-grupos que podem, ou não, estar interligados, tornando-os todos primos.
O primeiro grupo, e o que mais me afecta, aqueles que vivem para aquilo. Que julgam que aquele trabalho é de uma importância vital e que tem de ser dempenhado daquela forma específica, senão o fim do mundo ocorre e ficamos todos carbonizados após a passagem dos cavaleiros do apocalipse.
O segundo grupo é o dos que não querem saber de nada daquilo. Que se lixe, só aqui estou para ganhar uns cobres, e até vou vendo umas gajas/gajos bons. A sério que eles pensam mesmo isto.
O terceiro grupo, e o mais assustador de todos, aqueles que vão para ali porque aquilo é o único sítio onde se podem mostrar. Mostrar que sabem gritar, mostrar o decote, mostrar que são umas promíscuas do caraças. Mostrar aquilo que não são na vida real.
Todos estes grupos pecam pela falta de inteligência e de humor. Alguns membros dos grupos pecam pela idade. Ou são novos demais, ou velhos demais.
Existe aquela minoria que se limita a ir para lá trabalhar, fazem o seu trabalho, não incomodam ninguém e são felizes na sua vida. A esses agradeço.
Mais uns dias e vejo-me livre de mais uma fábrica. Que isto começa a pesar nos ossos.

domingo, 3 de agosto de 2008

A new hope

A minha vida voltou a ser o que era. Pronto, talvez não exactamente, mas o mais aproximado possível. Voltei a poder respirar de alívio, visto que muitas das coisas que me fizeram temer pelo futuro foram remendadas de uma forma ou outra.
Claro que continuo no meu glorioso emprego de férias, numa qualquer indústria perdida pelo Ribatejo, mas de males necessários vive o homem. Faltam apenas mais uns dias naquilo para poder voltar à minha vida de "ócio" de senhor professor mal pago. Talvez também existam alguns desenvolvimentos nessa área, graças à ajuda de uma alentejana muito especial que todos nós conhecemos como Dina, e à qual agradeço novamente tudo o que tem feito por nós.
Posto isto, e deixando de falar na minha vidinha de treta, tenho que prestar homenagem à menina Elvira que foi operada e à qual não disse nada, porque sou uma besta. Ou isso, ou os meus problemas também andavam a tomar todo o meu tempo. Mas voto mais na hipótese da besta.
Elvira, ainda bem que correu tudo bem e que estás a recuperar na perfeição. Um beijo do fundo do meu coração.
Outro beijo vai para a Teresinha que anda muito viajada. Por tudo o que tens feito por nós, pela força que nos tens dado. Obrigado do fundo do coração. (eu já sei que vais começar a dizer que não queres momentos lamechas em público...).
O último beijo do dia vai para a Azul, que anda perdida por terras de Brunis e Sarkozis. Que tudo te esteja a correr bem e que ainda te vá fazer uma visita um destes dias.
Agora vou pôr as patas em cima da mesa, o sofá debaixo do rabo e aproveitar o que me resta deste dia de folga. Já volto.